Édith Piaf, a biografia do pequeno pardal de Paris

O verdadeiro nome de Édith Piaf era Edith Giovanna Gassion. Ela nasceu ao relento, em uma rua de Paris. Toda a sua vida teve um destino trágico, mas mesmo assim, sua voz foi um consolo durante a Segunda Guerra Mundial, e seu espírito inspirou muitos artistas.
Édith Piaf, a biografia do pequeno pardal de Paris
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 07 novembro, 2022

A biografia de Édith Piaf é uma das mais fascinantes do mundo artístico, não apenas pela impressionante evolução do seu talento, mas também pelas extraordinárias vicissitudes pelas quais teve de passar. Ela foi, acima de tudo, uma mulher corajosa, que superou a mais crua miséria e se tornou musa de muitos compositores e inspiração para milhões de pessoas no mundo todo.

O pardal de Paris, como foi apelidada no auge da sua carreira, era uma mulher pequena e franzina, que cantava mais com a alma do que com a garganta. Seu estilo único marcou toda uma época. Ela foi a grande diva da década de 1950 e foi considerada um ícone parisiense em todo o mundo.

 “Minha vida de criança pode parecer assustadora, mas era bonita… Passei fome… Passei frio… Mas era livre… Livre para não me levantar… Para não ir me deitar… Para me embriagar… Para sonhar… Para esperar”.
-Édith Piaf-

Édith Piaf teve uma vida singularmente trágica. No entanto, quem a conheceu a descrevia como alguém com uma personalidade fabulosa, de enorme generosidade e grande desprendimento. Dizem que Paris parou por completo somente no final da Segunda Guerra Mundial e durante o enterro da Piaf.

Édith Piaf jovem

Édith Piaf nasceu na rua

Édith Piaf nasceu em 19 de dezembro de 1915, em uma rua de Paris. Seu pai era um acrobata de circo e sua mãe uma cantora itinerante. Quando chegou o momento do parto, o pai comemorou se embebedando. A mãe tentou chegar ao hospital sozinha, mas não teve sucesso. Por isso, a pequena Édith nasceu sob um poste na Rue Belleville em Paris.

Tanto o pai quanto a mãe de Édith eram alcoólatras. Anneta, sua mãe, decidiu deixá-la por um tempo sob os cuidados da avó materna. A mulher lhe dava vinho em vez de leite, dizendo que era bom para a saúde. Então, ela foi entregue ao pai, que por sua vez a deixou com a avó paterna, que era dona de um bordel. Édith Piaf foi criada por um grupo de prostitutas.

Piaf ganhava a vida cantando no metrô e em cafés nos subúrbios parisienses. Aos 16 anos, ela se apaixonou por um garoto de 17 e engravidou. Piaf teve uma filha, a quem chamou de Marcelle. Quando tinha 2 anos, a menina ficou doente; era meningite. Édith Piaf teve que se prostituir uma noite para conseguir dinheiro para cuidar de sua filha. No entanto, a menina morreu e deixou uma marca em sua alma para sempre.

O pardal de Paris

A vida e a biografia de Édith Piaf mudaram para sempre quando um transeunte parou para ouvi-la cantar na rua. Esse homem era Louis Leplée, dono de um dos cabarés mais famosos de Paris. Ele fez um pequeno teste com ela e depois a contratou e a treinou para ser a grande diva que ela se tornou. Seu sucesso foi imediato. No entanto, Leplée foi assassinado e Piaf foi apontada como suspeita. A sociedade a rebaixou e ela acabou cantando novamente em espeluncas.

Mais tarde, o compositor Raymond Asso, que era seu amante, a resgatou e a transformou em uma cantora profissional. Édith Piaf se tornou uma estrela da música e os grandes compositores escreveram exclusivamente para ela. Ela deixou o público parisiense apaixonado, assim como pessoas de todo o mundo. Piaf se aventurou no cinema e continuou cantando, mesmo durante a ocupação nazista. Na verdade, ela era considerada uma protetora dos artistas judeus.

Assim que a guerra terminou, Piaf escreveu a letra de sua canção mais famosa: La vie en rose (A vida em rosa). A essa altura, ela vivia um tórrido romance com Yves Montand. Então, em 1947, saiu em turnê pelos Estados Unidos com ele, mas logo se separaram.

Édith Piaf cantando

O triste fim da biografia de Édith Piaf

Em 1948, Édith Piaf conheceu aquele que foi seu grande amor, o boxeador Marcel Cerdan. Ela ficou com ele apenas por um ano, pois Cerdan morreu em um acidente aéreo em 1949. Piaf já era refém de vários vícios, mas essa perda a mergulhou em uma profunda dor. Isso a levou a se viciar em morfina.

Mais tarde, teve várias histórias de amor com personagens conhecidos, como Marlon Brando, Georges Moustaki, Charles Aznavour e outros. Ao mesmo tempo, sua fama continuou crescendo, assim como sua dependência por morfina. Sua saúde começou a se deteriorar visivelmente, a ponto de ela chegar a desmaiar no palco.

Em 1961, apresentou sua canção imortal Non, je ne regrette rien (Não me arrependo de nada) no Olympia de Paris, diante da estupefação e emoção do público. Em 1962 ela se casou com Theo Sarapo, um jovem de 26 anos. Já estava muito doente naquela época. Um ano depois, Piaf morreu em Paris, aos 47 anos de idade.


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  • Miller, K. (2017). Un tema para todas las épocas: las postguerras. Realidad: Revista de Ciencias Sociales y Humanidades, (108), 333-342.

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