7 frases do livro “Mulheres que correm com os lobos”
As frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’ nos trazem diversos segredos do instinto feminino primordial que muitas de nós tememos ter esquecido ou relegado. Estamos diante de um maravilhoso ensaio que nos leva a reinterpretar a experiência da mulher por meio de contos populares, da arte e da natureza… para entrar em contato com aquela “loba” transformadora que nos leva a amadurecer e ser livres.
Clarissa Pinkola Estés, psicanalista junguiana, doutora em psicologia etnoclínica e autora desse livro, levou mais de vinte anos para dar forma à sua criação mais conhecida. Estamos perante um ensaio vasto, denso, fascinante e alimentado por maravilhosos saberes que combina a tradição oral dos contos com a psicologia inspiradora que, ao mesmo tempo, tem um claro trabalho pedagógico e de crescimento pessoal.
Não é de se estranhar, portanto, que muitas das frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’ sejam uma verdadeira bíblia para as pessoas interessadas em se conhecer, trabalhar sua identidade, seus valores, curar muitas das feridas emocionais que às vezes herdamos dos nossos antepassados ou da própria educação patriarcal.
Esse trabalho é um verdadeiro roteiro para encontrar todas essas “armadilhas” mais ou menos conhecidas. As mesmas que nos impedem de encontrar o caminho de volta para casa, o retorno às nossas essências, aos nossos instintos, àquela mulher selvagem conectada à percepção, ao espírito lúdico e à maravilhosa capacidade de afeto…
Frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’
As frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’ nos fazem lembrar de várias ideias. A primeira é que, apesar de toda a nossa aparente sofisticação, continuamos sendo natureza, criaturas selvagens que, de alguma maneira, anseiam por recuperar aquela liberdade ancestral para se sentirem vivas, para encontrarem sua posição no mundo.
O segundo aspecto que não podemos deixar de lado é que, como nos explica Clarissa Pinkola Estés, dentro de cada mulher habita uma força poderosa, um turbilhão de bons instintos, de criatividade, de paixão e conhecimentos atemporais que, às vezes, a própria sociedade nos faz esquecer na tentativa de “nos domesticar”. Essa é, sem dúvidas, uma profunda reflexão a se considerar e que, ao mesmo tempo, está contida em muitas das frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’.
Vamos ver a seguir sete exemplos, sete fragmentos profundos e revitalizantes que vão nos proporcionar muitas reflexões.
1. Ser você mesmo
“Sermos nós mesmos faz com que acabemos excluídos pelos outros. No entanto, fazer o que os outros querem nos exila de nós mesmos.”
Essa frase é um princípio de crescimento pessoal e de autorrealização inegável. A coragem de ser você mesmo em qualquer cenário, em qualquer contexto e sem se importar com quem estamos vai nos permitir preservar a nossa identidade. Dessa maneira, voltaremos mais uma vez às nossas essências, àquela mulher selvagem que foge da domesticação, das armadilhas e dos cercos que tentam restringir sua liberdade.
2. Ser fortes
“Ser forte não significa exercitar os músculos. Significa encontrar seu próprio brilho sem fugir, vivendo ativamente com a natureza selvagem de uma maneira própria. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de defender o que sabemos. Significa se manter e viver”.
Essa é uma das frases mais valiosas do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’. Vamos colocar um exemplo, atualmente a mulher continua sendo definida como “o sexo frágil”. Fraqueza e fragilidade são os adjetivos que sempre acompanharam a figura feminina. Nossa cultura, extremamente imatura ainda, não entende qual é o verdadeiro significado de força.
Forte não é quem consegue levantar mais pesos nos braços, quem consegue carregar mais quilos nas costas nem quem resiste mais em uma corrida. Forte é quem encara, quem não foge, quem mostra sem medo sua identidade, quem não se rende, quem vive com alegria e coragem.
