Magnésio: o aliado do nosso cérebro e do bem-estar psicológico

Pouco se fala sobre o impacto do magnésio no cérebro e no corpo. É um mineral fundamental para o funcionamento correto e adequado de muitos processos do nosso corpo.
Magnésio: o aliado do nosso cérebro e do bem-estar psicológico
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 14 janeiro, 2024

O magnésio é um nutriente essencial que muitas vezes temos em baixa quantidade no nosso organismo devido ao nosso estilo de vida atual. Este macromineral desempenha mais de 600 funções metabólicas e atua como um ótimo protetor cerebral. De fato, os seus benefícios para melhorar o estresse e a ansiedade crônica são tão positivos que muitos cientistas o chamam de “Valium natural”.

É necessário deixar bem claro que o magnésio não é um remédio milagroso. Tomar suplementos com base neste componente não fará com que o nosso transtorno de ansiedade seja resolvido em poucos dias, que cure a insônia ou que a nossa agilidade cognitiva seja triplicada. É um modulador e um potencializador da boa saúde, especialmente da saúde neurológica.

Uma deficiência crônica de magnésio pode levar a distúrbios neurológicos, como a hiperexcitabilidade, a apatia, e até mesmo a psicose.

Isso se deve a uma razão muito simples: a dieta ocidental apresenta um déficit substancial deste mineral. Aproximadamente 70% da população tem um baixo nível de magnésio no corpo. A origem de tudo isso estaria em muitos dos alimentos que consumimos: eles não possuem esse nutriente essencial, porque o solo onde são cultivados não é adubado corretamente. Atualmente, o solo é fertilizado com fósforo, nitrogênio e potássio…

Isso não acontece, por exemplo, em países como o Japão. Os seus solos são ricos neste mineral, a ponto de ingerirem em média cerca de 700 miligramas, algo que beneficia a sua longevidade, um menor índice de demência, melhor saúde óssea, etc.

É claro que pode haver muitos outros fatores, mas a pesquisa sobre a terapia com magnésio é extensa e muito frutífera, e muitos artigos publicados na revista Nature avalizam os benefícios deste nutriente para a nossa saúde psicológica.

Neste artigo, vamos aprofundar um pouco mais sobre esse assunto.

Suplemento de magnésio

Os benefícios do magnésio

Utilizar o magnésio se transformou em uma moda, não podemos negar isso: o encontramos nas lojas de produtos naturais, nas farmácias e até mesmo nos supermercados. Nós ouvimos falar tanto dos seus benefícios que podemos dizer que existe quase um verdadeiro “culto” para este nutriente. No entanto… o que é verdadeiro sobre ele?

Podemos ressaltar uma vez mais que os seus benefícios residem em um aspecto muito específico: a dieta moderna e a agricultura atual são deficientes em magnésio devido à agricultura industrial e aos fertilizantes artificiais. O mais curioso é que, à medida que as reservas deste mineral são reduzidas, a primeira coisa que notamos é uma maior sensibilidade ao estresse e à ansiedade.

No entanto… o que é que o magnésio tem de especial? Por que é tão importante para a nossa saúde geral?

  • O magnésio está presente na maioria das nossas reações bioquímicas.
  • Participa no transporte celular e “ajuda” as células a produzirem energia aeróbica.
  • Grande parte do magnésio é armazenado no periósteo do osso.
  • Favorece a formação de proteínas.
  • Além disso, este macromineral é essencial para o impulso nervoso e a contração muscular, incluindo os do coração.

O magnésio é necessário para realizar mais de 600 funções metabólicas. No entanto, nos últimos 50 anos, a deficiência deste mineral está entre as três primeiras, juntamente com o ferro e a vitamina D.

Mulher sofrendo de ansiedade

O magnésio e os transtornos de ansiedade

As evidências clínicas e experimentais demonstram que um déficit crônico de magnésio nos leva a diversos problemas neurológicos, tais como hiperexcitabilidade, convulsões e sintomas psiquiátricos que vão desde a apatia até a psicose. É uma questão séria, mas ao mesmo tempo esperançosa, porque é suficiente administrar suplementos de magnésio para muitos pacientes e perceber como as outras estratégias clínicas e terapêuticas fazem avanços significativos.

