Dominância cerebral segundo os quadrantes de Herrmann: qual é o seu?
O teste da dominância cerebral de Herrmann é um instrumento de 120 perguntas usado para averiguar como cada um processa a informação e qual é o seu estilo particular de aprendizagem. Dentro deste modelo curioso, o cérebro apresenta quatro quadrantes. Em geral, todos apresentamos uma certa pré-disposição a alguma destas tipologias.
É muito possível que algum de nossos leitores tenha realizado este teste em alguma ocasião. Porém, cabe dizer que ele não é muito comum. O “Herrmann Brain Dominance Instrument” (HBDI) não apresenta validade a partir de um ponto de vista neurológico, e mais, muitos cientistas dizem que ele faz parte do que costumamos chamar de “psicologia pop”.
“O cérebro não é um copo para encher, mas sim uma lâmpada para acender.”
– Plutarco –
O tema da dominância cerebral e da lateralização é muito controverso. Por exemplo, este instrumento explica que a criatividade se localiza exclusivamente no hemisfério direito. Vale dizer que este dado não é totalmente correto, visto que os processos criativos, na realidade, fazem uso de todo o cérebro em uma neuroatividade sofisticada e maravilhosa.
Isso quer dizer que o teste da dominância cerebral de Herrmann não serve para nada? De forma alguma. Há um aspecto que o torna valioso e, por isso, é recomendável trazê-lo ao nosso espaço. Este teste parte de uma premissa importante: cada pessoa tem um modo particular na hora de processar a informação, de transformá-la, de induzir dados, de interpretar.
Isso fica muito claro quando observamos vários alunos de uma mesma sala estudando ou inclusive quando nós mesmos estamos trabalhando. Há quem seja mais meticuloso, conservador, outros são inovadores, alguns são mais visuais e outros processam melhor a informação de forma auditiva ou comunicativa… Tudo isso se enquadra na hipótese que é manuseada no teste de Herrmann, e essa é a classificação que ele pode nos oferecer.
A dominância cerebral no teste de Herrmann
Antes de falar deste instrumento desenvolvido nos anos 90, vale a pena falar de seu criador, o professor Ned Herrmann. Foi presidente da Associação Americana da Criatividade e um dos pioneiros em matéria de pensamento e raciocínio criativo. Especializado na física e na música, trabalhou desde bem cedo na General Electric com um objetivo: melhorar a produção, a motivação e a criatividade dos funcionários.
Para isso, o senhor Herrmann analisou os diferentes estilos de pensamento e de aprendizagem de todos os trabalhadores criando, com isso, um mapa cerebral. A partir daí, desenvolveu a teoria dos quadrantes cerebrais para enunciar 4 tipologias, quatro formas diferentes por meio das quais as pessoas, supostamente, costumam aprender, pensar, criar, interagir e entender a realidade.
Esta dominância cerebral se descreve da seguinte forma:
Tipo A: pessoas analíticas
Ned Herrmann os chamou de especialistas. É um perfil caracterizado por um estilo de pensamento lógico, analítico e mais técnico.
- São pessoas muito racionais que inferem dados a partir de fatos concretos.
- As pessoas analíticas costumam ser mais competitivas e individualistas, além de inteligentes, irônicas e com um grande senso de humor.
- As atividades mais associadas a este tipo de dominância cerebral são as relacionadas com a matemática, física, engenharia, química…
Tipo B: o estilo organizador
Assim como a própria palavra explica, estamos diante de um tipo de perfil organizado, amante da ordem e da meticulosidade.
- Não realizam nenhuma ação sem ter planejado antes, gostam de tudo aquilo que seja previsível, conservador, e que fique sob o seu controle.
- Em geral, neste quadrante podem estar os diretores de empresas, os gerentes, os contadores…
Tipo C: o relacional
O tipo C faz referência à dominância cerebral que tende a emotividade, à necessidade de se conectar com os outros, de se relacionar para desfrutar do contato social com o qual se sentir útil, dar e receber.
São pessoas que sabem comunicar, que são espontâneas, extrovertidas, e que em geral costumam preferir trabalhos como jornalismo, a enfermagem, o trabalho social, a advocacia, etc.
Tipo D: o experimental
O quarto perfil deste teste sobre a dominância cerebral faz referência àquela personalidade caracterizada por uma mentalidade holística. São perfis visuais, espontâneos e altamente criativos.
São pessoas que gostam de experimentar e inovar, ainda que isso tenha algum risco associado. Sempre olham para o amanhã, mas tentam aprender com o presente para poder chegar mais longe dia após dia.
Assim, as profissões que costumam englobar o tipo D são os arquitetos, escritores, músicos, pintores, desenhistas, etc.
Para concluir, depois de ter visto estes quatro tipos de teste de dominância cerebral de Herrmann, é possível que mais de uma pessoa não se identifique com uma só área. Isso é comum. De fato, as estimativas sobre o Herrmann Brain Dominance Instrument (HBDI) dizem que quase 60% da população costuma ter características em mais de uma destas quatro áreas.
Ainda, é importante ressaltar que nenhuma dominância é melhor do que a outra e que elas não determinam e nem predizem nada. Só indicam que orientação costumamos ter na hora de interagir com nosso entorno, ou nosso estilo para processar os dados que chegam dele. Este é, apenas, um modo simples de nos conhecermos um pouco mais.