Luto pelo seu animal de estimação, quando seu melhor amigo parte

Luto pelo seu animal de estimação, quando seu melhor amigo parte

Última atualização: 07 dezembro, 2016

Todos sabemos o que é passar por um processo de luto. Quando um familiar ou um ente querido morre, precisamos de um tempo para aceitar que essa pessoa já não vai mais estar conosco. Mas o que acontece quando é o nosso animal de estimação a nos deixar? O luto pelo nosso animal ainda é um tema do qual pouco se fala.  

Além disso, muitas pessoas que nunca tiveram o carinho de um animal ignoram o que isso representa e, portanto, depreciam e menosprezam o luto pelo animal. Dessa forma, a pessoa que está de luto ainda tem que lidar com outro sentimento negativo: a falta de aceitação da sua dor.

Um luto muito pouco reconhecido

Se você já passou pelo luto por causa do seu animal de estimação, talvez tenha encontrado pessoas que lhe disseram frases como: “é só um animal”, “adota outro”, entre muitas outras. Isto não ajuda a pessoa que acaba de perder o seu fiel amigo. Você consegue imaginar ir a um funeral e dizer a mesma coisa, por exemplo, em relação a um bebê que acaba de morrer? É viável dizer “não se preocupe, vocês podem ter outro”? Ou no caso da pessoa ter perdido os pais dizer “você pode adotar outro pai ou outra mãe”?

Ainda se continua subestimando o impacto emocional que a perda de um animal de estimação pode acarretar. Tanto é assim que muitas pessoas não ligam nada quando, por exemplo, o seu melhor amigo está passando por um luto originado pela perda do animal. Além disso, muitas vezes as pessoas tentam evitar falar no assunto, pois não dão importância a ele.

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Chorar a perda

Quando passamos por um processo de luto pela perda de um ente querido, os rituais funerários podem amenizar a nossa dor, podem contribuir para trazer para o nosso lado pessoas das quais precisamos nestes momentos. O apoio da família, o ato de enterrar ou cremar de forma a trazer alguma justiça e que permita uma despedida adequada dessa pessoa nos dá um pequeno consolo inicial.

Desse modo, estes rituais criam um contexto e uma atmosfera em que se pode expressar a dor, juntamente com outras pessoas que compartilham o mesmo sentimento. Mas o que acontece nos rituais funerários dos animais de estimação?

É verdade que existem crematórios e cemitérios destinados unicamente aos animais, mas despedir-se publicamente do seu grande amigo é completamente diferente do que seria se fosse uma pessoa.  Não existe um procedimento ou um costume, que no caso de perder seu cachorro, gato, coelho, tartaruga, lhe dê a oportunidade de se despedir dele como merece. 

A culpa no luto de um animal de estimação

Não se despedir corretamente do seu animal pode ser prejudicial para o processo de luto. Sobretudo se você se sente culpado pela morte dele. Talvez o seu animal tenha tido um problema de saúde e você se culpa por não lhe ter dado mais dedicação e atenção. Talvez aqueles cistos que foram consequência de um determinado medicamento poderiam ter sido evitados.

Estes são alguns pensamentos que podem passar pela nossa cabeça e que nos convidam a nos sentirmos constantemente culpados. Mas a maior parte dos remorsos que se sentem em relação à morte dos animais são fruto da eutanásia, negada aos humanos, porém uma das opções a que mais se recorre para aliviar o sofrimento dos animais.

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A eutanásia faz com que muitas pessoas se sintam culpadas pela morte dos seus animais de estimação, por terem escolhido uma data para isso, em última instância. Inclusive muitas pessoas que escolhem a eutanásia acabam se sentindo assassinas. Mas não devemos esquecer que quando se recorre a esta opção, é porque não existiam alternativas de salvação.

É aqui que o apoio é fundamental. Deixar que a pessoa que sofreu a perda possa colocar esse sentimento em palavras, validá-lo e enfrentá-lo. Não o guardar no sapato como uma pedra que aos poucos vai machucando sua pele.

Um novo animal de estimação

Em uma primeira fase do luto, a pessoa que sofreu a perda provavelmente não estará preparada para ter outro animal. É normal que sinta que de alguma forma iria trair a memória do amiguinho que faleceu, colocando outro que de alguma forma iria usurpar o seu lugar. Também não é uma boa ideia, porque o novo animal pode vaticinar um novo sofrimento futuro como o que ela está passando agora.

O que a pessoa que sofreu uma perda tão grande e uma ferida tão profunda precisa é de carinho, tempo para falar, para estar em silêncio, para ficar zangada com o mundo, para se fazer perguntas e, acima de tudo, de uma mão para quando der os primeiros sinais de que quer passar de uma fase do luto para a outra, até que a experiência seja integrada na sua vida.

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