Hellen Keller, a menina que se tornou lenda

Hellen Keller, a menina que se tornou lenda

Última atualização: 29 março, 2015

Aposto que você gostará da história de Hellen Keller. Você já ouviu falar dela? Pois bem, Hellen nasceu no final do século XIX, em um pequeno povoado de Alabama, nos Estados Unidos. Pouco depois de fazer um ano de idade, sofreu uma febre muito forte que a manteve entre a vida e a morte durante várias semanas (os médicos atuais pensam que pode ter sido Meningite ou Escarlatina). Todos pensaram que ela fosse morrer, mas milagrosamente se recuperou.

A felicidade não durou muito. Por causa da doença, Hellen ficou surda e cega. A família se indagou várias questões. O que era possível fazer por uma pequena menina que não podia escutar, nem ver? Como quebrar as barreiras que apresentavam um mundo de escuridão e de silencio? Que destino poderia ter alguém que não podia contar com os sentidos?

A menina estava inquieta. Não fazia outra coisa que não fosse gritar, chorar e berrar. As birras e as cenas de desespero se sucediam dia após dia.

O bom é que, nos planos dos seus pais, não estava a ideia de se render. Procuraram o próprio Alexander Graham Bell (inventor do telefone), que fazia várias atividades com jovens surdos. Ele os aconselhou a se colocarem em contato com o Instituto Perkins para cegos em Watertown, Massachusetts. Foi lá que Hellen encontrou quem seria a luz pelos seus próximos 49 anos de vida: Anne Sullivan.

Uma professora, um mundo

Sullivan tinha apenas 20 anos de idade e uma vontade de servir e ajudar à prova de frustrações. Ela estava disposta a tirar Hellen desse mundo insondável onde estava presa. Com uma paciência incalculável, a nova professora se empenhou primeiro em ajudá-la a controlar o seu caráter, e para isso exigiu que Hellen fosse isolada de sua família. A levou para morar em uma pequena casa onde a instruiu com normas de disciplina.

Logo lhe ensinou as primeiras palavras através dos gestos das suas mãos. Com as palmas das mãos fez uma onda e Hellen entendeu que esse movimento se referia à água. Assim começaram o maravilhoso processo de batizar o mundo. O mais significativo é que haviam quebrado a grande barreira da não comunicação que as separava.

O mais difícil foi que a menina aprendesse a falar. A professora utilizou o método Tadoma para ensiná-la. Tratava-se dela tocar os lábios das pessoas enquanto falassem, ou que apalpasse suas gargantas para sentir as vibrações. Anne Sullivan lhe soletrava esses sons na palma da mão e assim aprendeu a linguagem do tato. Anne depois lhe ensinou a ler e escrever com o sistema Braile. Foi assim que a menina aprendeu francês, alemão, grego e latim.

Hellen Keller iniciou uma travessia de superação verdadeiramente comovente. Não só chegou a ser a primeira pessoa surdo-cega a obter um título universitário (com honras), mas também se converteu na escritora e conferencista mais solicitada de seu tempo. Sua obra “A história da minha vida” tem sido uma das mais vendidas. Junto com Anne, viajou por mais de 39 países e se transformou em amiga pessoal de Charles Chaplin e de Mark Twain. O presidente Lyndon Johnson lhe outorgou a Medalha Presidencial da Liberdade.

Hellen Keller também foi uma socialista ativa e lutou incansavelmente por melhorar a condição das pessoas cegas no seu país e no mundo. Morreu tranquila e feliz aos 88 anos. Uma de suas frases mais lembradas é: “A vida ou é uma aventura atrevida ou não é nada”.

Algo impensável para uma menina que parecia condenada ao silêncio.

Foto: Mikasi – Vía Flickr


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.