7 fatores que prejudicam o relacionamento consigo mesmo

7 fatores que prejudicam o relacionamento consigo mesmo
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 29 agosto, 2020

É difícil acreditar que existem fatores que prejudicam o relacionamento consigo mesmo e que você é o responsável por alimentá-los. Afinal, supõe-se que cada pessoa procura o melhor para si mesma.

No entanto, o ser humano é paradoxal e muitas vezes incompreensível, por isso às vezes age de maneiras que vão contra o seu bem-estar.

Em nossa vida adulta, o relacionamento mais importante é aquele que temos com nós mesmos. Supostamente, alcançamos conhecimento e experiência suficientes para agir com livre arbítrio. Uma liberdade que às vezes usamos, consciente ou inconscientemente, tomando medidas que prejudicam o relacionamento consigo mesmo.

Ninguém cultiva deliberadamente um conflito interno. Certamente você, como a maioria das pessoas, está procurando estar bem. E se você está bem, quer estar melhor.

O problema é que existem mecanismos pré-conscientes ou inconscientes que o impedem de atingir este objetivo. Por isso, é importante reconhecer os fatores que prejudicam o relacionamento consigo mesmo. Estes são alguns deles.

“As pessoas costumam dizer que ainda não encontraram a si mesmas. Mas o si mesmo não é algo que se encontra, e sim algo que se cria”.
-Thomas Szasz-

Aspectos que impactam negativamente o relacionamento consigo mesmo

1. Dependência psicológica

A dependência psicológica é um dos fatores que prejudicam o relacionamento consigo mesmo. Nasce de um sentimento de incapacidade, consciente ou inconsciente. A pessoa se vê como alguém que precisa de apoio e proteção, sem perceber que essa necessidade é fictícia e que tudo que faz é restringir, e muito, sua independência.

Às vezes, esses tipos de sentimentos são o resultado de uma criação restritiva. A pessoa nunca foi exposta a situações que realmente colocam sua capacidade à prova: seu ambiente a superprotegeu.

Dependência emocional

2. Não viver no presente

Não viver no presente é uma espécie de alienação. O hoje é o tempo que condensa o passado e o futuro. Tudo que não está no presente só existe em nossa mente, seja na forma de lembranças ou na forma de previsões.

Não ser capaz de se localizar no aqui e no agora fere o relacionamento que você tem consigo mesmo: é um hábito que exige inação. Como o passado e o futuro apenas habitam a mente, o normal é que se abandone a ação e a atenção fique sequestrada na própria dinâmica mental.

3. Sentido excessivo de dever

Na verdade, todos nós colocamos o rótulo de obrigação em muitas tarefas a mais do que aquelas que realmente têm essa natureza. Em muitos casos, esse “tenho que” só existe em nosso mundo imaginário. É apenas uma opção que escolhemos e que não representa nenhuma obrigação.

Isso prejudica o relacionamento com nós mesmos porque, ao aumentar o nível de exigência, os reforços se tornarão mais difíceis de alcançar. Será mais complicado sentirmos, por exemplo, que fizemos um bom trabalho se acreditávamos que tínhamos a obrigação de fazê-lo de uma certa maneira.

Domar os pensamentos negativos

4. Culpa autoimposta

Tem a ver com assumir responsabilidades que não correspondem a você ou construir modelos de comportamento nos quais você se exige mais do que pode dar. Obviamente, é um dos fatores que prejudicam o relacionamento consigo mesmo, porque você acaba sendo um juiz implacável de suas ações e até de seus pensamentos e desejos.

Há muitas coisas na vida que não podemos alcançar. Isso não nos torna maus, mas simplesmente humanos. Não há necessidade de nos culpar por nada. Se cometermos um erro, nós o consertamos. Então viramos a página.

5. Acreditar na sorte

A crença na sorte, superestimar sua influência, também nos torna mais passivos. Ao mesmo tempo, muitas vezes também nos torna mais supersticiosos, usando nossos recursos para empreender ações que não estão realmente associadas ao fluxo dos acontecimentos.

O fato de a sorte desempenhar um papel importante não quer dizer que vamos passar pela vida cumprindo um destino escrito. Não podemos escolher as cartas, mas elas não determinam o curso do jogo.

6. Ter preconceitos

Preconceitos são ideias fixas que nos permitem trabalhar com realidades simples – com poucas nuances – que reduzem nossos gastos cognitivos às custas de aumentar o risco de cometer erros.

São generalizações, muitas vezes assumidas sem críticas, seja porque vêm de pessoas de confiança, de poderosas fontes de influência ou de momentos em que não contávamos com muitos recursos para analisá-las.

Essas ideias preconcebidas afetam o relacionamento que você tem consigo mesmo porque reduzem sua perspectiva e o impedem de avançar. Também alimentam medos que são totalmente imaginários e empobrecem seu círculo social.

7. Obsessão pela justiça

Justiça é um bem que todos nós desejamos. O problema é que se trata de uma instância ou dimensão na qual nem sempre há respostas fáceis. O que é justo para alguém pode não ser para os outros. Isso para não mencionar as vezes em que usamos “justo” e “bom” como sinônimos, quando nem sempre o são.

Quando o interesse pela justiça se torna uma obsessão, é possível que nos tornemos juízes de assuntos sobre os quais não temos competência. Por outro lado, em um processo nem sempre é possível, quando os interesses aparecem em conflito, dar o veredito mais justo para todas as partes.

Todos esses fatores prejudicam o relacionamento consigo mesmo e se tornam obstáculos para alcançar o bem-estar. A boa notícia é que não é tão difícil reverter a situação e adotar perspectivas mais construtivas.


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  • Burns, R. B. (1990). El autoconcepto. Ediciones EGA. Bilbao.


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