Conheça as 7 fobias mais estranhas e curiosas

É comum ouvir falar de fobia de aranhas ou de espaços extremamente fechados, mas existem fobias pouco conhecidas, como de tocar em dinheiro ou de palavras muito longas.
Conheça as 7 fobias mais estranhas e curiosas
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 27 abril, 2024

As fobias são definidas como um medo intenso e irracional em relação a uma pessoa, um objeto ou uma situação que envolve pouco ou algum perigo. Quer conhecer as fobias mais estranhas e curiosas que existem? Listamos algumas delas neste artigo.

A palavra vem do termo grego “Fobos” que significa “pânico”. Na mitologia grega, Fobos também era filho de Ares, o deus da guerra, e de Afrodite, a deusa do amor. Ele personificava o medo. Alexandre Magno rezava para “Fobos” antes de cada batalha para afastar o medo.

Sigmund Freud estudou detalhadamente as fobias. Ele descobriu que geralmente elas são formadas na infância, e também que elas seguem uma cadeia de significados: primeiro, a pessoa tem uma experiência traumática. Em seguida, essa experiência é tão dolorosa e tão forte que a pessoa transfere a angústia que ela provoca para um objeto, uma situação ou uma pessoa que está relacionada ao trauma de maneira arbitrária.

“O medo sempre está disposto a ver as coisas piores do que elas realmente são.”
-Tito Lívio-

Em outras palavras, na verdade a vítima de uma fobia não tem medo do objeto, da pessoa ou da situação pela qual aparentemente sente pânico. O que ela teme na verdade é uma experiência traumática associada, arbitrariamente, a esse objeto, essa situação ou essa pessoa.

Do ponto de vista da psiquiatria, as fobias correspondem a um transtorno de ansiedade. A vítima de uma fobia chega a ter intensos ataques de pânico quando é exposta ao que provoca o medo. Para muitas pessoas isso pode parecer absurdo, mas é assim mesmo que as fobias são: sem lógica do nosso ponto de vista. Uma amostra disso são as 7 fobias mais estranhas e raras sobre as quais vamos falar a seguir.

Crematofobia, uma das fobias mais estranhas

É difícil entender que no mundo de hoje existam pessoas que têm medo de dinheiro, mas elas existem. Esse estranho medo é denominado “crematofobia”. Algumas das pessoas que têm essa fobia temem tocar no dinheiro simplesmente porque parece sujo, cheio de bactérias ou causador de doenças.

Crematofobia, uma das fobias mais estranhas

Em outros casos, o assunto é mais enigmático. O dinheiro é inconscientemente rejeitado e, por isso, a pessoa realiza ações, sem perceber, para perder ou não ganhar dinheiro. É isso que acontece com pessoas que, por exemplo, constantemente perdem notas ou investem em “besteiras” com as quais ninguém mais se importa. Geralmente, há experiências negativas ou dolorosas por trás desse medo estranho.

Catisofobia

Embora pareça difícil de acreditar, há pessoas que têm medo do ato de se sentar. É o que se chama de “Catisofobia”. Quem tem esse problema transpira, treme e até sente a respiração alterada quando vê uma cadeira na qual precisa se sentar. Às vezes também é um tipo específico de cadeira que desencadeia o pânico.

Por que alguém chega a ter uma dessas fobias? Geralmente é uma manifestação de estresse pós-traumático. O que está por trás disso é uma experiência dolorosa e assustadora. Por exemplo, quando criança a pessoa era castigada ao ser obrigada a se sentar durante muito tempo ou em condições aterradoras. Ou a pessoa passou por um episódio de tortura ou de profunda dor emocional, enquanto estava sentada em uma cadeira.

Hexacosioi-hexeconta-hexafobia

Essa é realmente uma das fobias mais estranhas que existem. Também é conhecida como “Thrihexafobia” e é o medo extremo do número “666”. Tudo o que esteja relacionado a esse número, direta ou indiretamente, causa uma apreensão difícil de controlar nessas pessoas. É parecido com o que acontece com muitas pessoas em relação ao número “13”.