3. Afastar-se permite encontrar a si mesmo
“Embora o exílio não seja algo que se deseje por diversão, há um ganho inesperado nele: são muitos os presentes do exílio. Tira a fraqueza a tapas, faz desaparecer as lamúrias, habilita a percepção interna aguda, aumenta a intuição, confere o poder da observação penetrante…”
O exílio, também entendido como o ato de deixar para trás o que é conhecido para enfrentar a própria solidão, a incerteza e até o estranho, nos habilita também a novas capacidades, capacidades como a introspecção, a segurança pessoal, a observação, a receptividade…
4. Os efeitos de não amar a si mesmo
“Nosso apetite secreto por sermos amados não é bonito. Nosso desuso e mau uso do amor não é bonito. Nossa falta de lealdade e devoção é pouco amorosa, nosso estado de separação da alma é feio, são verrugas psicológicas, insuficiências e fantasias infantis”.
Em muitas dessas frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’, busca-se comparar o comportamento feminino com o dos lobos. Assim, um fato que fica constantemente em evidência é o seguinte: a mulher de hoje em dia se separou da sua versão selvagem, daquela essência instintiva com a qual o lobo sabe quem é, se reconhece e se sente forte, livre e importante.
Os efeitos de não amar a nós mesmos são devastadores. O ato de viver frente a esse exterior no qual tentamos nos ajustar a um modelo de mulher sempre artificial, homogênea e subordinada aos outros nos leva à infelicidade. Nós devemos, portanto, observar a natureza como fizeram nossas antecessoras para redescobrir nosso valor, nossa importância e a energia que nos alimenta e nos torna fortes.
5. O verdadeiro amor
“O amor na sua forma mais plena é uma série de mortes e renascimentos. Deixamos ir uma fase, um aspecto do amor, e entramos em outra. A paixão morre e é trazida de volta.”
O amor é a única forma que nunca se extingue ou se apaga para sempre. É uma entidade transformadora que se estende, que nos permite amadurecer, que morre e renasce, que às vezes nos tira a vida e, mais tarde, nos devolve. Vemos coisas assim todos os dias, nos nossos relacionamentos, nos quais a paixão dá lugar à intimidade e ao compromisso mais amadurecido, nos quais, às vezes, após um término surge um amor renovado e mais intenso…
6. Chegar ao fundo do poço
“A melhor terra para semear e fazer crescer algo novo outra vez está no fundo. Nesse sentido, chegar ao fundo do poço, apesar de extremamente doloroso, também é um terreno para semear.”
As pessoas têm um medo atroz de chegar ao fundo do poço. Será que existe alguma coisa pior? É chegar ao limite das nossas forças, é perder tudo, até a esperança. No entanto, o que mais podemos perder quando já perdemos tudo? Nesse momento, surge algo novo, algo mágico inclusive. Nós tiramos nossas peles, nossos artifícios e pesos mortos para subir, para crescer muito mais fortes…
Essa é uma das frases mais maravilhosas do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’.
7. O verdadeiro conhecimento
“Se vivemos como respiramos, prendendo e soltando, não poderemos errar.”
Essa frase simboliza nada mais do que o ciclo da vida: pegar, segurar, deixar ir, aceitar, avançar… Esse é o caminho que deveríamos assumir, algo simples e, ao mesmo tempo, de acordo com o desenrolar da vida que todos nós deveríamos incluir no nosso dia a dia.
Para concluir, essas frases do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’ são uma pequeníssima amostra desse denso legado de conhecimentos, reflexões, histórias e saberes ancestrais que sempre é positivo retomar, que sempre nos ensina coisas novas e valiosas com as quais continuar crescendo, buscando nos encontrar com a nossa mulher selvagem…
“A loba, a velha, aquela que sabe está dentro de nós. Floresce na mais profunda psique da alma das mulheres, a antiga e vital Mulher Selvagem. Ela descreve seu lar como um lugar no tempo em que o espírito das mulheres e o espírito dos lobos entram em contato. É o ponto em que o Eu e o Você se beijam, o lugar em que as mulheres correm com os lobos (…)”
-Clarissa Pinkola-