Adderall: a medicação para TDAH

No tratamento farmacológico do TDAH, destaca-se o Adderall, um medicamento estimulante altamente eficaz. Descubra seus benefícios e contraindicações na leitura a seguir.
Adderall: a medicação para TDAH
Elena Sanz

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz.

Última atualização: 18 janeiro, 2024

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) dificulta a organização e o controle dos impulsos do paciente. Além disso, também o leva a experimentar um alto nível de inquietação. Para reduzir esses sintomas e melhorar o funcionamento diário, é possível prescrever diferentes medicamentos. Um dos mais conhecidos e difundidos é o Adderall.

Sob esse nome comercial, encontramos um medicamento que combina anfetaminas e dextroanfetaminas, dois estimulantes que se mostraram eficazes no tratamento do TDAH em crianças e adultos. Porém, vale lembrar que seu uso está sujeito a prescrição e supervisão médica. Caso contrário, envolve riscos significativos.

Adderall: o que é esse medicamento para TDAH?

Uma das explicações mais difundidas e aceitas sobre a neurobiologia do TDAH é conhecida como hipótese catecolaminérgica (Clark et al., 1987). Ela postula que os pacientes com o distúrbio apresentam uma alteração no funcionamento de certos neurotransmissores no cérebro (principalmente dopamina e norepinefrina).

Especificamente, parece haver um déficit em certas áreas cerebrais cuja hipoativação está relacionada aos sintomas do TDAH. Assim, medicamentos estimulantes, como Adderall, ativam esse sistema catecolaminérgico, obtendo melhora em cerca de 80% dos casos (Aboitiz et al., 2012).

Em particular, Adderall é uma anfetamina que estimula o sistema nervoso central. Esse medicamento faz isso bloqueando a recaptação de dopamina, norepinefrina e serotonina e aumentando sua disponibilidade na lacuna sináptica. Dessa forma, consegue reduzir os sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade.



Usos e eficácia

O Adderall foi introduzido pela primeira vez em 1996 pela Richwood Pharmaceuticals, sendo oferecido como uma cápsula de liberação rápida para o tratamento do TDAH em crianças em idade escolar.

Desde então, seu uso se espalhou e a pesquisa respalda sua eficácia na melhora dos sintomas do distúrbio, observa um artigo no Journal of Attention Disorders. No entanto, também é usado no tratamento de condições como a narcolepsia, pois ajuda a melhorar a vigília.

A versão original tem um processo de liberação imediata. Por isso, seus efeitos duram entre 4 e 6 horas e deve ser ingerido várias vezes ao dia. No entanto, existe outro formato chamado Adderall XR, que, apesar de conter os mesmos componentes, é uma cápsula de liberação prolongada. Os efeitos desta última são mais lentos, mas duram até 12 horas e é tomada apenas uma dose por dia.

Optar por uma opção ou outra depende do caso. Por exemplo, algumas pessoas podem esquecer de tomar a segunda pílula de Adderall ao longo do dia ou experimentar uma reação mais adversa. O Adderall XR, por outro lado, é mais confortável de administrar e preferível, por exemplo, para pessoas com hipertensão, relata um ensaio clínico no The Journal of Clinical Psychiatry.

Como tomar Adderall para tratamento de TDAH?

Deve-se saber que a dosagem desse medicamento é muito individualizada, precisando ser ajustada de acordo com cada pessoa e ao longo do tempo. No entanto, como afirma um artigo publicado no JCCC Honors Journal, algumas considerações importantes devem ser observadas.

O Adderall é administrado por via oral e é absorvido pelo trato gastrointestinal. No caso do formato de liberação imediata, é tomado em 2 ou 3 doses ao dia, com intervalo de 4 a 6 horas entre elas. Pode ser tomado com ou sem alimentos. Não é recomendado que a dose diária máxima exceda 40 mg, mas até 60 mg podem ser necessários inicialmente.

Por sua vez, a formulação de liberação prolongada é tomada apenas uma vez ao dia, pela manhã, com ou sem alimentos. Com isso, a dose diária máxima recomendada não deve ultrapassar 30 mg.

Em qualquer caso, o Adderall é sempre tomado sob prescrição e geralmente é iniciado com doses baixas que aumentam conforme a a tolerância do indivíduo. A duração do tratamento depende do paciente e a diminuição do uso deve sempre ser orientada e supervisionada por um profissional, além de ser progressiva e gradativa.

Advertências e contraindicações

É preciso saber que, apesar de sua eficácia, o Adderall é um medicamento com certos riscos. Por esse motivo, compartilhamos com você algumas considerações revisadas pelo Drugenquirer.

  • Tem efeitos colaterais como distúrbios do sono e do apetite, dores de cabeça, depressão e até ideação suicida. Se não for usado adequadamente, transtornos de ansiedade, psicose e disfunção sexual também podem se manifestar. Também gera ou agrava taquicardia e hipertensão.
  • Um dos principais riscos associados ao Adderall é seu potencial viciante. A pessoa pode desenvolver dependência e tolerância, necessitando de mais e mais doses da droga para funcionar normalmente. Os sintomas de abstinência incluiriam fadiga, ataques de pânico, depressão e pesadelos.
  • O uso de Adderall para fins não médicos é realizado em diferentes configurações, por exemplo, entre estudantes universitários ou atletas. Esse medicamento causa uma estimulação da atenção, concentração e desempenho físico. No entanto, tomá-lo sem receita e sem ter TDAH é de alto risco, devido aos efeitos adversos que pode gerar.
  • Em relação às contraindicações, Adderall não deve ser usado por pessoas com pressão alta, problemas cardíacos, insônia ou nervosismo. É contraindicado em pacientes com síndrome de Tourette ou em uso de inibidores da monoaminoxidase.


Um medicamento a ser tomado com cautela

Em suma, a eficácia do Adderall no tratamento do TDAH é inquestionável e por isso é utilizado como medicamento de primeira linha. No entanto, os riscos e efeitos colaterais não podem ser negligenciados. É essencial que um profissional de saúde supervisione seu uso em todos os momentos.

Lembre-se também de que existem outras alternativas, como medicamentos não estimulantes ou psicoterapia, que são ótimos auxiliares para melhorar os sintomas.


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