O fracasso é um hematoma, não uma tatuagem
Henry Ford, fundador da companhia Ford Motor Company, disse que o verdadeiro fracasso é aquele com o qual não aprendemos nada. Nesse sentido, um dos automatismos que podem resultar da consciência do erro é o autocastigo. Nós nos culpamos no nosso íntimo, enquanto por fora aparentemente reina o silêncio. Não sabemos lidar com os fracassos e os guardamos em segredo, como se essa ferida não fosse se fechar nunca.
Grandes pensadores, filantropos e vencedores inverteram o sentido de fracassar e nos mostraram como nas suas vidas o fracasso foi apenas um hematoma, não uma tatuagem. Bill Gates, por exemplo, nos revela que não tem problema comemorar o sucesso, mas que se existe algo que pode se transformar em fonte de sabedoria, é o silêncio.
A ênfase do fracasso como fraqueza ou culpa é uma construção criada pela ansiedade de obter determinados resultados. Resultados que, paradoxalmente, muitas vezes não são possíveis de se obter sem esses fracassos prévios. Como, aparentemente, os erros são tão incômodos aos olhos dessa perfeccionista e irrealista sociedade, seguindo o eco da sua mensagem, tentamos eliminá-los das nossas vidas à base de mentiras que, por repetição, finalmente interiorizamos.
“Eu não falhei. Encontrei 10.000 maneiras que não funcionam. Para cada fracasso, há um curso de ação alternativo. Você só precisa encontrá-lo.”
-Thomas A. Edison-
Lidar com os fracassos e entender que eles são necessários
Por que nunca vemos as falhas pelas quais quem está no topo passou? Aparentemente, o brilho do que se consegue sem esforço entrou tão profundamente em nós que nos achamos merecedores de qualquer vitória sem sequer termos tentado antes.
O resultado é importante, mas em muitas situações pouco importa se não estamos felizes com todo o esforço realizado. Um fracasso nem sempre é um erro. Pode ser simplesmente o reflexo da melhor versão de si mesmo em determinadas circunstâncias. A satisfação deve estar no esforço, não na conquista. Um esforço total é uma vitória completa.
Uma parte importante da fórmula algébrica que tempera o sucesso está relacionada com a diferença de peso entre o nosso desejo e o nosso medo de fracassar. Dito isto, a maioria das grandes pessoas alcançaram seu maior sucesso há apenas um passo do seu maior fracasso. Isso é tão paradoxal quanto real.
“Um aspecto essencial da criatividade é não ter medo de fracassar. O sucesso se conquista muitas vezes por aqueles que não sabem que o fracasso é inevitável.”
-Edwin Land-
Fracassar é apenas uma chance de começar de novo de maneira mais inteligente
Teremos quarenta milhões de razões para o fracasso, mas nem uma única desculpa. Somente porque já fracassamos uma vez não significa que vamos fracassar em tudo. Os fracassos são oportunidades para começar de novo, com mais recursos, de maneira mais inteligente, com mais conhecimento.
Nós chegamos ao conhecimento através da experiência diária que os caminhos já transitados nos proporcionam. Os melhores quadros, os melhores versos, as melhores canções e nossas maiores conquistas não floresceram em um dia. Precisaram de anos de constância para ver a luz, precisaram de tentativas que não deram em nada. A experiência é o que ensina lentamente e o que você recebe por pagar o preço de errar.
As tentativas de alguém que errou muitas vezes serão o que vai fazer com que o fracasso deixe de ser uma tatuagem e se transforme em um hematoma. Nesse sentido, é difícil que um sucesso aconteça se não tivermos feito um trabalho, um relato no qual os fracassos sejam fonte de inspiração, e não de lamento. Assim, de alguma maneira, as pessoas que evitam o fracasso também evitam o sucesso, ficando paralisadas e se tornando testemunhas de como sua vida passa diante delas, sem que decidam se levantar pelo medo de falhar de novo.
“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”
-Winston Churchill-