As quatro fases do alcoolismo
A ingestão de álcool é normalizada em nossa sociedade. Faz parte dos nossos encontros e da nossa forma de nos relacionarmos com os outros. Portanto, é difícil detectar quando o consumo está aumentando. Nesse contexto, conhecer as fases do alcoolismo nos ajudará a agir nas primeiras fases, onde a intervenção tem melhores resultados.
É comum que a pessoa que começa a desenvolver o vício em álcool negue o que está acontecendo. Da mesma forma, é um processo que ocorre gradualmente. Pelo mesmo motivo, se os sintomas não forem identificados nos estágios iniciais, o problema se agravará.
As quatro fases do alcoolismo
Fase pré-alcoólica
O consumo de álcool começa nesta fase. Geralmente é feito em ambientes sociais e para fins recreativos. O álcool torna-se uma ferramenta para aliviar a tensão e lidar com problemas emocionais. Isso acontece porque a ingestão ativa o sistema de recompensa cerebral, proporcionando sensações agradáveis à pessoa que a consome.
No entanto, se a ingestão começar a ocorrer com frequência, o metabolismo do organismo muda e a tolerância aparece. De forma relativamente rápida, quantidades maiores de álcool começam a ser necessárias para obter os mesmos efeitos. Assim, é possível que se passe do consumo de cerveja ou vinho e licores, e que de duas copas se passe a cinco.
Fase inicial ou prodrômica
Também chamado de estágio inicial do alcoolismo, dá origem ao aparecimento das primeiras lacunas mentais ou falhas de memória. Ou seja, é possível que a amnésia ocorra em determinados períodos.
Nesse momento, o álcool passa a ser o principal interesse do sujeito, aumentando sua preocupação em conseguir bebidas ou tê-las em qualquer lugar ou reunião que frequenta.
Se começa a beber álcool avidamente, aumentando o consumo tanto para comemorar quanto para aliviar um momento ruim. Toda oportunidade é boa. No entanto, o indivíduo começa a perceber que mantém um consumo problemático, pelo qual se sente culpado e passa a beber às escondidas.
Pela mesma razão, eles tendem a ficar na defensiva quando pessoas próximas a eles sugerem seu possível problema de alcoolismo. Eles se ofendem e evitam conversas sobre isso.
Fase crucial ou crítica
A essa altura, a preocupação com o álcool é tamanha que afasta todos os outros interesses. As diferentes áreas da vida da pessoa começam a ser seriamente afetadas. Há perda de emprego, abandono de amizades e uma grande deterioração da vida familiar.
O sujeito perde o controle do consumo e costuma ser jactancioso, hostil e agressivo. As pressões sociais de seu ambiente apenas fazem o alcoólatra racionalizar e justificar seu comportamento ou começar a mentir para encobri-lo. Também é provável que ocorram fugas geográficas (fugir de casa ou da cidade achando que em outro local o problema desaparecerá).
No entanto, mesmo que o remorso seja contínuo, a pessoa pode tentar manter a abstinência total por determinados períodos que terminam rapidamente. Paradoxalmente, a tolerância diminui e eles atingem o mesmo estado de embriaguez com menos álcool, o que os leva à ilusão de que têm a situação sob controle.
Fase crônica
Nesta última etapa, a doença se instala e as consequências são profundas e irreversíveis. O indivíduo precisa ingerir bebidas alcoólicas constantemente, passando longos períodos de tempo embriagado. A pessoa pode acabar consumindo qualquer tipo de substância que contenha álcool, mesmo que não seja adequado para o consumo.
Sua integridade e seus valores se desintegram, assim como suas habilidades cognitivas (memória, atenção, tomada de decisão…) que são severamente afetadas. Produz-se uma enorme deterioração física e psíquica, podendo surgir diversos transtornos mentais. Em última análise, é provável que a pessoa acabe hospitalizada e perca a vida.
É claro que as consequências de desenvolver uma dependência do álcool podem ser devastadoras em todos os níveis. Mas, apesar disso, muitas vezes, quando você decide agir, já é tarde demais.
Portanto, é fundamental conhecer o processo, as características de cada fase para que os comportamentos de risco possam ser detectados a tempo. Ter os sintomas presentes pode ajudar a ter uma consciência real da situação.
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