Decisões: até onde você vai?
Constantemente estamos tomando decisões, grandes ou pequenas, certas ou arriscadas. Decidir não agir, inclusive, também é uma decisão que traz suas consequências. Ao decidir, estamos exercendo nosso máximo direito: o livre arbítrio. Esse que ninguém pode nos tirar, nem na mais terrível das circunstâncias, porque sempre, por mais restritas que sejam as alternativas, temos uma margem de decisão.
Nas nossas decisões são refletidas nossas crenças, nossos valores, nossas atitudes e aptidões, e até nossa autoestima. Através delas nos tornamos os criadores de nossas condições de vida, os artesãos do nosso destino. Em nossas mãos reside parte das possibilidades de chegar a ser o que realmente queremos ser, ou de nos tornarmos uma pobre versão de nós mesmos.
Sem pressa, mas sem pausa
Há algumas decisões que são fáceis de tomar, enquanto outras podem nos tirar o sono, seja porque temos muitas opiniões e não sabemos qual seguir, seja porque pensamos antecipadamente nas possíveis consequências das mesmas.
Quando se trata de decisões difíceis, é vital saber o que realmente se quer, o que gera um processo e uma busca dentro de nós mesmos. O que parece tão fácil, na verdade não é, pois implica munir-se de valentia e honestidade para silenciar tantas “vozes” enganosas que não refletem nossa essência, mas que são o produto de condicionamentos que se produziram ao longo de nossa vida.
Quando finalmente se produz silêncio em nosso interior e escutamos nosso coração, o que surge pode nos assustar, pois pode significar que tenhamos que nos desfazer de estruturas que até então eram nossa base e nossa segurança, tais como: uma carreira, amizades, relações, um casamento… que talvez passem pela necessidade de buscar a aprovação dos demais e de cumprir expectativas alheias, ou de buscar a segurança material e também de evitar os riscos ou as críticas. Mas vale a pena se arriscar, enfrentar nossos medos e seguir nossa intuição, já que os inevitáveis erros no caminho podem ser corrigidos. Em contrapartida, autocondenar-se e viver uma existência medíocre é sempre um triste destino.
Como tomar decisões?
Para ajudá-lo a navegar neste tenebroso mar da tomada de decisões, propomos o seguinte guia, que irá ajudá-lo passo a passo até chegar ao seu porto seguro:
1. Elabore a decisão que quer tomar, escrevendo uma descrição mais específica e sucinta possível. Você pode elaborar uma composição de imagens do que quer conseguir. Isto pode ser fonte de inspiração e ajudar a visualizar mais claramente a sua meta.
2. Identifique o problema ou a necessidade que torna difícil tomar a decisão, anotando suas inquietudes sobre a mesma e os fatores que a tornam complexa.
3. Formule um objetivo que queira alcançar, colocando por escrito as possíveis consequências da decisão e o que quer conseguir com ela. Considere o que realmente é importante para você e ao que você está disposto a renunciar, levando em conta seus valores.
4. Identifique os recursos que podem ajudá-lo a tomar a decisão, como pessoas ou organizações que podem dar-lhe uma mão, seja fornecendo informações, preparação, empatia ou conselhos sábios .
5. Explore outras opções, outras decisões que poderia tomar ou outras coisas que poderia fazer. Faça uma lista para ver a situação a partir de diferentes ângulos, a qual possa aportar ideias valiosas. Adicione a esta lista inclusive aquelas “ideias loucas” que não convencem agora, mas que talvez ao longo do tempo o farão…
6. Pondere as alternativas, relevando as consequências positivas e negativas de cada uma.
7. Tome a decisão, escolhendo a opção que se adapta melhor a você.
8. Decida quais ações você irá empreender a partir da decisão tomada.
9. Avalie sua decisão, revisando como você se sente a respeito.
Está claro que tomar decisões é um processo complexo, por todos os fatores que estão em jogo e porque ninguém nos ensina a fazê-lo, mas aplicando estes conselhos e conectando-se com sua fonte interna de sabedoria e inspiração, poderá obter a melhor recompensa… alcançar seu sonhos.
Imagem cortesia de Pablo Fernández