Consultar um psicólogo

Consultar um psicólogo

Última atualização: 23 março, 2015

Não se engane. Tomar a decisão de ir a um psicólogo não é tão simples quanto pagar a conta de luz. Em teoria, estamos em tempos de abertura mental e libertação de preconceitos, mas quando é com a gente, é diferente. “Fulano vai no psicólogo”, dizem alguns em voz baixa. A partir dai o “fulano” será alvo de olhares caridosos ou desconfiados. “Não é pra tanto. Eu resolvo os meus próprios problemas sozinho”, dirá alguém. “Coitadinho!”, dirão outros. “Eu tinha mesmo reparado algo estranho nele…”, pensarão os mais desconfiados.

Para completar, não é de se desprezar o número de pessoas que sente verdadeira aversão aos psicólogos. Muitos pensam que psicólogos são aprendizes de bruxos que te dão conselhos óbvios e cobram por perder tempo com você. Dizem que vendem ar para que você aprenda que a água molha.

É difícil se separar da opinião dos outros e tomar a própria decisão de consultar um psicólogo. Geralmente isso ocorre numa crise forte, quando você se dá conta de que se não fizer algo, vai se afundar. Não é necessário esperar até chegar a uma situação extrema para tomar a sã e sábia decisão de pedir ajuda.

Estas são algumas das condições que fazem necessária uma intervenção psicológica em sua vida:

* Quando você sente que perdeu as esperanças.

* Quando você sofre e não consegue identificar um por quê concreto.

* Quando o conflito, ou a agressão, ou a dependência são o fundamento da sua relação com as pessoas, mesmo que você pense que são eles que geram o problema.

* Quando a angustia e o medo inespecífico são o pão nosso de cada dia.

* Quando a sua expressão favorita é: “Estou de saco cheio“.

De fato, se passou pela sua cabeça consultar um psicólogo, simplesmente faça-o. Mesmo que o que esteja acontecendo não pareça grave. O pior que pode lhe acontecer é viver uma nova experiência que pode, ou não, ser o que você procura.

O que você deve levar em conta

Um psicólogo não é um novo melhor amigo. Se trata de um profissional treinado para ajudá-lo a reorganizar as suas idéias e seus sentimentos, de modo que sofra menos e tenha uma vida mais harmônica.

O resultado de uma intervenção psicológica não é a felicidade plena. O que um profissional de saúde pode fazer por você é lhe fornecer ferramentas para que você aborde os seus problemas e conflitos com maior assertividade. Isto, evidentemente, melhorará a sua qualidade de vida, mas não o imunizará contra o sofrimento ou a confusão.

Nem todos os psicólogos são iguais. Há aqueles mais diretos, que constroem com você soluções pontuais para o assunto que o levou a consulta e optam por uma terapia mais breve. Outros tentarão ir mais além e não só trabalharão o problema que o incomoda aqui e agora, mas também abordarão o contexto da sua vida. Outros o levarão a buscar as forças inconscientes que operam no mais profundo do seu ser, começando um longo processo.

É importante que você pesquise antes de escolher o tipo de intervenção que deseja. Também deve ter certeza de consultar um profissional idôneo e perguntar abertamente sobre o seu enfoque e sua metodologia de trabalho.

Talvez lhe pareça antipático a questão do tempo e do dinheiro. Não é fácil se acostumar a despir o coração ferido frente a alguém que a qualquer momento lhe diz “Acabou seu tempo” e em seguida lhe cobra. No começo dá vontade de chorar. Com o tempo, você entenderá que boa parte da sua cura depende desses dois fatores: reservar um momento para a terapia e ficar livre de laços com o psicólogo, pagando-lhe por seu trabalho.

Foto: Danilo Urbina


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.