3 lendas romanas para refletir

Essas três lendas romanas nos permitem refletir sobre temas atemporais como o amor, a vingança e o destino.
3 lendas romanas para refletir
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As lendas romanas têm a particularidade de oferecer uma estranha combinação de seres humanos com elementos naturais fantásticos e animais mitológicos. No entanto, elas escondem muito mais conteúdo em suas histórias.

As lendas clássicas, principalmente as greco-romanas, tinham como objetivo oferecer um sentimento de pátria aos seus habitantes, promovendo enormes proezas que serviram tanto para compreender as origens e a história do império quanto para educar a população nos valores da sua época.

As lendas romanas que promovem reflexões importantes

De alguma forma, o mundo clássico perdurou até hoje como elemento culto e quase como um modelo a ser seguido. Assim, à semelhança do que aconteceu em suas épocas, também podemos usar boa parte das lendas que conhecemos para refletir.

A verdade é que essas lendas antigas ainda servem para explicar o mundo atual, muito além de suas histórias fabulosas. Isso se deve ao seu amplo conteúdo cultural e simbólico. Por isso, elas são utilizadas diariamente por psicólogos e profissionais de diversas disciplinas para exemplificar o mundo em que vivemos.

Rômulo e Remo: uma das lendas romanas

A loba que amamentou Rômulo e Remo, os fundadores de Roma

Com a intenção de dar uma origem quase divina à poderosa Roma, foi criada a lenda de que, temporariamente, teria sido uma loba que amamentou Rômulo e Remo, os dois fundadores de um império cuja existência se estenderia por 10 séculos de história humana.

Um servo salvou os gêmeos de serem assassinados e os escondeu às margens do rio Tibre. Então, eles foram encontrados por uma loba que os amamentou ao ouvi-los chorar.  Mais tarde, seria o pastor Fáustulo quem os recolheria e criaria junto com sua esposa, Acca Larentia.

A loba era um animal sagrado para muitas culturas, incluindo os etruscos, um povo que vivia em terras itálicas antes dos romanos.  Porém, podemos extrair outras reflexões dessa lenda. Por exemplo, o quanto nossas ações podem mudar o mundo. Quem imaginaria que, dos atos de bondade daquele servo ou pastor, nasceria um dos maiores e mais poderosos impérios que já conhecemos?

Circe e o Rei Pico

Vamos ver agora outra lenda romana interessante: a de Circe e do Rei Pico. Talvez ela seja menos conhecida do que a anterior, mas não é menos impressionante.  Nessa história, somos apresentados a Pico, filho de Saturno e pai de Fauno, casado com a ninfa Canente.

Pico era um adivinho antigo que sempre estava acompanhado de um pica-pau, também considerado uma ave profética. No entanto, esse homem não correspondia Circe, a feiticeira da ilha de Eea que o amava.  Por isso, a mulher também o transformou em uma ave com poderes proféticos.

É curioso que, em muitas das fábulas e lendas greco-romanas, encontremos uma grande presença do amor não correspondido, que terminava de forma trágica, vingativa ou dramática. Hoje em dia, cada dia aprendemos a conviver melhor com as nossas emoções. É importante conhecê-las, controlá-las o máximo possível e, acima de tudo, compreendê-las.  Caso contrário, a raiva, a vingança e a ira podem ser constantes, como observamos em muitas histórias clássicas.

Hércules e Caco

Um dos personagens que mais aparece como protagonista das lendas romanas é Hércules. Tanto que Virgílio, provavelmente o maior poeta romano, contou suas aventuras para derrotar Caco, um gigante semi-humano. Além disso, essa história está representada em uma escultura na Piazza della Signoria, em Florença.

Estátua de Hércules

Virgílio sonhava em criar uma origem romana quase divina. Assim, ele escreveu Eneida, em que são narradas as aventuras de Enéas, um descendente de Troia, cidade da qual ele uma vez escapou, e que cai nas mãos dos gregos para fundar Roma nas costas italianas.

A passagem de Hércules e Caco é mais uma que se soma a essa origem divina. E o fato é que o gigante, após roubar alguns bois vermelhos no Vale do Tibre, é descoberto por Hércules, que o esquarteja como vingança.

Dizem que essa história deu início ao culto a Hércules, e também que é uma chave antropológica para conhecer a evolução comercial na região. No entanto, mais uma vez observamos a vingança, a vitória do mais forte e o castigo diante de atos moralmente reprováveis.

Não resta dúvida de que as lendas romanas, sempre interpretadas do ponto de vista atual, nos permitem refletir sobre temas igualmente clássicos. A moral, a ética, a vingança, a justiça, as emoções… Durante milhares de anos tentamos entendê-las. Será que algum dia conseguiremos?

“A sorte ajuda os ousados.”
-Virgílio-


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