Crise de identidade, quando duvido de mim
Desde que somos pequenos, vamos forjando nossa identidade pouco a pouco. Às vezes, nos deixamos levar pela forte personalidade dos outros, até que no final conseguimos descobrir nossa própria identidade. Uma identidade única, nossa, própria, que alimentaremos de forma positiva até o final dos nossos dias.
Mas, o que acontece quando não temos muita certeza de quem somos? As dúvidas nos rodeiam, nos sentimos inseguros e começamos a sentir que existimos sem existir. Uma série de pensamentos que dirigem a um vazio e a uma solidão aterradora.
Algumas das perguntas transcendentais que nos rondam durante um período no qual duvidamos da nossa própria identidade são: Quem sou? O que estou fazendo com minha vida? Para onde estou indo?
Estou sofrendo uma crise de identidade?
Passamos por várias crises ao longo de nossas vidas. Isso não quer dizer que sejam negativas, e sim o contrário.
As crises podem nos ajudar a encontrar o caminho correto e a fortalecer a nossa personalidade.
Há certas idades nas quais é difícil escapar desses períodos de crise:
– A etapa da adolescência: uma etapa complicada, onde cada pessoa passa a se tornar um adulto. Aqui se produzem várias crises de identidade, pois cada um de nós está procurando seu próprio eu. A pessoa se rebela contra tudo e todos, fala mal, se deixa levar pelas amizades… Tudo isso tem uma explicação: procurar quem ela é realmente.
– Quando se chega aos 40: uma idade em que já vivemos várias experiências e há um ponto de inflexão. Nos tornamos mais velhos e temos uma vontade enorme de recuperar a juventude que fica para trás, e nos perdemos em uma crise em que muitas vezes não sabemos por que fazemos o que estamos fazendo.
Essas são duas das crises mais comuns. As duas etapas críticas da vida onde nos sentimos perdidos, vazios, sem expectativas e desorientados. Duas etapas nas quais esta crise possivelmente seja necessária para nos reafirmar como a pessoa que somos.
Nessas duas etapas que vimos, há uma coisa que conflui em ambas: a instabilidade emocional.
Quando a crise surge durante a adolescência, ela costuma ser algo bastante aceito. Além disso, ainda somos crianças e, portanto, agimos como tal. Mas, o que acontece aos 40? Quando agimos como se fôssemos jovens, com vontade de experimentar na vida, perdidos…
Esses períodos de crise não devem nos assustar, embora saibamos que eles possam ser assustadores. Em algumas ocasiões, eles são muito necessários para continuarmos construindo nosso próprio eu, nossa própria identidade.
Podem ser períodos duros e instáveis que podem durar bastante tempo, mas quando terminam, renascemos com uma identidade muito mais forte.
Um passo necessário para a construção do eu
Como dissemos, as crises são necessárias para continuarmos a construir nossa própria identidade.
É um momento de mudança, e se não estivermos preparados para confrontá-la, podemos acabar nos rebelando de diferentes formas. As mudanças de humor e a grande instabilidade emocional que sofremos acabam nos delatando.
“Não estamos vivos sem um sentido de identidade”
– E. H. Erikson –
Esse período passageiro de instabilidade e desorganização pode aparecer não só nas etapas mais conhecidas e das quais já falamos, mas em muitos outros momentos. Por exemplo, diante da morte de um ser querido, da perda de um emprego ou de um divórcio.
Essas situações que vivemos fazem com que tenhamos que olhar para nós mesmos e descobrir como enfrentá-las da melhor maneira.
São momentos críticos, mas necessários, que nos ajudarão a construir uma identidade muito mais forte.