A culpa que pede para entrar na alma de quem deixa um relacionamento

A culpa que pede para entrar na alma de quem deixa um relacionamento

Última atualização: 01 julho, 2017

Lidar com a culpa que aparece quando se deixa um relacionamento em casal é, para muitos, uma consequência lógica de ter tomado a iniciativa, de ter dado o passo final que acabou por derrubar o muro. Talvez você tenha vivido esta situação; você tinha muitas dúvidas antes de fazer isso, de dar esse passo, mas finalmente o fez. Sabendo que até você mesmo iria se apontar como o carrasco que partiu a vida do relacionamento. De tantas promessas, de tantos sonhos, de tantas ilusões…

Talvez depois você tenha sentido que era o responsável por sua dor, por sua tristeza… e inclusive por seu futuro! E talvez em tantas ocasiões foi essa culpa que você previu que lhe fez dar um passo atrás, dois para ficar longe, três para retornar, em um exercício de autodestruição que amarga mais do que a anterior vida juntos. “O que vai acontecer é fatal. Ele vai sofrer muito… Eu era tudo para ele “. “E… se eu tiver me enganado?”

Você ouve essas frases? A verdade é que a figura que ele deixa é muitas vezes repleta de preconceitos e uma espécie de “ódio” que, em tantas ocasiões, não corresponde à realidade, mas sim às ideias anteriormente concebidas sobre este tema. Tudo isso alimenta ainda mais a culpa e a voz abafada que esmaga aquele que deu o passo de terminar com o relacionamento.

A culpa nos limita e não nos permite avançar

“Você vai ser a ruim se o deixar. Espere. Talvez você só tenha que assumir que você não pode ser sempre feliz. Fique com ele, porque ele vai sofrer muito se você o deixar.” Este é o “zun zun”que se tem na cabeça tantas vezes quando se está pensando em deixar um relacionamento.

Mulher sentindo culpa por deixar relacionamento

O medo de que o outro sofra, a insana e injustificada culpa de que somos os responsáveis ​​pelo seu mal-estar, nos levam muitas vezes a estender relacionamentos ou a nunca sair deles. Nos leva a ficar em um estado de “stand by” constante em que não realizamos o que queremos fazer por medo de que o outro sofra. Assim, o tempo passa e a vida passa.

Esta é uma culpa que transcende as culturas. Baseada em um pensamento errôneo no qual nos sentimos responsáveis ​​pela vida dos outros. Pela sua dor e pela sua alegria. É claro, por outro lado, que quando somos deixados tendemos a culpar o sofrimento do rompimento à pessoa que deu o passo. Porque parece que essa é a origem do nosso desgosto. Porque a pessoa a quem amamos nos diz que já não quer mais estar conosco.

Aquele que deixa não pode carregar a dor do outro

Mas uma coisa é que o sofrimento comece após um rompimento, e outra bem diferente é que nós, ao rompermos uma relação, sejamos os responsáveis ​​pelo seu sofrimento. A vida é alegria e é dor, é incerteza e é certeza. É amor e é desamor em ambos os lados.

Mulher sentindo culpa

Não podemos permitir que alguém nos responsabilize por sua existência. Caso contrário, nunca teremos espaço de atuação. Nós nunca poderemos tomar decisões, porque elas sempre terão efeitos sobre as pessoas ao nosso redor. Viveríamos em um tipo de estatismo por medo de que o equilíbrio fosse pelos ares.

Se eu não me movimento, evito que o outro sofra. Mas em troca, eu não vivo. Se eu não me movimento, eu não vivo. Se eu não tomo decisões, eu não descubro o meu mundo interior e nem o mundo exterior. Por medo da reação do outro calamos o que pensamos e o que sentimos. Deixamos de ser autênticos. Deixamos de perseguir os nossos objetivos. Deixamos a vida de lado, que a vivam os valentes!

Viver tem consequências

De fato, como resultado dessa culpa que nos esmaga e nos limita, muitas vezes voltamos atrás. Tentamos reconstruir esse relacionamento quebrado apenas para evitá-la, sem qualquer fé de que ele possa prosperar. Deixamos a vida de lado para que a vivam aqueles que têm a suficiente coragem e força mental para agir e suportar as consequências do que decidirem.

Mulher observando janela em trem

Não podemos permitir que os demais aumentem nossa carga com suas vidas; também não podemos fazer isso de maneira voluntária. É um sacrifício de frutos estéreis que só prolonga o deserto e alimenta as miragens.

Isso impede experiências… experiências necessárias para crescer, para aprender, para sermos adultos, para sermos mais ricos mentalmente. Todas as nossas experiências dão qualidade ao nosso crescimento. Sofrer faz parte da vida, e ninguém pode tirar algo que é parte dela apenas por uma culpa limitante que tem sua origem em um pensamento totalmente errado.

Assim, que não seja a culpa que te obrigue a ficar, se não for o que você quer. A outra pessoa também merece que você seja autêntico e honesto com ela.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.