Como aumentar a chance de tomar a decisão certa

É normal sentir frustração e estresse diante dos dilemas que a vida nos apresenta. Pare e pense com calma. Mas, acima de tudo, tente aproveitar o processo.
Como aumentar a chance de tomar a decisão certa
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 27 abril, 2024

Suzy Welch, editora do Harvard Business Review, desenvolveu uma técnica para aumentar as chances de tomar a decisão certa em cada situação. Essa técnica se baseia levar em consideração os prazos imediato, médio e longo da decisão em questão. Welch propõe que antes de tomar uma decisão é preciso analisá-la com base na regra 10/10/10. Isto é, perguntando a si mesmo se você vai se sentir mal nos próximos 10 minutos, nos próximos 10 meses e, inclusive, se você vai se lembrar dessa decisão dentro de 10 anos.

Nós tomamos decisões todos os dias, seja por vontade ou por obrigação. Se fizermos uma avaliação daquilo que nos incomoda há muito tempo, nos damos conta de que também pode haver boas consequências de decisões “ruins” e que as decisões “boas” podem trazer resultados inesperados.

Portanto, é melhor não ficar muito preocupado com qual decisão é a correta e, ao mesmo tempo, analisar melhor as possibilidades e/ou consequências de tudo que pode acontecer. Se ficarmos obcecados em tomar a decisão certa, estaremos assumindo que de certa maneira vamos ser recompensados por uma coisa e castigados por outra. No entanto, se até mesmo o mundo real não funciona dessa maneira, por que nós precisamos encarar como se fosse uma dicotomia?

 “É nos momentos de decisão que seu destino se forma.”
-Tony Robbins-

Mulher em trilho de trem refletindo para tomar a decisão certa

Não fique obcecado com os dois polos: decisões corretas ou incorretas

Para tomar decisões devemos pensar que, pelo menos, vamos ficar com o aprendizado que o próprio processo de tomada de decisão vai nos trazer, além dos demais ensinamentos que a opção escolhida vai nos proporcionar. Por outro lado, para saber se a opção escolhida foi a melhor ou a pior, muitas vezes dependemos do grau de compromisso que estabelecemos com ela.

Quando enfrentamos a tarefa de tomar uma decisão, nossa intuição e nossos sentimentos em relação a essa situação vão assumir uma influência considerável. Se não na decisão em si, pelo menos em como vamos nos sentir depois de tomá-la. Perante várias opções é normal ficarmos com a dúvida do que é o correto ou o errado. A única coisa que podemos fazer nesse sentido é deixar que o tempo transcorra, ver o que acontece e corrigir se for necessário.

Muitas decisões oferecem uma opção mascarada: a de não fazer nada. Dizemos mascarada porque algumas pessoas pensam que optar por essa alternativa é não decidir. Nada poderia ser mais distante da realidade. Decidir não fazer nada também é decidir. Falamos de uma opção que não é ruim por si: em muitas situações não fazer nada é prudente e até permite que novas alternativas, que talvez possamos gostar mais, apareçam.

No entanto, em algumas situações não fazer nada é a opção escolhida porque é a que menos dissonância produz, a que menos esforço exige ou a que evita a parte da responsabilidade que nos corresponde em suas consequências. Nesses três casos não fazer nada não costuma ser a melhor opção. Talvez a curto prazo seja um alívio, mas a longo prazo é provável que essa opção resulte em ansiedade.

 “Pense 100 vezes antes de tomar uma decisão. Mas uma vez que a decisão for tomada, mantenha-se firme.”
-Muhammad Ali Jinnah-

Como tomar a decisão certa?

Não se preocupar tanto se não tomar a decisão certa: aproveite ao máximo cada experiência

Uma boa ideia para aproveitar cada experiência é aprender a não se julgar nem se castigar por pensar que cometeu um erro. Os erros precisam ser corrigidos ou reparados, mas não castigados. Não existe uma decisão importante e complicada que não exija um sacrifício ou uma renúncia.

Aproveitar as oportunidades nos dá a confiança para acreditar quando passamos por momentos difíceis e a confiança parece ter sumido. Por outro lado, mais importante até do que saber aproveitar é saber gerar uma oportunidade, ter vontade e inteligência para nos mexermos quando estamos em uma estação em que não passa nenhum trem.

Além disso, a pior coisa que podemos fazer ao tentar tomar a decisão certa não é cometer um erro, mas tentar justificá-lo em vez de aproveitá-lo como um aviso para situações posteriores parecidas. Para tomar decisões das quais depois não vamos nos arrepender é importante estar preparado, ainda mais importante é saber esperar, mas aproveitar o momento adequado é o segredo da vida.

Mulher feliz por ter tomado a decisão certa

Quando a história se repete, isso não acontece tanto devido à escolha tomada, mas sim por não ter aprendido com as situações anteriores. O lado bom das decisões é que os trens da vida passam constantemente. Pode ser que deixemos passar um que teria nos levado para um lugar maravilhoso, mas nunca saberemos qual trem pode vir em seguida e renovar as nossas esperanças.

 “Nunca tome uma decisão negativa em momentos ruins. Nunca tome decisões importantes quando estiver de mau humor. Espere. Seja paciente. A tempestade vai passar. E a primavera vai chegar.”
– Robert H. Schuller –


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