Cistos ovarianos: sintomas, causas e tratamentos
Uma boa parte das mulheres sofre com os cistos ovarianos em algum momento da vida. Trata-se de uma condição ginecológica bastante comum que, em geral, não apresenta muita gravidade. São pequenas bolsas cheias de líquido que se desenvolvem em um ou ambos os ovários. Na maior parte das vezes, eles são benignos e desaparecem por conta própria. Em outras ocasiões, é necessário algum tipo de intervenção.
Temos certeza de que muitas de nossas leitoras sabem do que estamos falando. Elas podem ter vivido isso em primeira mão. Também pode ser que uma pessoa próxima tenha passado por isso, como uma amiga, irmã, mãe ou outra parente. Seja como for, os estudos populacionais nos dizem que entre 25% e 30% das mulheres desenvolverão um cisto ovariano em algum momento do seu ciclo de vida. Este risco surge desde o início da menstruação até a chegada da menopausa.
Tudo isso certamente nos encoraja a insistir na importância dos exames ginecológicos. Devemos ter em mente que muitas dessas condições geralmente são assintomáticas e, se em algum momento elas apresentarem alguma manifestação, é comum associá-la a outros transtornos: dor menstrual, dor nas costas, distensão abdominal, estresse…
Vamos ver mais detalhes abaixo.
O que são os cistos ovarianos? Por que eles aparecem?
Assim como indicamos no início, em média, os cistos ovarianos são uma condição médica moderada. No entanto, quando uma mulher recebe o diagnóstico, é comum (e compreensível) que ela sofra angústia e desconcerto. A primeira coisa que devemos fazer é confiar nos médicos e no tratamento que eles prescrevem para nós. Essas pequenas bolsas de fluido respondem quase sempre ao que é conhecido como um simples cisto funcional.
O que isso significa? Basicamente que são diferentes dos cistos tumorais e surgem em resposta a certas condições hormonais. É algo tratável, algo que pode desaparecer por si mesmo e que, sem dúvida, tem um bom prognóstico. Vamos ver a seguir quais tipos de cistos ovarianos existem.
Cisto folicular
O cisto folicular é o mais comum, aparece sobretudo em mulheres jovens e costuma desaparecer em poucas semanas. Para entender por que ele se desenvolve, devemos recordar como o ciclo menstrual ocorre. Os hormônios estimulam o crescimento de um folículo ovariano, que contém o óvulo. Com o passar dos dias, esse folículo acabará se rompendo para liberar o óvulo.
Em meio a este processo chamado ovulação, pode ocorrer o seguinte: o folículo pode não se romper. Portanto, se o folículo não conseguir se abrir para liberar um óvulo, esse líquido se acumula dia após dia até formar o cisto.
Cisto do corpo lúteo
- O cisto do corpo lúteo pode surgir no caso em que o folículo é selado depois de liberar o óvulo. Lembre-se de que o corpo lúteo é uma estrutura glandular, cíclica e temporária que se desenvolve dentro do ovário após a ovulação. No entanto, às vezes e devido a certas alterações anormais no folículo ovariano, essa abertura de saída do óvulo pode ser selada. Pouco a pouco o líquido se acumula em seu interior e desenvolve o cisto do corpo lúteo.
- Neste caso, é comum sentir algum desconforto, como pressão, formigamento, dor pélvica e abdominal… Há pacientes podem sofrer sangramento fora da própria menstruação e até mesmo chegar a gerar o que é conhecido como torção ovariana (mudança da posição do ovário com uma oclusão da artéria ovariana).
Também devemos ressaltar que existem outros tipos de cistos ovarianos, como por exemplo o endometrioma (associado à endometriose), bem como o cisto dermoide (neoplasias de células germinativas que contêm pedaços de osso, cabelo, pele, gordura…) e o cistadenoma, um cisto de maior tamanho que requer uma intervenção cirúrgica.
Quais sintomas os cistos ovarianos apresentam?
Lembre-se mais uma vez de que os cistos ovarianos podem surgir desde as primeiras menstruações em meninas que ainda são muito jovens, até em mulheres que já atingiram a menopausa. Os ovários estão sujeitos a constantes alterações hormonais. Assim, e mesmo que uma mulher não menstrue mais, ainda ocorrem mudanças espontâneas no corpo que exigem um acompanhamento adequado.
Portanto, seja qual for a nossa idade, é necessário marcar consultas periódicas com nossos ginecologistas e avisar a respeito de qualquer sintoma:
- Dor e/ou peso na área pélvica e abdominal.
- Distensão abdominal, gases, sensação constante de estar cheia ou pressão.
- Vontade de urinar com frequência.
- Dor durante a relação sexual.
- Náuseas.
- Ocasionalmente, pode aparecer sangramento fora do período da menstruação.
Por outro lado, devemos lembrar mais uma vez que geralmente os cistos ovarianos são assintomáticos. Caso seja formada uma torção ovariana ou outra emergência ginecológica, a paciente sofrerá uma dor súbita e intensa que necessitará de atenção médica urgente.
Síndrome do ovário policístico
Também é importante falar sobre a síndrome do ovário policístico. Esta doença corresponde a um transtorno hormonal no qual costumam se desenvolver vários cistos ovarianos simultâneos. Ela afeta 7% das mulheres e causa menstruações irregulares, presença de pelos corporais em excesso, dificuldades para engravidar…
As causas desta condição são desconhecidas, mas existem tratamentos adequados que podem melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Quais são os tratamentos existentes para os cistos nos ovários?
Quando descobrem um ou vários cistos ovarianos em uma ultrassonografia, os especialistas avaliarão várias coisas. A primeira é o tamanho do cisto. A segunda, a idade da mulher. Em geral, aqueles que medem menos de 5 centímetros exigirão apenas um acompanhamento para observar sua evolução. Se, em vez de desaparecer, o cisto continuar a crescer, ele deverá ser removido por cirurgia.
É importante notar que, em média, apenas 1% dos cistos ovarianos são cancerígenos. Além disso, também é importante dizer que as mulheres mais velhas que já atingiram a menopausa tendem a desenvolver cistos mais resistentes. Ou seja, eles geralmente não desaparecem por conta própria. Assim, os médicos avaliam outras opções, como a intervenção cirúrgica.
Para concluir, uma maneira de prevenir os cistos nos ovários é a administração de contraceptivos orais. Agora, caso tenhamos um histórico familiar desse tipo de condição ginecológica, não devemos hesitar em consultar os médicos para estabelecer um acompanhamento adequado. A prevenção é muito importante.
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