A cozinha terapêutica: conheça os seus benefícios
Além de nos permitir saber exatamente o que estamos consumindo, cozinhar pode nos ajudar a combater problemas como o estresse ou a ansiedade. Você quer saber quais são os inúmeros benefícios da cozinha terapêutica?
Devido à grande quantidade de programas de televisão sobre este tema, esta atividade se aproximou mais dos nossos lares. Agora, estamos mais familiarizados com técnicas diferentes e conhecemos a importância de trabalhar em equipe para que o que o prato fique pronto mais rápido. No entanto, qual é o papel dessa tarefa nos programas terapêuticos?
A criatividade e a inteligência
Imagine que já temos a semana programada com as refeições que vamos preparar em cada dia. De repente, chega a terça-feira e falta um ingrediente essencial do prato que tínhamos pensado em fazer. Dá tempo de ir comprar? O vizinho vai nos emprestar? Temos a solução: ser criativos.
Pode ser que o prato não saia exatamente da forma como tínhamos pensado, ou que na primeira vez em que o prepararmos, não consigamos chegar ao tempero perfeito. Apesar disso, aprender a combinar novos alimentos, experimentar texturas diferentes ou brincar com novos sabores pode ser bastante saudável para a nossa mente.
O que, a priori, era um contratempo, pode se converter em uma oportunidade. Ter que mudar de planos em pouco tempo permite desenvolver a inteligência, dar vazão à imaginação e potencializar a criatividade. Faz você ficar mais autoconfiante, tomar decisões em pouco tempo, ser mais organizado e melhorar a sua eficiência.
Sair da sua zona de conforto e se afeiçoar ao “vamos ver no que vai dar” é uma maneira de não se rotular, de surpreender a si mesmo e de aumentar a sua autoconfiança.
Promove o desenvolvimento pessoal
Cozinhar coloca à prova a nossa paciência. Precisamos de tempo, e não o que nós queremos exatamente, mas aquele que cada prato demanda. Por mais pressa que tenhamos para comê-lo ou servi-lo, ou apesar de querermos que um ovo cozinhe em 2 minutos, não podemos fazer isso. Para poder obter o resultado desejado, temos que esperar e respeitar os minutos de preparação de cada alimento.
Também são necessárias a coordenação e a consciência sensorial. Ou seja, usar todos os nossos sentidos para saber o estado do nosso prato e fazer correções quando acreditamos ser necessário.
Quando colocamos a colher em um bom caldo para experimentá-lo, utilizamos a visão, o paladar e o olfato. Se sovamos uma massa, utilizamos o tato. Para saber se algo no forno já está assado, usamos mais a visão. É necessária, portanto, uma integração sensorial e, para consegui-la, é preciso manter a atenção no momento presente.
Favorece a cooperação e a comunicação
Cozinhar em grupo pode ser divertido, gratificante e bastante enriquecedor. Por exemplo, para pessoas que tenham problemas em delegar funções aos seus funcionários, pode acabar sendo muito terapêutico cozinhar em família. Também para alguém muito acostumado a ser autônomo e independente, porque favorece o entendimento e a generosidade.
Repartir as tarefas é algo básico e fundamental em qualquer âmbito da vida: quando você tem que fazer as atividades do lar, implantar um projeto com os colegas de trabalho ou planejar a organização de uma festa de Natal com a família. Em todo momento, colocamos à prova a nossa capacidade de negociação.
Por isso, a cozinha terapêutica também pode nos ajudar a entender a importância que o trabalho de cada pessoa tem para conseguir alcançar o resultado final. Desde saber utilizar o Roner (termostato para cozinhar em banho-maria) ou cortar os vegetais em cubinhos perfeitos, até manter as facas afiadas: nada é insignificante e tudo importa. Cada um colocará o seu grão de areia e só assim será possível elaborar um bom prato.
Combate a depressão e a ansiedade
Nos Estados Unidos existem terapias recomendadas por profissionais da saúde mental que promovem cursos e atividades de cozinha pensados para pacientes com diferentes problemas. Esta atividade ajuda a combater a depressão e é um método eficaz contra o estresse e a ansiedade.
Durante horas, estas pessoas aprendem a cozinhar, alguns sem ter conhecimentos prévios. Essa necessidade de seguir os mestres para não perder nenhum passo e ir acrescentando constantemente conhecimentos culinários lhes permite se desconectar dos seus próprios problemas.
Assim, centram toda a sua atenção na cozinha e evitam pensar na sua condição. Isso lhes faz ter outra perspectiva do que significa “buscar ajuda psicológica”, porque não é algo no qual se costuma pensar quando se faz terapia com profissionais de saúde mental.
Para a corrente cognitivo-comportamental, este é um verdadeiro acerto. Permite aos pacientes alcançar uma nova meta por meio do uso e do aprendizado de técnicas que eles nunca haviam utilizado antes.
A cozinha terapêutica é um aprendizado integral
Em qualquer idade, aprender algo nunca é demais. Quanto mais ativadas estiverem as nossas redes neurais, menor será a probabilidade de termos doenças neurodegenerativas cerebrais. Por que não podemos usar a cozinha terapêutica como um método de prevenção?
Conhecer novos alimentos, aplicar novas tendências de cozimento, imitar receitas de amigos ou familiares, pesquisar novas combinações, criar novos pratos…. Tudo isso nos mantém ativos. Além desses benefícios individuais, pode ser um trabalho coletivo que une e socializa.