Como podemos enfrentar o fim de um relacionamento?

Como podemos enfrentar o fim de um relacionamento?
Adriana Díez

Escrito e verificado por a psicóloga Adriana Díez.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

O que fazer com as lembranças que construímos? Onde guardar a vontade que restou de continuar tentando? O que fazer com o amor que ainda sobrou para dar? Como enfrentar o fim de um relacionamento, esse fim que não desejávamos, mas que chegou sem avisar?

Terminar uma relação não é agradável, ainda mais se não fomos nós que tomamos essa decisão. As lembranças, a saudade e a tristeza começam a aparecer, e com elas, perguntas como as anteriores.

Sem querer, podemos mergulhar em uma espiral de abandono e mal-estar, algo como um estado de imobilidade, onde nada representa tudo o que queremos fazer.

Um término simboliza uma perda, um luto, um final, talvez inesperado ou, pelo menos, indesejado, que nos deixa inseguros e sozinhos diante de um futuro que vemos como incerto nesse momento.

As separações são bem complicadas para a pessoa que não tomou essa decisão, mas não são impossíveis de superar.

As crenças de que ela nunca mais vai poder ser feliz e de que ninguém mais vai aparecer na vida dela são muito comuns neste tipo de situações, mas são só dúvidas e inseguranças, fruto da decepção e do sofrimento vividos. Além disso, também são parte do processo que ela deve atravessar para se curar.

Pois bem, o que fazer quando aparece o ponto final em uma relação? A melhor opção, apesar de parecer um pouco contraditória, é não fazer nada. Ou seja, deixar que o processo continue o seu curso natural.

É normal a necessidade de parar, ter um tempo para refletir e, por esse motivo, é melhor fazer isso com calma e sozinho. Só assim favorecemos uma adequada introspecção, um sincero e, às vezes, doloroso olhar para o nosso interior.

Uma vez conectados a nós mesmos, o seguinte passo será a abertura para as emoções que experimentamos, sejam de raiva, tristeza, ódio ou qualquer outra coisa.

O importante é escutá-las para, pouco a pouco, liberá-las, ir respondendo as nossas perguntas e, ao mesmo tempo, enfrentar os medos.

Isso não é algo que acontece em um, dois ou três dias, e também não na primeira semana. É um processo lento que requer consciência e preparo, e vai variar dependendo de cada pessoa.

Mulher sofrendo com o fim de um relacionamento

O que fazer com as lembranças que ficam?

O que fazer com tudo que foi vivido com a outra pessoa? Nada. Não devemos fazer nada.

A separação é uma parte do caminho que devemos percorrer, mas as lembranças nos pertencem. São vivências que não devemos perder, porque fazem parte do que somos agora.

Pode ser que, no começo, elas causem dor, porque acreditávamos que não haveria final, mas elas estão aí e, com o tempo, vamos dar a elas um espaço e situá-las em um lugar que mereçam, uma caixinha que, ao abrir, gere emoção, mas controlável e saudável.

É verdade que, às vezes, insistimos em acelerar o processo e desejamos respostas imediatas. Porém, ao invés de avançar, acabamos retrocedendo. Devemos dar tempo às emoções para que elas se transformem.

Por isso, se deixarmos que tudo siga o seu curso, pode ser que vá se resolvendo pouco a pouco, sempre e quando não tenha sido uma relação tóxica demais. Quando damos espaço à razão, podemos perceber que tudo não era tão maravilhoso e que, realmente, deixar essa relação foi o melhor que poderia ter acontecido.

Parar de dedicar o nosso tempo a alguém que não nos ama ou prefere não dividir o seu tempo conosco dá a oportunidade de estarmos sozinhos para nos conhecermos, nos cuidarmos e, talvez, para encontrarmos outra pessoa que deseje a nossa companhia.

Quando a tempestade passa e as emoções se acalmam, aprendemos a nos escutar e nos permitimos ter tempo e espaço. Percebemos que não é o final, mas o começo de uma nova etapa.

Mulher andando em trilho de trem

Quanto tempo pode durar a dor do fim de um relacionamento?

A cura da dor de uma separação depende de cada pessoa. Não existe um tempo determinado para isso; quanto mais nos esforçamos para não pensar, não lembrar, fazer mil coisas para não estar sozinhos, ou reprimir as lágrimas, mais atrasamos este processo.

Não esqueçamos que chorar a perda e estar sozinhos é fundamental para fechar e curar as feridas, para recuperar as forças e nos reconstruirmos novamente.

“É doloroso se despedir de alguém que não queremos deixar ir, mas é mais doloroso pedir a ele que fique, quando o que ele quer é ir embora”.

O tempo dedicado ao controle das nossas emoções possibilita a superação. No entanto, se o estado de apatia e tristeza se alongar no tempo, é recomendável consultar um especialista.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.