Os três erros emocionais que limitam a felicidade
O bem-estar, assim como o equilíbrio interior, não é algo que mude por si próprio. As emoções condicionam a qualidade de vida e influenciam nossas decisões e escolhas. Assim, é importante conhecer os erros emocionais que limitam a nossa felicidade para começar a combatê-los.
O próprio Daniel Goleman disse, em seu livro ‘Como Ser Um Líder’, que pelo menos 80% do sucesso que nós alcançamos em nossa vida depende da habilidade de controlar as emoções.
Ele não se refere exclusivamente a alcançar um cargo de importância nas esferas profissionais. Não se trata tampouco da habilidade de nos convertermos em pessoas de referência, ou em sermos gurus indiscutíveis em determinadas competências.
“Pode ser que o que fazemos não traga sempre a felicidade, mas se não fizermos nada, não haverá felicidade”.
– Albert Camus –
Falamos, em essência, de algo mais simples: de ser feliz. Porque a felicidade, e isso nós acabamos descobrindo cedo ou tarde, não aparece um dia na porta de casa em companhia do carteiro. A felicidade é um estado interior que deve ser trabalhado diariamente como um delicado jardim.
Devemos eliminar as ervas ruins, devemos plantar determinadas sementes, devemos podar com acerto alguns galhos e não outros, e devemos saber acrescentar os nutrientes certos na terra.
Sabendo disso, ser competente em matéria de inteligência emocional pode facilitar muitos caminhos. Em algumas ocasiões, longe de agir com essa prudência de quem já adquiriu boas ferramentas neste saber, nos deixamos levar.
Limitamo-nos a ir cegamente, agindo por instinto e apoiados, quase sempre, em uma educação ineficaz relacionada às emoções e sentimentos.
Três erros emocionais que limitam a sua felicidade: a negação
Vejo que você não conseguiu, como você se sente, tem certeza de que está bem? É sério que você não está bravo? Tem certeza de que não está acontecendo nada? Você me garante que o que aconteceu não importa? Devemos simplesmente esquecer o que aconteceu?
Estes são apenas alguns exemplos da ampla lista de questões que estamos acostumados a enfrentar no dia a dia, e das perguntas que respondemos habitualmente do mesmo modo: “Não está acontecendo nada, está tudo bem”.
Ocultar ou negar os sentimentos é uma reação quase normal em muitos de nós. Este é, sem dúvida, um dos piores erros emocionais que limitam a nossa capacidade de sermos felizes.
Nem sempre podemos ser transparentes, mas poucos princípios de higiene pessoal são tão relevantes quanto praticar a assertividade emocional. Porque reprimir ou dissimular o que dói não nos deixará mais fortes nem mais competentes. Ao contrário, irá nos rompendo pouco a pouco.
Lembremos que nós somos pessoas, que não somos como o mar e as ondas, que se quebram todos os dias sem reclamar. Nós temos o direito e o dever de evidenciar aquilo que dói, de nos queixar, de ser sinceros.
Fugir dos sentimentos incômodos
Existem emoções das quais ninguém gosta. Sentimentos que incomodam, que deixamos de lado porque não os toleramos em nossas vidas. A raiva, a frustração, a decepção, a angústia, etc. Optamos por colocá-los em um canto porque, além de não agradarem, não sabemos o que fazer com eles.
Esquecemos algo que Antônio Damasio, o famoso neurologista, costuma dizer. Somos seres emocionais que um dia aprenderam a pensar. Não somos máquinas que, um dia, perceberam que podiam sentir.
Portanto, o ato de dar espaço às emoções, de deixar que elas fluam e encontrem o seu lugar, é um modo de aceitarmos a nós mesmos e investirmos na nossa saúde mental.
Eu tenho que ser feliz!
O terceiro dos erros emocionais é uma necessidade muito em alta atualmente: a obsessão por ser feliz. Perseguimos a felicidade como quem embarca em uma viagem sem destino. Como quem vai às compras e não sabe o que comprar, como quem sente um vazio imenso que quer preencher.
Essa angústia, a de intuir que falta algo, nos leva a uma simulação de felicidade que não preenche nem satisfaz. Ao contrário, em alguns casos, só traz mais frustração.
Paremos por um instante, apenas um momento para respirar e refletir. O que fazemos frequentemente é nos contentar com simples gratificações, sem investir realmente em um projeto sólido. Esse projeto não é outro diferente de nós mesmos.
Poucos erros emocionais são tão graves quanto procurar fora aquilo que deve estar em nosso interior. Entender isso vai nos evitar grandes sofrimentos.
Trabalhemos diariamente nessa delicada joia na qual se fundem a autoestima, o amor próprio, um projeto de vida, a assertividade e a paixão.
Porque toda vida com significado nos aproxima da felicidade, porque todos esses erros emocionais podem ser consertados e corrigidos hoje mesmo, se houver vontade.