Dança emocional, um lindo baile com as pessoas que levamos na pele

Dança emocional, um lindo baile com as pessoas que levamos na pele
Raquel Aldana

Escrito e verificado por a psicóloga Raquel Aldana.

Última atualização: 14 dezembro, 2021

Ser feliz ao lado de alguém significa que o tempo para em uma verdadeira dança emocional, mesmo que os ponteiros do relógio sigam o seu curso. Não significa que não existam dias ruins ou menos bons, mas o tempo passado junto com essas pessoas nos ajuda a recarregar a bateria de energia vital.

O envolvimento dos seus abraços tem um nome doce e o coração bate com ternura quando pensamos nos momentos compartilhados. Há pessoas que levamos na nossa pele e no coração. São conexões que nos ancoram à vida e que nos fazem sentir realmente vivos, queridos e imprescindíveis.

Rodear-nos de pessoas que são pontos cardinais contribui para aumentar a nossa empatia, um tipo de sensibilidade que possibilita a compreensão de nossos estados internos e dos outros, assim como da realidade que nos acompanha. No entanto, a empatia começa a se desenvolver de maneira individual para posteriormente dar lugar a uma dança compartilhada. Vamos ver isso em detalhes…

A empatia é desenvolvida em primeira pessoa

A empatia da qual falamos com frequência começa na exigência de uma pessoa por conhecer a si mesma, por ter consciência das próprias emoções e pela busca e conquista da habilidade do autocontrole.

Isso quer dizer que, além de nos darmos conta de quais são as emoções que estão presentes em nós em uma determinada situação, temos que evitar que elas nos transbordem. Se queremos empatizar com os outros, não podemos estar inundados pelos nossos estados de ânimo.

O famoso psicanalista Sigmund Freud afirmou que “quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, se convence de que os mortais não podem ocultar nenhum segredo. Aquele que não fala com os lábios, fala com as pontas dos dedos: nós nos traímos por todos os poros“.

Tanto é que, como Goleman observou, podemos entender a empatia como nosso radar social. Este processo de conexão com as experiências internas dos outros nos permite não viver nossos relacionamentos de forma automática e evitar assim os estereótipos.

Amigas tomando um café juntas

A dança emocional biológica entre duas pessoas que têm empatia

O processo de conexão entre as pessoas que se amam foi estudado por Robert Levenson, da Universidade da Califórnia.  Os casais que entravam no laboratório tinham que estabelecer dois tipos de conversas: uma de tom neutro (como foi seu dia?) e outra em que houvesse algum tipo de desentendimento entre o par.

Enquanto isso, Levenson e sua equipe extraíam diferentes índices, como o ritmo cardíaco ou a expressão facial. Quando os casais empatizavam com o que o outro sentia, o corpo de um imitava o do outro, os ritmos cardíacos batiam em uníssono e as expressões faciais estabeleciam um tipo de dança sutil que enquadrava a interação.

Em outras palavras, em situações de verdadeira empatia é estabelecida uma dança emocional biológica que recebe o nome de “entrainment”. Esta sincronização é a chave para ter sucesso em nossos relacionamentos.

Casal conversando sobre música e dança

É um presente ter pessoas com quem podemos contar todos os dias, pessoas que nos compreendem e que compreendemos. No entanto, com base no que foi dito anteriormente, não podemos esquecer que a empatia começa conosco e com a exploração de nossas emoções.

Dançar emocionalmente com outra pessoa é, sem dúvida, um ponto de ancoragem para todos nós. Essa sensação é estabelecida com base na memória da nossa pele, porque no final a epiderme é a camada mais profunda do nosso substrato emocional. Se alguém se move nela, essa pessoa entrou na nossa vida para ficar…


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.