Medo do número 666: uma das fobias mais estranhas

Como se sabe, o número “666” é bíblico e está associado com “a besta”. Por isso muitas pessoas acreditam que é um número que traz azar, que anuncia calamidades e desastres. Quando essas pessoas veem tal número na placa de um carro ou na conta do supermercado, por exemplo, entram em pânico. Elas acreditam que alguma coisa ruim vai acontecer. Um dos Hexacosioi-hexeconta-hexafóbicos mais famosos é Ronald Wilson Reagan cujo nome, ironicamente, é composto por três palavras de seis letras cada.

Coulrofobia, outra das fobias mais estranhas

Apesar de ser uma das fobias mais curiosas, também é relativamente comum. Trata-se do medo de palhaços. Muitas crianças sentem esse medo. E por que não? Os palhaços se maquiam de uma forma que não é exatamente discreta. Seus olhos grandes e suas bocas exageradas podem fazer, se eles se esforçarem, qualquer criança sair correndo de medo. Por isso foram muitas vezes utilizados como protagonistas de filmes de terror.

O medo dos palhaços corresponde sobretudo ao medo que sua aparência pode provocar. Não, obviamente, à sua atividade. Alguns pais obrigam seus filhos a se exporem aos palhaços porque para eles não parece lógico sentir esse medo. O problema é que ao forçar as crianças a enfrentar um medo de maneira tão direta, conseguem apenas incubar uma fobia que poderia ficar adormecida a vida toda.

Clinofobia

É o medo de ir para a cama. É uma das fobias com mais variações que existem, pois o medo nasce de fontes muito diferentes. Algumas pessoas acreditam que se se deitarem para dormir na cama podem morrer durante o sono. Curiosamente, elas não sentem o mesmo medo se dormirem em uma cadeira ou um sofá.

Mulher dormindo em cama flutuante

Outras pessoas acreditam que o escuro e as cobertas podem esconder algum demônio. Outras, um pouco mais realistas, sentem que se se deitarem na cama para dormir, vão deixar de controlar seus esfíncteres. Obviamente, quase todos os clinofóbicos têm problemas de insônia, já que no momento de se deitar se tornam presas fáceis para a ansiedade.

Hipopotomonstrosesquipedaliofobia

Outra das fobias mais estranhas consiste no medo de palavras grandes. E também de palavras estranhas. É curioso que seja utilizada exatamente uma palavra muito grande e bastante curiosa para denominar esse medo obsessivo. Como a pessoa pode pedir ajuda se tem medo de pronunciar o nome do problema?

A verdade é que o medo não tem a ver com as palavras em si. O medo se refere ao fato de não entender ou não conseguir pronunciar corretamente as palavras. O que está por trás dessa fobia é o medo de passar vergonha ou se sentir em desvantagem. Obviamente, é uma fobia associada à timidez.

Ablutofobia

Quase todo mundo conhece alguém que tem medo de sujeira. São pessoas que lavam as mãos a cada cinco minutos e sentem nojo de tudo que possa conter alguma sujeira. Pois bem, no extremo oposto estão os ablutofóbicos. Pessoas que têm pânico de água e sabão.

Gota de água se chocando contra superfície

Nos casos mais extremos, essas pessoas passam meses e até anos sem tomar banho. Elas sentem que a água e o sabão podem deixá-las doentes. E de fato, algumas pessoas acreditam que é possível se afogar embaixo do chuveiro. Outras sentem muito medo de se sentir úmidas. O está por trás disso é, geralmente, uma experiência traumática associada à limpeza.

A lista das fobias mais estranhas é extremamente extensa. Existem pessoas que sentem medo de agulhas, de nuvens, de árvores, na verdade de quase qualquer tipo de objeto. Algumas fobias são muito comuns, como a fobia de ratos ou de injeções. Outras muito curiosas, como essas das quais acabamos de falar. E embora o tema possa parecer divertido, a verdade é que quem sofre dessas fobias sofre muito.

Todos nós temos algum desses medos irracionais. Eles não têm importância se não limitam a nossa vida diária. Em contrapartida, se se transformam em uma obsessão ou alteram negativa e persistentemente a nossa rotina, o assunto fica mais complicado. O lado bom é que com o tratamento adequado, praticamente todas as fobias podem ser superadas.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.