FOMO, uma nova face da ansiedade

FOMO, uma nova face da ansiedade
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 23 outubro, 2018

Se você acha que sua vida está se movendo muito rápido, que a sociedade exige que você esteja muito ciente do que seus contatos postam ou publicam nas redes sociais, e se a ferramenta fundamental em sua vida é seu telefone, tablet ou qualquer dispositivo eletrônico, este artigo sobre o FOMO pode lhe interessar.

Certamente, quando você entra nas redes sociais e verifica os perfis de seus contatos, você acha que suas vidas são muito interessantes e divertidas por causa de todas as publicações que eles fazem.

Você também pode sentir a necessidade, quase obsessiva, de checar seu telefone para estar ciente de tudo. Quando não faz isso, sente que está ficando para trás.

Além disso, começa a sentir desconforto, ansiedade e/ou medo da exclusão social ou da solidão. Se isso acontece, então bem-vindo ao mundo do FOMO, ou Fear Of Missing Out.

“Se você está tranquilo sendo você mesmo, e se você não se compara, nem compete com os outros, certamente todos irão respeitá-lo”.
-Autor anônimo-

Gradualmente, nosso cérebro fica atordoado à medida que nos deixamos invadir pela necessidade de estar nas redes e rever tudo que ali acontece. Surgem emoções, como a inveja ou o medo de não avançar, especialmente se nos compararmos com os outros.

Avalie se você tem algum desses sinais ou outros igualmente graves, como a nomofobia, ou seja, o medo irracional que aparece quando seu telefone não está funcionando.

Além disso, pense se você tem sintomas de phubbing: você ignora os outros por estar atento ao seu celular? Se assim for, você provavelmente faz parte das vítimas do FOMO.

Redes sociais

O FOMO ou medo de perder alguma coisa

A necessidade de verificar seu telefone e estar por dentro das últimas publicações de seus contatos pode levá-lo a um ponto de sofrimento desnecessário.

Embora a maioria de nós tenhamos curiosidade em relação ao que acontece em nosso ambiente online, isso também pode, quando levado ao extremo, se tornar uma parte importante de um quadro clínico.

O medo de não estar em sintonia com o que acontece em nossas redes sociais e a tendência de comparar nossas vidas com as dos outros muitas vezes deixa uma nuvem de pessimismo diante de nossos olhos.

Aumenta a nossa insegurança e nos faz acreditar que nossa vida é inferior a dos nossos amigos. Isso nos isola gradualmente e reduz nossa capacidade de concentração.

O FOMO também tem o poder de condicionar o valor que damos às nossas conquistas. Nos tornamos mais conscientes do que acontece nas redes sociais do que na vida real. Fica claro que as festas, as viagens, as idas a restaurantes caros ou as realizações de trabalho marcam uma tendência no mundo das redes sociais.

No entanto, tenha em mente que essa exposição é parcial e que raramente constitui uma visão ajustada da realidade da pessoa que publica.

Quando você é uma vítima do FOMO, a ausência de conexão gera angústia, ansiedade e estresse. Portanto, é muito importante que você faça um trabalho de regulação emocional: ter mais contatos reais do que virtuais e planejar atividades fora do mundo tecnológico, como caminhar ou dançar.

Pessoa usando smartphone

Curiosidade ou obsessão por saber tudo que acontece nas redes sociais

O telefone é uma ferramenta muito poderosa, uma distração permanente que pode condicionar seriamente as nossas vidas. A necessidade constante de verificá-los, utilizá-los e estar cientes do que está acontecendo na Internet pode nascer de um desejo de receber aprovação e admiração dos outros.

Embora todos possamos ter curiosidade sobre o que acontece, fazemos bem quando evitamos que essa curiosidade assuma o controle de nossas vidas.

Da mesma forma, você deve saber que o FOMO afeta mais os jovens com algum tipo de dependência familiar ou social. Muitas vezes eles usam as redes para construir e reafirmar sua identidade. É por isso que eles não querem perder nada do que acontece no mundo virtual.

Vício em smartphones

Finalmente, é importante entender que não é nada grave não ter uma vida tão ocupada quanto a que algumas pessoas parecem projetar nas redes. Eles podem se gabar de suas atividades e você pode saber coisas a seu respeito, mas sem exagerar ou se comparar. Não vale a pena.

Em vez disso, cuide da sua motivação por objetivos do “mundo real”, tente fazer com que as redes não acabem criando uma barreira que o isole de seus amigos e familiares, e faça uma análise crítica do que você vê publicado na Internet.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.