Como enfrentar o medo de ficar só 

Como enfrentar o medo de ficar só 
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Escrito por María Hoyos

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O medo de ficar só, de não ter contato com outras pessoas, é inerente ao ser humano. Como seres sociais, precisamos estar rodeados de outras pessoas para nos sentirmos plenos e desenvolvermos, de forma satisfatória, muitas das nossas habilidades. Os vínculos com os demais nos nutrem, nos enriquecem e, de alguma forma, são necessários para alcançar o bem-estar.

Entretanto, este comportamento se torna um problema quando aparece a impossibilidade de ter uma vida normal sem companhia, seja pela ausência de um parceiro ou por viver em outro país. A solidão, mesmo que comum, pode crescer de forma preocupante até nos sufocar. Vamos nos aprofundar nisso.  

O medo de ficar só pode limitar o crescimento pessoal.

No que consiste o medo de ficar só?

O medo de ficar só se fundamenta na crença de se sentir incapaz de realizar qualquer atividade que implique solidão. Inclusive, pode chegar a limites nos quais a pessoa não consegue sequer cuidar de si mesma e busca desesperadamente por uma companhia. Esta circunstância também é conhecida como autofobia ou “medo de si mesmo”.

Mulher com medo de ficar só

Normalmente, o medo da solidão está associado a agentes externos. Em crianças, pode se associar ao medo de separação, quando elas não são capazes de entender que seus pais não vão embora, que só vão permanecer separados durante um curto período de tempo.

Em adultos, o medo da solidão costuma aparecer com a perda de alguém querido, uma separação amorosa, etc. Tais acontecimentos propiciam o aparecimento deste tipo de medo por um profundo sentimento de abandono e uma baixa autoestima.

Como superar o medo de ficar só

1. Entenda seu medo

O primeiro passo para superar o medo de ficar só é a introspecção. É um requisito fundamental entender o processo que estamos vivendo para poder agir sobre ele. Este é, frequentemente, o passo mais importante, já que contamos com inúmeros métodos de defesa, entre os quais está a negação.

A negação pode ser útil para evitar nossos medos em épocas de muito estresse, mas nós não podemos isolar esta parte de nós mesmos. Portanto, compreender o que está acontecendo conosco é o começo do processo de superação. 

2. Aceite-o, dê valor ao seu medo

Para conseguir trabalhar o medo, é importante reconhecê-lo, mas também é muito importante aceitar que ele faz parte de nós. Este processo, bem mais complexo, vem acompanhado do perdão.

Não podemos permitir que culpa nos invada, quando o medo, entre outras coisas, nos faz crescer. Se conseguirmos encontrar este valor no medo, estaremos avançando enormemente no processo de superação. Como já dizia o psiquiatra suíço Carl Jung, “O que você nega o submete; o que você aceita o transforma”.

3. Analise as causas

Todo medo tem uma origem, uma causa. É importante descobrir qual é a fonte desta emoção para pesar as possíveis soluções e, acima de tudo, o que elas querem dizer. O medo da solidão costuma estar relacionado, como já vimos antes, à separação, à distância, à perda, etc. De fato, costuma estar conectado com outras emoções e aspectos como os seguintes:

  • O medo do abandono;
  • O medo de fracassar ou o excesso de perfeccionismo e responsabilidade;
  • O medo do que os demais vão dizer ou pensar.

A identificação da causa pode parecer um processo simples; no entanto, frequentemente a dor distorce nossa realidade e torna mais complicado o processo de superação. Por essa razão, é importante que tenhamos isso em conta para não ignorar a forma como nos sentimos e trabalhar estas emoções.

Mulher com medo da solidão

4. Associe a solidão com aspectos positivos

Superar nosso medo da solidão não implica abandoná-la. Precisamos entender que a solidão é necessária e positiva em nossas vidas. Se a observarmos a partir da perspectiva adequada, ela pode se transformar em um refúgio para se conectar com nós mesmos. 

Para alcançar este objetivo, podemos recorrer à associação. Consequentemente, se associarmos a solidão com elementos e significados positivos, nosso medo vai desaparecendo pouco a pouco. Além disso, a solidão pode representar o começo de uma etapa de reconstrução de nós mesmos, na qual decidimos priorizar o cuidado pessoal.

A solidão nos ajuda a entender a nós mesmos. Ela  traz momentos de paz que podemos desfrutar sozinhos. Isso pode nos tornar pessoas únicas e especiais.

5. A solidão é fundamental

Como já vimos, a solidão é boa para a nossa saúde emocional. E mais, podemos considerá-la importante para nos mantermos neste estado. Isso quer dizer que é pertinente buscar a solidão, inclusive diariamente, para recuperar as energias que perdemos durante o dia.

Um passeio solitário, assistir a um filme que gostamos, sair para jantar sozinhos, etc. Tudo é válido para conseguir este momento de solidão de que tanto precisamos.

6. Ajuda profissional

Às vezes, o medo da solidão pode se transformar em um grave problema que deriva em depressão, ansiedade e, inclusive, dependência emocional. Por isso é importante procurar um especialista e conversar com ele abertamente.

Lembre-se: você é a sua melhor companhia. Sem você, você não seria quem é. Pode parecer óbvio, mas frequentemente nos esquecemos de que somos nossos melhores confidentes e de que só nós mesmos podemos compreender a perfeição disso. A única pessoa imprescindível em sua vida é você mesmo.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.