As 8 melhores frases de Aaron Beck

As 8 melhores frases de Aaron Beck
Sara Clemente

Escrito e verificado por psicóloga e jornalista Sara Clemente.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

As frases de Aaron Beck que enumeramos neste artigo reúnem os pontos fundamentais de seu pensamento sobre as distorções cognitivas, o pensamento congruente e sua influência nos diferentes transtornos de humor e de personalidade. Na década de 60, este psiquiatra e professor americano fez uma das contribuições mais relevantes para a psicoterapia atual: contribuiu para dar forma para a Terapia Cognitiva ou Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

Entre suas muitas conquistas, destaca-se o fato de ser o único psiquiatra que publicou artigos tanto na Associação Americana de Psiquiatria como na Associação Americana de Psicologia. Na verdade, esta última o considera um dos 5 psicoterapeutas mais influentes de todos os tempos. 

De fato, as frases de Aaron Beck falam sobre como uma reestruturação dirigida e certa de nossos esquemas cognitivos nos permite ter uma melhor saúde mental e um maior equilíbrio emocional. Além disso, através dessa mudança em nossos esquemas e em nosso filtros mentais podemos obter qualidades de que precisamos para avançar e sobreviver, superar nossos problemas e aprender com nossos parceiros.

Melhores frases de Aaron Beck

A interpretação é o que dói, não o ato em si

“A terapia cognitiva busca aliviar as tensões psicológicas por meio da correção das concepções errôneas. Ao corrigir as crenças errôneas, podemos acabar com as reações excessivas.”

Seu pensamento, marcado dentro da terapia cognitiva, se baseia na ideia de que as pessoas sofrem pela interpretação particular das coisas que lhe ocorrem, não pelos atos por si só. Ou seja, a maior parte de nosso sofrimento dependeria do sentido e da importância que damos ao que nos acontece, e não do que nos acontece em si. 

Beck considera que o psicoterapeuta tem que ajudar a pessoa a identificar suas crenças distorcidas como uma passagem prévia e necessária para a modificação das mesmas. Por isso, seu objetivo é conhecer os esquemas cognitivos que emprega o sujeito, para poder modificá-los e reduzir a rigidez. Essa reestruturação cognitiva permite que a pessoa mude sua maneira de interpretar e avaliar, em seu plano subjetivo, aquilo que lhe acontece.

Mulher com pensamentos obsessivos

Sua teoria aplicada aos casais

A forma como interpretamos a realidade influencia todos os campos de nossas vidas. Por isso, esses pensamentos perturbam e afetam também o casal, tanto no plano individual quanto na própria relação.

“Os cônjuges devem cooperar, ceder e proceder com decisões solidárias.”

Seu livro “O amor não basta: como superar mal-entendidos, resolver conflitos e enfrentar os problemas de relacionamento” pode servir de referência. Nele há dicas sobre como instruir, a partir de uma perspectiva cognitiva, os dois membros do casal para que possam identificar e transformar seus esquemas.

“Existem qualidades especiais, como compromisso, sensibilidade, generosidade, consideração, lealdade, responsabilidade, confiança, que são determinantes para uma relação feliz.”

O objetivo é que consigam identificar estes esquemas que lhes prejudicam e consigam encontrar um esquema alternativo que os substituam. Somente sendo consciente disso, o casal poderá prosperar e se desenvolver. Esta é uma das frases de Aaron Beck que melhor o explica:

“Mesmo que o amor seja um incentivo poderoso para que esposos e esposas se ajudem e se apoiem, para que façam felizes um ao outro e criem uma família, não constitui em si mesmo a essência da relação, pois não provê as qualidades e aptidões pessoais que são decisivas para sustentá-la e fazê-la crescer.”

Um modelo por e para a depressão

Quando era criança, este psiquiatra sofreu uma grave doença da qual nasceram muitos medos que teve que enfrentar. Esta maneira cognitiva de abordar seus problemas o inspirou para que, anos depois, desenvolvesse sua teoria terapêutica. Ele focou a depressão.

“Se nosso pensamento fica atolado de significados simbólicos distorcidos, pensamentos ilógicos e interpretações erradas, nos tornamos, de verdade, cegos e surdos.”

Para ele, os sintomas da depressão começam com a ativação de esquemas cognitivos negativos e as seguintes distorções. Tão profundo foi seu estudo e articulação da depressão que hoje em dia um dos instrumentos mais comumente usados para medir sua severidade leva seu nome: o Escala da Depressão de Beck (BDI). Foi uma contribuição muito importante para a psiquiatria e para a psicologia, porque se converteu em uma das alternativas mais potentes na contextualização psicanalítica da depressão.

Mulher sofrendo

Sua aplicação se espalhou para outros transtornos

Também investigou a eficácia de sua Terapia Cognitiva em outra grande variedade de problemas, como a ansiedade, o abuso de substâncias e diferentes transtornos de personalidade. Esta é uma das frases de Aaron Beck mais esclarecedoras e didáticas para entender sua abordagem:

“Assim como se aplica ao abuso de substâncias, o foco cognitivo ajuda as pessoas a enfrentar os problemas que levam à angústia emocional e permite obter uma perspectiva mais ampla sobre sua dependência de fármacos para o prazer e/ou alívio de incômodos.”

Com relação à esquizofrenia, sua contribuição foi considerar que as disfunções destes pacientes eram vulnerabilidades. Por isso, assume que o trabalho do profissional é desenvolver alternativas mais realistas para suas crenças, delírios e alucinações.

Ponto de partida para sua transformação pessoal

“Existe mais na superfície do que nosso olhar alcança.”

O modelo de Beck pode ser tomado como base para promover uma grande mudança pessoal. Em muitos casos, mesmo que não possamos escolher os contextos ou os fatos que irão acontecer, está em nossas mãos intervir de maneira consciente sobre a interpretação praticamente automática que fazemos do que nos acontece… e que em vários momentos nos prejudica tanto.

Homem feliz de braços abertos

Podemos escolher o que interiorizar e o que não de um determinado fato, ficar com o positivo ou com o negativo… Isso dependerá de como nossa mente o processa e se afeta. Também escolheremos como agir, ou seja, qual será nossa resposta.

Todas estas frases de Aaron Beck têm um fundo esperançoso. Muitas vezes nos sentimos incapazes de encontrar um ponto de vista alternativo, mais otimista, para dar sentido a aquilo que nos acontece. Assim, percebemos que sendo conscientes de como interpretar o que nos acontece, podemos modular a intensidade de nosso sofrimento.


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  • Beck, A. T., Steer, R. A., & Brown, G. K. (1987). Beck depression inventory. New York:: Harcourt Brace Jovanovich.
  • Beck, A. T. (2013). Terapia cognitiva para trastornos de ansiedad. Desclee de brouwer.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.