Estereótipos e preconceitos: diferenças
Antes de abordar as diferenças entre estereótipos e preconceitos, começaremos definindo cada um deles. Os estereótipos são as crenças que temos sobre as características de um grupo e os preconceitos se referem à avaliação negativa em relação ao grupo. O primeiro possui mais relação com nossa parte cognitiva, o segundo com a parte emocional. Os estereótipos surgem de um conhecimento geral do grupo, o preconceito aparece quando atribuímos essas características gerais a cada um dos membros desse grupo e fazemos inferências que facilitam a aceitação ou a rejeição.
Os estereótipos reduzem nosso gasto de energia a nível mental, uma vez que formam grupos e atribuem características semelhantes por pertencerem a eles. Supõe uma economia de energia que não necessariamente precisa ser negativa, desde que saibamos que é algo geral e faz referência a algumas características gerais, e que em nenhum caso representam uma realidade total nem completamente ajustada.
São apenas grupos amplos que geramos e aos quais atribuímos certas características. O problema aparece quando pensamos que o estereótipo sempre se cumpre ou que isso acontece na maioria dos casos.
Preconceitos, por outro lado, nos falam da parte afetiva ou atitude negativa. Assim como dissemos que ter estereótipos é algo normal e social, os preconceitos implicam uma conotação negativa.
A última parte que nos falta para fechar o círculo é que por trás do estereótipo, que se refere à parte cognitiva e seu correspondente preconceito, apelando à parte afetiva, temos a discriminação. A discriminação fala sobre o comportamento e as ações realizadas para expressar tanto o estereótipo quanto o preconceito, isto é, o que cada um faz.
Qual é o papel dos estereótipos?
A psicologia social tem estudado os estereótipos, como surgem e as diferenças que podemos encontrar entre eles, os preconceitos e a discriminação. As funções que foram encontradas dentro dessa atividade cognitiva são:
- Sistematizar e simplificar a realidade: formar grupos amplos com os quais se pode categorizar e classificar, convertendo mentalmente o mundo, de algum modo, em um lugar mais previsível.
- Defender os valores da pessoa: os grupos permitem atribuir características amplas com as quais é mais fácil fazer comparações do que se fossem feitas uma à uma.
- Manter um certo controle social: ao possuir grandes grupos, é mais fácil controlar o exterior do que se o fizermos por indivíduos.
É possível limitar estereótipos e preconceitos?
Se entendermos que os estereótipos surgem como economia cognitiva, isto é, para facilitar o trabalho de agrupamento e compreensão social, podemos nos beneficiar deles. O que acontece quando são os estereótipos que nos limitam? Bem, acontece que eles nos impedem de descobrir que essas categorias nem sempre são cumpridas, e que, se pararmos para observar os grupos mais de perto, encontraremos diferentes nuances.
Limitar os estereótipos e preconceitos é possível se, em vez de avaliarmos, observarmos.
Os estereótipos não estão presentes para nos limitar; pelo contrário, o que temos que fazer é limitá-los, tratá-los com prudência. Eles nos ajudam a organizar, mas de maneira alguma constituem um modelo sem erro. Os estereótipos, como vimos, também se encontram na base dos preconceitos, portanto, se pudermos limitar os estereótipos, estaremos contribuindo para que os preconceitos não sejam algo determinante para nós.
Mudar um estereótipo ou um preconceito só é possível se nos aproximarmos do grupo e observarmos sem aplicar filtros ou tentando confirmar ideias anteriores. Em vez disso, o objetivo está em tentar desmenti-los, em dedicar nossos esforços para focar ideias e situações que rompam com as ideias anteriores.
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