O casal em crescimento: você e eu vamos nos desenvolver juntos
Construir. Estar juntos. Oferecer a vida. Enriquecer. Destruir o castelo. Voltar a construí-lo. Despertar. Sonhar. Dormir. Comer. Devorar. Beijar. Amar. Querer. Discutir. Não estar de acordo. Reconciliar. Sorrir. Abraçar. Admirar. Cultivar o carinho. Acariciar. Emocionar. Tudo isso e muito mais é um casal em crescimento.
Conhecer os gostos do nosso parceiro, saber quais são as suas alegrias e seus medos, lembrar dos nomes de seus pintores favoritos, manter conversas intelectualmente estimulantes, ter confiança e liberdade, oferecer detalhes especiais, etc. Este é o mundo emocional de um casal, com seus mapas de amor e suas rotas detalhadas.
A partir disso é possível construir um casal sem dependência mútua? Sim. Porque um conhece as preocupações do outro, apoia essas preocupações e procura fazer de tudo para evitá-las. Este é um aspecto essencial do casal em crescimento.
Os mapas do amor do casal em crescimento
Segundo o psicólogo John Gottman, os mapas do amor são essa parte da nossa mente em que armazenamos todas as informações relevantes sobre a vida do nosso parceiro ou parceira. Recordar isso e prestar atenção às mudanças de sentimentos do nosso parceiro nos permite conhecer seus objetivos de vida, suas preocupações e suas esperanças.
Assim, devemos dedicar tempo para preencher uma ficha com o nosso parceiro. Embora isso deva estar gravado na nossa mente, vale a pena escrever tudo em uma folha de forma conjunta. É um ótimo exercício de conhecimento. Vamos ver…
Personagens na vida do meu parceiro
- Amigos
- Amigos potenciais
- Rivais, concorrentes, inimigos
Importantes eventos recentes na vida do meu parceiro
- Evento programado (quer seja o que meu parceiro aguarda com expectativa, ou o que aguarda com medo)
- Tensões atuais do meu parceiro
- Preocupações atuais do meu parceiro
Esperanças e aspirações do meu parceiro (para si mesmo e para os outros)
Este ponto, de forma esquemática, é muito enriquecedor. Além disso, cada parceiro pode escrever em um caderno algumas informações sobre si e trocar os cadernos. Por exemplo:
Minhas lutas e minhas conquistas
- De qual sucesso na sua vida você está particularmente orgulhoso/a?
- De que forma esses êxitos deram forma à sua vida? Como eles afetaram a sua ideia de si mesmo/a, de suas capacidades, seus objetivos e as coisas pela qual você luta?
- Que importância teve o orgulho na sua vida (ou seja, a experiência de se sentir orgulhoso/a, de estar abalado/a, de expressar elogios, etc)?
- Os seus pais demonstravam que te amavam? Como? O amor era expressado dentro da sua família? Se não, quais são as implicações que isso tem na sua relação amorosa?
- Que papel o orgulho pelas suas realizações tem na sua relação amorosa? Que papel têm as suas próprias lutas? O que você gostaria que o seu parceiro/a soubesse e entendesse sobre esses aspectos sobre si mesmo/a, sobre seu passado, seu presente e seus planos futuros?
Minhas feridas e curas
- Quais dificuldades você já enfrentou? Perdas, decepções, provas, problemas, estresses, traumas profundos…
- Como isso me fortaleceu? Como canalizei a minha dor?
- Como isso afetou a minha relação amorosa? O que você gostaria que o seu parceiro/a soubesse e entendesse sobre esses aspectos sobre si mesmo/a, sobre seu passado, seu presente e seus planos futuros?
- Como eu expresso e como a minha família expressava cada emoção quando eu era criança?
- Qual é a minha filosofia sobre a expressão dos sentimentos?
- Qual é a diferença entre o meu parceiro/a e eu na hora de expressar? O que se esconde por trás das diferenças? Quais são as implicações?
Minha missão, meu legado, quem eu quero me tornar
- Temos que nos imaginar em um cemitério em frente ao nosso túmulo: o que queremos colocar no epitáfio?
- O que eu quero que as pessoas pensem sobre a minha vida?
- Qual é o meu propósito? O que significa?
- Como eu queria que a minha vida estivesse daqui a 10 anos?
- Etc.
A força está no conhecimento
Não se trata de longevidade na relação, mas de qualidade da intimidade. Estar em contato com os pontos externos das nossas vidas (passatempos, por exemplo) e com o nosso mundo interno (desejos, crenças, medos, etc.), faz com que um casal se comporte de uma forma emocionalmente inteligente.
Estarmos conectados e colocarmos em dia as mudanças no mapa do amor que formamos para o nosso parceiro como pessoa e para a relação em conjunto nos ajuda a não nos desestruturarmos em períodos de mudanças (quando se tem um filho, por exemplo).
Particularmente, podemos dizer que se queremos promover um relacionamento saudável, não podemos nunca relaxar e deixar de CONHECER o nosso parceiro/a, de admirá-lo/a, de atualizar nossos mapas do amor para nos aproximar e aumentar assim o desenvolvimento individual e conjunto.