Como a depressão afeta a relação entre mãe e filho

Como a depressão afeta a relação entre mãe e filho

Última atualização: 23 dezembro, 2016

“Nenhum idioma pode expressar o poder, a beleza e o heroísmo do amor de uma mãe”. Essa preciosa frase de Edwin Chapin está cheia de verdade e força. Entretanto, o que acontece quando a depressão afeta a relação entre mãe e filho? Existe alguma coisa que possamos fazer?

Apenas uma mãe e seu próprio filho conhecem os laços que os unem. São poderosos, fortes, inabaláveis se ambos estão realmente decididos e o amor é sincero. No entanto, há muitos fatores externos e internos que podem afetar essa união tão poderosa.

Não há dúvidas de que a depressão é uma das doenças mais temidas do nosso tempo. A incompreensão e a solidão são duas realidades que infelizmente pioram essa condição. E este problema em uma mãe é extrapolado para todo o seu entorno, especialmente a seus filhos, que podem sofrer com mais intensidade do que se fosse seu próprio problema.

A influência do progenitor na relação entre mãe e filho

A influência que os pais exercem sobre os seus filhos é crucial para o seu desenvolvimento. O humor de uma mãe tem uma enorme força que será de suma importância nos primeiros dias da criança.

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Após o nascimento de uma criança, é comum encontrar mães com medo. Na verdade, isso pode chegar a ser transformado em uma regressão psíquica que afeta diretamente o bebê. É o momento de recuperar e superar a situação, mas nem todas conseguem.

Se a depressão se estende ao longo do tempo, o ambiente vai afetar diretamente a relação entre a mãe e o filho e o desenvolvimento da criança. O filho sofrerá e tentará agradar as demandas de sua mãe acima de reclamar ou se preocupar com que as dele sejam atendidas.

Estudos sobre o efeito da depressão na relação entre mãe e filho

Donald Winnicott, um famoso psicanalista inglês, foi uma das figuras mais determinantes no tratamento da depressão nas mães e no estudo de seus efeitos sobre os filhos. Na verdade, seu interesse se duplicou quando uma mulher chegou a sua consulta preocupada com a perda de peso da sua criança.

O que chamou a atenção de Winnicott foi o fato que aquela mãe estava deprimida. Além disso, ele identificou que a preocupação pelo seu pequeno dotava a mulher de alívio, algo que distanciava sua mente de outros preocupações habituais.

Através do contato com o menino, ele descobriu que aquela mulher era abusada pelo seu marido. Um marido que “cuidava” da sua autoestima e da sua felicidade às custas da dor e do sofrimento da sua esposa. E essa criança só voltou a comer após ter se dado conta da sua situação familiar.

No entanto, apesar da melhoria da criança, Winnicott recomendou que sua mãe recebesse tratamento psicológico, pois tudo isso, por sua vez, iria repercutir positivamente na melhoria do seu filho.

Como é uma mãe deprimida

Uma mãe deprimida desconecta seu impulso vital e priva seu filho da afetividade de que ele tanto precisa. Por isso o comportamento da criança pode ser alterado. Nesse artigo contamos sobre o caso de uma criança que deixou de comer, mas os efeitos podem ser variados.

Se uma criança não recebe segurança e carinho por parte das suas figuras de referência, ela criará um “eu” falso que a levará a cumprir os desejos dos outros e a satisfazer os outros em vez do seu verdadeiro “eu”.

Todo esse processo pode levar a crianças com verdadeiras incapacidades de se relacionar com seus colegas e seu entorno. Sabe-se de casos de bebês que até deixaram de rir de maneira natural. Eles simplesmente mantêm o gesto para agradar.

Como melhorar a relação entre mãe e filho diante de uma depressão

A depressão é uma doença complexa e difícil de ser resolvida. No entanto, uma mãe atingida por essa condição precisa de uma grande dose de força de vontade e ânimo para sair dela. O carinho pelo filho será um dos elementos que podem ajudá-la a sair desta.

Também é importante saber que não somos deuses. Apesar de sermos pais, não sabemos de tudo. Além disso, nem os nossos filhos, apesar de terem as questões materiais resolvidas, estão isentos de conflitos. Temos de encarar tudo isso e ajudar os nossos pequenos nesse mesmo sentido.

Temos que dar à depressão sua verdadeira importância. Minimizá-la ou tentar fingir que nada de ruim está acontecendo é um grande equívoco que tem o potencial apenas de piorar a situação. É importante confiar, escutar e compreender.

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É claro que a ajuda psicoterapêutica é indispensável. Um bom profissional pode ajudar a resolver a situação. Ele evitará que ela se torne resistente e aliviará o sofrimento tanto do paciente como dos seus próprios entes queridos, especialmente dos seus filhos.

A depressão pode ser um fator determinante na relação entre mãe e filho, condicionando seriamente o desenvolvimento do pequeno. Por isso é de extrema importância tratá-la de forma conveniente para dar a nossos pequenos toda a felicidade que eles merecem.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.