Além disso, o neurocientista Guosong Liu, da Universidade de Tsinghua em Pequim, é um dos maiores especialistas no estudo da relação entre o magnésio e nossa saúde cognitiva e emocional. As suas pesquisas são apaixonantes e muito esclarecedoras. Aqui estão algumas das suas conclusões.

O magnésio é um relaxante natural

O magnésio reduz o estresse e a ansiedade, estimulando os receptores GABA do cérebro.

  • Devemos lembrar que o GABA (ácido gama-aminobutírico) é um neurotransmissor que atua como um relaxante da atividade cerebral. Se este composto tiver uma atividade baixa, o cérebro permanece suspenso em uma “hiperatividade” constante.
  • Quando o GABA não atua como deveria, aumenta a nossa preocupação, temos pensamentos obsessivos, acordamos no meio da noite com o coração acelerado e, gradualmente, caímos na espiral desesperada da ansiedade… São processos muito desgastantes que o magnésio pode regular.
Cuidar do cérebro e do sistema nervoso

O magnésio reduz o cortisol no sangue

Este dado é certamente muito interessante: o magnésio reduz a liberação dos hormônios do estresse, como o cortisol e também atua como um neuroprotetor.

O cortisol é um dos gatilhos mais perigosos da ansiedade, que provoca a clássica neblina mental: essa incapacidade de se concentrar, pensar claramente, ter uma memória eficiente, reagir rapidamente aos estímulos …

O magnésio melhora o nosso humor

Sabemos que algo tão básico como ter níveis adequados de magnésio no nosso corpo favorecerá processos importantes como o relaxamento muscular ou o equilíbrio do sistema nervoso. Além disso, um aspecto que, sem dúvida, também é muito positivo é a regulação na produção de um nível mais adequado de serotonina.

A serotonina é um hormônio que também funciona como um neurotransmissor encarregado de regular o nosso humor. Por exemplo, um nível baixo de serotonina contribui para a ocorrência de estados depressivos. No entanto, se mantivermos uma boa produção de serotonina, teremos maiores possibilidades de enfrentar o nosso dia a dia com mais energia e otimismo. E o magnésio pode nos ajudar a fazer isso.

Como saber se devo consumir suplementos de magnésio?

Neste ponto, é muito possível que mais de uma pessoa esteja pensando em ir à farmácia agora e comprar magnésio. Mas não podemos nos precipitar. O magnésio não é adequado para todos os tipos de pacientes; pode não ser, por exemplo, se temos um problema renal.

Portanto, a melhor coisa a fazer é sempre consultar um médico, analisar as nossas condições físicas e necessidades reais, e avaliar se devemos tomar suplementos à base de magnésio, que tipo e quantidades.

Nos casos de ansiedade, estresse, insônia ou alguma forma de depressão, a ingestão deste macromineral é sempre positiva, mas isso não significa que não precisamos consultar previamente um especialista.

Alimentos ricos em magnésio

Além disso, podemos melhorar a nossa dieta. O ideal seria sempre usar produtos orgânicos, onde podemos ter certeza de que a terra foi fertilizada com magnésio, sem pesticidas e outros produtos que subtraem nutrientes das frutas ou dos vegetais. Estes são alguns exemplos desses alimentos ricos em magnésio que devemos consumir com mais frequência:

  • Abacate.
  • Salmão.
  • Sementes de abóbora, gergelim e girassol.
  • Chocolate amargo sem açúcar.
  • Salsa.
  • Sementes de mostarda.
  • Amêndoas, castanhas e nozes.
  • Farelo de trigo.
  • Espinafre.
  • Lentilhas e grão-de-bico.
  • Berbigões (tipo de peixe).
  • Passas e ameixas secas.
  • Ervilhas

Para concluir, apesar da complexidade do mundo atual, com suas pressões e dificuldades, contribuir para que nos sintamos mais ansiosos ou estressados, a nossa dieta “pobre em nutrientes” também nos traz muitos problemas de saúde ou distúrbios que podemos desenvolver em qualquer fase da vida. Portanto, precisamos nos cuidar um pouco melhor.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.