As loiras são burras mesmo?

As loiras são burras mesmo?

Última atualização: 19 abril, 2015

A coloração loira do cabelo se deve à falta de um pigmento chamado eumelanina. Contudo, parece que existe uma crença geral que defende que os loiros também carecem de outra coisa: inteligência. Quem nunca ouviu falar que as loiras são burras? Podem abaixar as mãos, quase todos já ouvimos essa frase e, em algumas ocasiões, até chegamos a utilizá-la. Mas, o que há de verdadeiro nisso? Isso é um mito ou existem pesquisas que demonstram que os loiros são menos inteligentes? E no caso das pessoas que tingem o cabelo, essa ingenuidade é contagiosa?

Este estereotipo, que afeta especialmente as mulheres, se baseia em duas crenças: que as loiras são sexy e que os bonitões são burros. É uma relação de ideias que temos ao considerar que as pessoas atraentes não precisam recorrer a sua inteligência para alcançar seus objetivos.

Não é um clichê novo

O curioso é que estas percepções não são um clichê da atual sociedade, mas respondem a uma crença que herdamos de nossos antepassados mais remotos. Para várias culturas europeias, o cabelo loiro era um traço atrativo, que se potencializava se ainda fosse acompanhado de olhos azuis. Viajemos a Roma antiga. Naquela época, as romanas, a maioria delas morenas, procuravam todo tipo de artimanhas para tingir o cabelo de loiro porque sentiam inveja das escravas que seus maridos traziam das campanhas da Germânia.

Se olharmos o século XX, talvez o primeiro ícone de loira burra e o que mais influenciou a crença atual seja Lorelei Lee, personagem a quem Marilyn Monroe deu vida. Inspirada na novela “Eles preferem as loiras”, conta a história de uma mulher de companhia para homens ricos. Esta loira oxigenada amante dos diamantes, mais do que burra é superficial, mas contribuiu muito para o mito popular de que as loiras são mais atrativas e libertinas do que as morenas.

Eles preferem as loiras

Se procurarmos uma explicação cientifica que nos esclareça o motivo pelo qual uma certa cor de cabelo é mais ou menos atraente, encontraremos uma razão biológica herdada de nossos ancestrais primitivos. Caçar era muito perigoso; havia poucos adultos preparados para tal e as mulheres dependiam dos homens para se alimentar. Isto fomentava a competição sexual entre as fêmeas, uma batalha que sempre ganhavam as loiras, porque eles as preferiam em detrimento das morenas, uma escolha que parece continuar liderando na atualidade.

Outro fator biológico que explicaria o sucesso das loiras para com o gênero masculino se encontra na quantidade de estrogênio que possuem essas mulheres, mais elevada que o normal, um fator que lhes outorga esse plus que as faz mais atrativas sexualmente.

Outros estudos, que procuram investigar como este mito afeta o desempenho intelectual dos loiros e das pessoas em geral, tiveram resultados muito surpreendentes. Um grupo de cientistas franceses liderados por Thierry Meyer comprovou como as pessoas de ambos sexos e diferente cor de cabelo reduzem a sua capacidade intelectual depois de ver fotografias de mulheres loiras, apesar de serem indivíduos inteligentes.

Meyer justifica os resultados deste estudo no fato dos estereótipos, crenças arraigadas na sociedade, condicionarem inconscientemente nosso pensamento. Mesmo sabendo que os estereótipos nem sempre correspondem à realidade, eles funcionam como uma lente através da qual vemos a realidade e agimos em consequência.


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