Juntos, mas não amarrados. O casal como vitamina emocional

Juntos, mas não amarrados. O casal como vitamina emocional

Última atualização: 26 maio, 2016

É comum que as pessoas vivam amarradas umas nas outras e acabem, assim, com as inquietudes e as possibilidades de crescimento emocional que cada membro do casal tem. É preciso dar asas para que seu parceiro possa voar, não prendê-lo em uma gaiola para desfrutar exclusivamente o que ele é e o que transmite.

Assim, o que está claro é que a felicidade de cada um deve depender de si mesmo, o que acontece é que o relacionamento é um dos principais potencializadores. Assim, para que surta todo o seu efeito, devemos prestar atenção a muitas crenças que nos prendem nas relações de codependência.

Para que os membros do casal funcionem como vitaminas essenciais, precisam dar um passo essencial: encontrar um propósito compartilhado, ao mesmo tempo que se conserva o espaço pessoal. Para isso, é essencial que o tempo passe e que haja um conhecimento mútuo positivo.

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Encontrar um propósito compartilhado para construir relacionamentos saudáveis

Encontrar um propósito compartilhado é o primeiro passo para conservar o espaço pessoal de cada membro do casal. Fazer isso potencializa a capacidade de se conhecer e de explorar novos horizontes, contribuindo, cada um, com seu grãozinho de areia.

Buscar estes momentos para compartilhar e delimitá-los ajudará os membros do relacionamento a entender que há tempo para crescer em companhia e de maneira conjunta. Mas atenção: é preciso ter cuidado para que esse propósito compartilhado não os absorva, nem como casal e nem como pessoas com inquietudes.

Assim, os casais que se comportam como vitamina emocional compartilham inquietudes, porque devem se fazer conscientes de muitos detalhes. Sutilezas que, às vezes, esquecemos mediante conflitos… como, por exemplo:

  • Perceber que discordar da outra pessoa não quer dizer que há algo de errado no relacionamento.
  • O normal é ter conflitos insolúveis e ter a capacidade de se expressar com plenitude. De fato, 69% dos conflitos entre os casais nunca desaparecem.
  • A verdade é que nem tudo pode ser resolvido, mas pode-se conviver com as diferenças.
  • As pessoas dão uma importância diferente para situações idênticas. Algo que, muitas vezes, dificulta nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.
  • Reconhecer o “idealismo emocional” de cada um e poder falar sobre isso significa valorizar e construir a conexão emocional da qual um relacionamento precisa.
  • A melhor forma de resolver certas situações é mostrando respeito com o outro… “Sei que não estamos de acordo, entendo que você esteja comprometido com sua visão sobre o tema, da mesma forma que eu estou com a minha. Portanto, te respeito”.
  • Os rituais existentes entre o casal são explorados, e outros também são criados.
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Conservar o espaço pessoal significa se transformar em detectores de sonhos

Quanto mais informação emocional um casal compartilhar sobre suas inquietudes, mais saudável será sua relação, relativa a suas ambições e contatos emocionais. Essa premissa é básica na hora de nos tornarmos propulsores de sonhos.

Ou seja, não devemos restringir a liberdade de aproveitar e de se conhecer, pois como um casal emocionalmente saudável, deve-se fomentar a realização de sonhos e aspirações do outro. Cair nesse erro é muito comum e se reflete em frases como: “Eu não falei que não é para fazer isso?”, quando, na realidade, você não contribuiu muito… ou fez uma cara de “Se você fizer, vai arcar com as consequências”.

Se não dissermos isso, mas oferecermos nossa opinião de maneira explícita, é provável que estejamos apoiando certas crenças tradicionais em torno de um relacionamento amoroso. Pensamentos que atacam diretamente as atitudes proativas que fazem com que realizemos nossos sonhos.

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É bom  evitar a existência de “agendas ocultas e pouco exploradas” em nosso parceiro e abonar um terreno emocional para compartilhar desejos e inquietudes que nos ajudem a recriar um espaço de desenvolvimento individual. Para conseguir isso, devemos:

  • Escutar o outro sobre suas inquietudes e seus sonhos;
  • Fazer-lhe perguntas que animem a explorar a história que alimenta sua ambição;
  • Oferecer empatia transmitindo a mensagem de “Entendo que isso seja tão importante para você” (compartilhando ou não sua aspiração);
  • Oferecer apoio emocional e aprovação nas decisões e avanços. É muito importante que a outra pessoa tenha consciência do orgulho que ela gera;

Amar é querer, “apesar de” e “com” nosso lados e arestas. Todos nós temos um lado feio, outro bonito, outro ferido, outro enjoativo, outro ácido, outro amargo, outro doce, outro salgado, outro alegre, outro medroso, outro triste, outro explorador, outro preguiçoso e outro desconcertante.

Cada uma das nossas facetas nos transforma em seres dignos de amar e de receber amor, por isso, para que nos completemos como vitamina emocional, devemos respeitar a expressão de cada sentimento e de cada forma de ser. Só assim poderemos beijar com cada cantinho do nosso coração.

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Créditos das imagens: Puung e Claudia Tremblay


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