Desenho universal para aprendizagem: oportunidades para todos

O Desenho Universal para Aprendizagem leva em conta diferentes interesses, habilidades e necessidades de adaptação aos alunos. Contaremos sobre suas principais vantagens.
Desenho universal para aprendizagem: oportunidades para todos
Elena Sanz

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz.

Última atualização: 18 maio, 2023

Nas salas de aula de todas as escolas podemos apreciar desempenhos e habilidades muito diferentes. Isso não se deve apenas às suas diferentes habilidades; tem muito a ver também com a forma de ensino e como o aluno acessa o material e mostra o que sabe.

Os estilos acadêmicos tradicionais favorecem a memorização e aquelas crianças que têm boa memória, mas também prejudicam outros alunos. Assim, o Desenho Universal para a Aprendizagem marca uma linha de ação para mitigar este último efeito.

Embora seu nome possa ser enganoso, essa abordagem não busca criar um estilo educacional comum e útil para todos os alunos. Pelo contrário, procura ser flexível e adaptar-se às diferentes capacidades e necessidades de cada um. Assim, o que é verdadeiramente universal são as oportunidades de progressão, que são oferecidas a todos os alunos de forma igualitária.

Se você quiser saber mais sobre isso, convidamos você a continuar lendo.

Professor com alunos em sala de aula
Um dos objetivos do DUA é ativar as diferentes redes cerebrais nos alunos.

O que é o Desenho Universal para Aprendizagem?

O Desenho Universal para a Aprendizagem (UDL) é um modelo pedagógico que, baseado na neurociência, na pesquisa e na prática educacional, busca adotar uma abordagem inclusiva. O principal objetivo é remover as barreiras que podem dificultar o aprendizado e oferecer múltiplas formas de proceder para que todos os alunos possam interagir com as informações de maneira confortável e eficaz para eles.

A ideia é que todas as pessoas tenham a oportunidade de aprender e desenvolver seu potencial educacional. E isso, claro, não pode ser alcançado sem levar em conta as diferentes condições pessoais, sociais, econômicas ou culturais de cada aluno.

Claro, o modelo é especialmente benéfico para certas minorias, como imigrantes, pessoas com deficiência ou mesmo estudantes com altas habilidades. Mas, na realidade, beneficia todos os alunos, uma vez que tem em conta os seus interesses, as suas preferências, as suas capacidades e as suas necessidades para os manter motivados e permitir o seu desenvolvimento.

Vamos pensar em algo tão simples quanto os sistemas de representação (ou seja, as diferentes maneiras pelas quais as pessoas entendem e processam o mundo). Há aqueles que aprendem melhor por meio de imagens e referências visuais, outros que preferem ouvir uma explicação em voz alta e outros que precisam experimentar com as próprias mãos. Assim, por exemplo, se uma abordagem educacional for muito auditiva, visual e cinestésica, as pessoas podem se sentir muito inúteis ou inábeis.

Além disso, há crianças que precisam estar em movimento enquanto aprendem (por exemplo, aquelas com TDAH ) e outras que precisam de suporte pictórico (como no TEA). Outros, como alunos superdotados, precisam de autonomia e oportunidades para serem espontâneos, curiosos e tomarem iniciativa. Em resumo, assim como os alunos são diversos, as oportunidades também devem ser.

Princípios fundamentais do Desenho Universal para Aprendizagem

Esse modelo busca que os professores enriqueçam o currículo escolar, flexibilizem o processo ensino-aprendizagem e foquem o ensino, considerando a diversidade do começo ao fim. Assim, leva em consideração três princípios básicos:

Implicação e participação

Refere-se ao “porquê aprender”, ou seja, à motivação dos alunos. Para incentivá-la e mantê-la interessada, é importante criar dinâmicas participativas e ativas, atribuir tarefas relevantes e adotar uma abordagem lúdica. É importante que as atividades sejam variadas para que possam refletir os interesses e preferências de cada aluno.

Representação

Refere-se à maneira pela qual os alunos podem acessar o conhecimento. Ou seja, o formato em que as informações são apresentadas. Nesse sentido, é interessante oferecer diversos suportes, como instruções lidas em voz alta, explicações gráficas e opções de exercícios práticos.

Em geral, devem ser consideradas possíveis deficiências, falta de conhecimento do idioma, problemas de aprendizagem e preferências perceptivas, entre outros aspectos.

Ação e expressão

Este último elemento fala sobre como os alunos podem interagir com o material para construir a aprendizagem e mostrar o que aprenderam. Assim, as avaliações têm de ser desenhadas segundo diferentes formatos, uma vez que um exame escrito não será a melhor opção para todos. Um teste verbal, uma encenação, um vídeo ou uma apresentação gráfica podem ser boas alternativas.

professor com alunos

Oportunidades para todos

Em suma, o desenho universal da aprendizagem busca adequar o modelo educacional aos alunos, e não o contrário. Baseia-se na multiplicidade de opções, suportes, abordagens e estratégias para acomodar interesses, habilidades e necessidades individuais.

Com isso, elimina-se a injustiça de usar modelos unitários e reduz-se o estigma de segregar ou diversificar os alunos. Se várias opções forem oferecidas desde o início, todos poderão escolher aquela que funciona melhor para eles e, assim, ter as mesmas oportunidades de progresso educacional.


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  • Alba Pastor, C. (2019). Diseño Universal para el Aprendizaje: un modelo teórico-práctico para una educación inclusiva de calidad. Participación educativa.
  • Navarrete-Torres, A. (2019). Situaciones de aprendizaje desde la inclusión, para Altas Capacidades (Master’s thesis). Universidad Internacional de La Rioja.

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