Os laços que me apertam são os mesmos que me impedem de voar

Os laços que me apertam são os mesmos que me impedem de voar

Última atualização: 15 agosto, 2017

Se me sinto preso, não poderei me soltar, não poderei voar; se não me sinto livre, minhas asas jamais irão se abrir. Sabendo disso, por que há pessoas que permanecem presas a relacionamentos que as desgastam por dentro? A chave poderia estar na necessidade de ser amado, considerado ou valorizado.

O medo da solidão ou do isolamento estaria na base na dependência emocional, a qual contribui para criar laços muito estreitos e rígidos. As pessoas que sofrem disso não podem se imaginar sem uma relação afetiva ou alguém que constantemente atenda às suas necessidades emocionais. No momento em que se sentem sozinhas ou acabam um relacionamento, procuram outro de maneira quase imediata, pelo medo de se sentirem desprotegidas ou abandonadas.

Quando desejamos voar queremos nos sentir leves, queremos ter um ninho para retornar, o qual devemos construir para que seja nossa base de segurança. No entanto, uma vez conseguidas as ferramentas, tentamos nos soltar e ver o que está lá fora, o que queremos e, acima de tudo, aproveitar o voo.

Se criamos vínculos nocivos ou pobres, este voo não será possível, já que irá me impedir subir ao topo e observar de lá um novo ponto de vista. Não é possível ver tudo ao meu redor se estou preso ao ninho.

Uma boa autoestima como peça fundamental do quebra-cabeças

As características que definem as pessoas que criam essas uniões tão rígidas e que sabotam a liberdade de escolha seriam:

  • Dificuldade em tomar decisões por si mesmas.
  • Necessidade constante de afeto e interesse por parte do outro.
  • Baixa autoestima.
  • Busca pela aprovação dos demais.
  • Contínuas relações sentimentais.
Gaiola na cabeça

A peça mais importante, e que ao mesmo tempo poderia atuar como um desencadeador dos demais fatores, costuma ser a baixa autoestima. As pessoas com baixa autoestima se sentem fracas e indefesas; elas geralmente não confiam em seu julgamento e, por isso, buscam essa segurança no exterior.

Se conseguirmos nos tornar fortes e construir uma boa base de autoestima, poderemos construir em cima disso e obter uma boa relação sentimental. Quando me sinto seguro de mim e posso decidir o que quero e em que momento, isso me permite tecer asas que me darão a capacidade de voar e encontrar o meu lugar.

Duas pessoas fortes e independentes tomam a decisão de iniciar um caminho juntas, mas considerando os prós e contras do contrato. Assim, serão capazes de discernir e tomar boas decisões: a base estará construída em boas autoestimas e bons julgamentos, e não em necessidades ou vínculos fracos e ansiogênicos.

Trabalho pessoal para tecer minhas asas e voar

Trabalhar a dependência em relação ao outro é um processo pessoal, de busca interior. O que pode estar faltando em mim que preciso buscar no outro? Esta poderia ser a  pergunta chave. Ter um espaço para nós mesmos dentro da relação nos dá tempo para nos perguntarmos se o que o outro nos fornece é o que queremos, ou se nos dá o que acreditamos merecer.

Se dispensamos este espaço e não nos damos permissão para pensar e ficar sozinhos, não podemos valorizar o que temos e nem refletir sobre o que queremos. E o mais importante, nós nunca encontraremos a liberdade para decidir se queremos voar ou ficar onde estamos.

Mulher livre para voar

A dependência emocional dificulta a tarefa de nos apreciarmos porque nós buscamos fora o que nos falta dentro. Pare e pense: isso me faz feliz? Eu me sinto valorizado? Isso me ajuda a ser melhor do que eu sou? Me impulsiona ou me detém?

A questão mais importante em um relacionamento saudável é entendermos que seria possível viver perfeitamente sem o outro, mas nos darmos conta de que somos melhores com ele ou ela. A decisão, e não a necessidade, é o que nos torna pessoas fortes, completas e seguras. Nos esforcemos para trabalhar nossas asas, chamadas autoestima, e nos darmos a liberdade de voar e escolher.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.