A força e os limites do amor

A força e os limites do amor

Última atualização: 21 janeiro, 2016

Não é fácil definir o romantismo. Foi uma escola literária e artística, mas também uma atitude do ser humano frente à vida, muito especialmente, frente ao amor. O que é claro é que o romantismo transcendeu épocas e modas. No mundo atual, com todo o seu pragmatismo, continuam existindo muitas pessoas que olham a realidade com um profundo ar romântico.

Isto se observa com maior nitidez no território dos casais. Não à toa, justamente o amor entre um homem e uma mulher recebe precisamente o nome de “amor romântico”. Isto não seria tão transcendente se não fosse porque trata-se de uma perspectiva na qual os afetos se idealizam e, com o tempo, costumam levar a grandes decepções.

Aqui vamos conhecer quais são esses mitos do amor romântico que, muitas vezes, nos impedem de sermos feliz como casais.

“Amo como ama o amor.   Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

– Fernando Pessoa –

Mitos sobre o poder do amor

Existe a ideia de que o amor pode tudo, tudo consegue, tudo alcança. Infelizmente, dificilmente isto acontece assim. O amor de casal, como todo sentimento humano, tem seus limites e alcances precisos. O amor não pode tudo.

Sustentar este mito pode ser prejudicial em muitos casos. Por exemplo, quando alguém pensa que pode mudar outra pessoa, graças ao amor. Obviamente que o amor incide para que o comportamento se modifique de alguma forma, mas a verdade é que uma relação de casal não irá modificar a essência de ninguém. Quando muito, pode aparar algumas arestas.

O amor por si só também não é capaz de superar todos os obstáculos, nem de tolerar todos os erros, nem de perdoar todas as ofensas. Por mais amor que exista, há limites que não podem ser transgredidos. Se esse amor não incluir respeito, tolerância e boa comunicação, é provável que o laço se perpetue, mas não o sentimento.

A força e os limites do amor

Mitos sobre o aspecto sobrenatural do amor

Muitas vezes, quando se fala de amor, ele é associado a algumas ideias mágicas. Fala-se em destino ou predestinação, de uma “química” inexplicável, de um único e verdadeiro amor da vida, ou de eternidades e infinitos que a maioria das vezes ficam somente em palavras.

Há aqueles que desejam ver o amor através da lente do sobrenatural. Querem que seja uma força incompreensível, que apareça na vida sem saber como ou por que e transforme o casal em ouro. Essa ideia do amor é um desejo tão forte, que dificilmente irá encontrar alguma atração em relações mais terrenas.

As pessoas supõem que, se há dificuldades na sua relação de casal, é porque você ainda não encontrou a sua verdadeira “metade da laranja”. Supõem que ao encontrá-la, não será necessário fazer nenhum esforço, pois tudo fluirá como se estivesse escrito de antemão.

O contraste entre uma relação imperfeita, de carne e osso, e a relação que idealizam os românticos é muito forte. Com certeza, a relação real sempre vai sair perdendo. Como você vai comparar um aqui e agora cheio de imperfeições e desencontros, com um mais além onde há somente harmonia e felicidade?

Na verdade, quem perde no fim das contas é a pessoa que procura ver registrado na realidade algo que somente existe na imaginação inflamada do romantismo. Mais de uma vez verá o seu desejo de um encontro absoluto e total harmonia frustrado.


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