Dysania: a razão pela qual é difícil se levantar da cama

O corpo das pessoas com dysania as convida a continuar dormindo, mesmo sabendo que devem se levantar.
Dysania: a razão pela qual é difícil se levantar da cama
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Há dias em que o som do despertador de manhã é uma verdadeira tortura. É tão difícil nos levantarmos da cama que dizemos “mais dez minutos”, damos 1, 2, 3… voltas até o próximo alarme tocar, e ele soa como um estrondo para nós, que gostaríamos de nunca mais ouvi-lo. Este fenômeno tem a ver com a dysania.

A dysania pode explicar por que às vezes gostaríamos de ficar na cama o dia todo. Sim, há dias em que, embora o alarme toque e nos lembre e nos empurre a acordar para cuidar de nossas ocupações, não sentimos motivação para começar.

Todos nós já tivemos dificuldade para acordar em algum momento, mas nem sempre se trata de dysania. Continue lendo este texto e você descobrirá o que é essa condição, como identificá-la e como combatê-la.

“Às vezes sentimos que o cansaço e o sono tomam conta de nós, tanto que não conseguimos nos levantar para começar o dia”.

O que é dysania?

Dysania é um termo pouco conhecido que se refere a quando as pessoas acham difícil se levantar da cama. Por si só, não é uma indicação de que haja um distúrbio; quando há dysania, esta é acompanhada por mais sintomas.

A dysania caracteriza aquelas pessoas que não se sentem capazes de sair da cama no momento em que deveriam se levantar. No entanto, este é um sintoma que deriva de alguma outra condição. Geralmente ela está relacionada a problemas de natureza física ou emocional.

Mulher desligando despertador

Com quais distúrbios a dysania está associada?

A dysania pode estar ligada a distúrbios do sono. Pode ocorrer devido à insônia ou alterações no ciclo de vigília do sono. Acima de tudo, pode acontecer com pessoas que trabalham em turnos ou têm muitas preocupações que alteram e dificultam os momentos de descanso.

A dysania também é associada a distúrbios afetivos. Pode ser um produto da ansiedade, baseada em preocupações excessivas com o futuro. E, como sugere o psiquiatra Mark Salter, do Royal College de Psiquiatras, “é um comportamento que às vezes é observado naqueles que sofrem de um transtorno depressivo maior”. De fato, é o distúrbio mais comum associado, juntamente com os do sono.

Como identificar a dysania?

Para começar, a dysania se distingue de uma simples falta de motivação para se levantar que ocorre esporadicamente. Essa condição – para ser considerada como tal – deve ser constante; além disso, pode estar acompanhada pelos seguintes sintomas:

  • Necessidade de voltar para a cama imediatamente após deixá-la.
  • Forte preocupação da pessoa ao pensar em ter que se levantar.
  • Constante sensação de cansaço ou fadiga.
  • Mau humor.
  • Irritabilidade.
  • Falta de apetite sexual.
  • Abulia, ou falta de capacidade de fazer alguma coisa.
  • Estar sob pressão.

Além disso, a dysania implica um desconforto significativo na pessoa que a sofre. Ou seja, afeta diferentes âmbitos: familiar, social, profissional e de casal.

A dysania não está classificada como um distúrbio, podemos chamá-la de sintoma. Dessa forma, pode estar associada a algum outro distúrbio, mas não constitui um por si só.

Como combatê-la?

O primeiro passo para combater a dysania é identificar que ela realmente está presente. Para isso, é muito importante considerar o fator tempo.

Portanto, se você acredita que pode ter este problema, pode se perguntar: a minha falta de motivação para levantar é esporádica ou é uma situação que se mantém ao longo do tempo? Além disso, esteja sempre atento a quais outros sintomas estão presentes.

Homem que sofre de dysania

A dysania é um sintoma que, juntamente com outros, pode constituir o quadro de um distúrbio. Como mencionamos anteriormente, os mais comuns são transtornos do humor ou do sono. Assim, para enfrentá-la, podemos:

  • Recorrer a um especialista. Para nos ajudar a estabelecer o que está acontecendo conosco e nos orientar a encontrar uma solução. O psicólogo, psiquiatra ou médico podem ser profissionais adequados, pois são especialistas em lidar com esses assuntos.
  • Conhecer a si mesmo. Isso faz com que seja mais fácil descobrir de onde vem o problema. Isso implica não apenas estar atento às mudanças emocionais, mas também às mudanças físicas.
  • Revisar nossos hábitos para melhorar a higiene do sono. O que fazemos antes de dormir? Mantemos uma rotina de horário? Nos exercitamos para evitar um estilo de vida sedentário?
  • Regular o quanto se dorme. Você, mais do que ninguém, sabe de quanto tempo precisa para descansar. Você está se excedendo?
  • Viver o aqui e o agora. Por que nos preocuparmos com o passado se não podemos fazer mais nada, ou por que ficarmos pensando no que pode acontecer se ainda não é o momento? Viver o momento presente ajuda a reduzir a ansiedade e a depressão.
  • Fazer exercício físico. Isso ajuda a elevar os níveis de endorfinas, hormônios maravilhosos que aumentam a sensação de bem-estar.
  • Não se sobrecarregar. Às vezes é importante deixar fluir; você não pode cuidar de tudo, deixe ir o que lhe faz mal.

Levantar-se não é uma tarefa fácil quando o estresse toma conta de nós. No entanto, podemos enfrentá-lo. Agora, não exagere! De tempos em tempos, não é errado querer dormir muitas horas por se sentir exausto e sobrecarregado. Fazemos isso simplesmente para desconectar.

Agora, quando esse desejo de desconexão se torna constante e é acompanhado por um desconforto significativo, é bom parar e tentar entender o que acontece. Para isso, podemos procurar ajuda ou estabelecer nossas próprias estratégias para melhorar.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.