3 contos sobre a inveja
Estes contos sobre a inveja foram criados para que possamos ver, em toda a sua extensão, as manifestações e os efeitos desta emoção insana.
Dizem que a inveja foi a causa do primeiro homicídio da história sagrada. Caim matou Abel porque não tolerava que Deus tivesse preferência por ele. Muitos conflitos, e até guerras, nasceram da inveja de governantes ou cidades.
A inveja é a dor que surge pelo bem alheio. Trata-se de uma emoção que quase todas as pessoas já sentiram pelo menos uma vez em suas vidas.
Ela surge quando a nossa identidade não está muito fortalecida e observamos as nossas privações através dos outros, e não em função de nós mesmos.
“Ninguém é realmente digno de inveja”.
-Arthur Schopenhauer-
A inveja pode ser curada, e existem dois caminhos para fazer isso. O primeiro é a compaixão: os demais também têm suas próprias carências, seus próprios sofrimentos, e dificuldade para obter o que têm.
O segundo é reconhecer que o que é nosso também tem valor, e que devemos lutar para conseguir o que desejamos. Os contos sobre a inveja nos lembram dessas lições.
1. O primeiro dos contos sobre a inveja: o pavão real
Havia um pavão real que era profundamente admirado pelos outros animais. O sol mal nascia e ele começava a passear pelos campos, orgulhoso da sua plumagem. Todos ficavam sempre na expectativa do momento em que ele abriria seu leque e exibiria toda a sua beleza.
Dizem que, um dia, algumas corujas forasteiras chegaram ao local. Todos as receberam muito amavelmente. O grupo de corujas ficou conversando até tarde da noite. Uma delas comentou que, perto dali, havia um faisão dourado, e que ela nunca havia visto uma ave tão bonita. As outras concordaram.
O pavão, que estava ouvindo a conversa, não pôde acreditar. Certamente aquela ave tinha vários defeitos que os demais não haviam visto. Na manhã seguinte, foi procurar o faisão, porque queria vê-lo com seus próprios olhos. Ele acabou se perdendo na floresta e nunca mais foi visto.
A moral do primeiro dos nossos contos sobre a inveja: quem sente inveja pensa que o mérito dos demais diminui o seu próprio.
2. Quem é pior?
O segundo dos contos sobre a inveja diz que havia um país distante no qual o rei queria saber o que era pior: a inveja ou a mesquinhez.
Para descobrir a resposta, o governante mandou chamar o homem mais invejoso e o mais mesquinho do reino. Quando os dois estavam diante dele, disse: “Cada um de vocês pode pedir o que quiser, mas eu vou dar o dobro do pedido ao outro”.
O mesquinho ficou muito incomodado. Ao pedir algo, também estaria dando algo. Algo parecido aconteceu com o invejoso. O mesquinho disse, então, que não desejava nada. Se ele não recebesse nada, o outro também não receberia. Chegou a vez do invejoso, e ele disse: “Desejo que removam um dos meus olhos”.
A moral da história é que uma pessoa invejosa está disposta a sofrer se, com isso, conseguir que o outro sofra ainda mais.
3. A história dos caranguejos
Havia um pescador vendendo caranguejos perto da praia. Ele tinha dois baldes nos quais mantinha os animais. No entanto, um dos baldes estava tampado, enquanto o outro não.
Ninguém reparou nesse detalhe, até que uma mulher se aproximou para ver a mercadoria e ficou curiosa com a diferença. Ela pensou que, talvez, os animais tivessem qualidades diferentes. Então, perguntou ao pescador o motivo da diferença.
O vendedor apontou para o balde que estava com tampa e disse: “Esses são caranguejos japoneses”. Apontando para o outro balde, acrescentou: “E esses são caranguejos nacionais”. A mulher ainda tinha dúvidas. O que a procedência dos animais tinha a ver com o fato de um balde estar tampado e o outro não?
O pescador notou a confusão e se dispôs a explicar: “Os caranguejos japoneses escapam com facilidade. Quando um deles tenta sair, os demais formam uma corrente e o ajudam, até que ele consegue fugir. Por isso, é necessário colocar uma tampa no balde. No caso dos caranguejos nacionais, quando veem que um está tentando escapar, o seguram para que não consiga”.
A moral do terceiro conto sobre a inveja é que alguém invejoso prefere não conseguir nada, para que os demais também não consigam.
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- Klein, M. (1977). Envidia y gratitud: emociones básicas del hombre.