O medo de abelhas ou apifobia
Muitas pessoas sentem uma aversão ou forte rejeição aos insetos, podendo chegar a desenvolver um medo irracional. Uma das fobias de insetos mais comuns é a apifobia, o medo de abelhas, vespas ou zangões. Nessas pessoas, o simples fato de ver um ninho próximo pode desencadear uma série de sintomas fortemente desagradáveis.
Apesar de ser um animal bastante pacífico com os humanos e fundamental no ciclo da natureza, as abelhas desencadeiam pânico em muitas pessoas. Estima-se que cerca de 3% da população sofra de apifobia. A seguir, falaremos sobre os sintomas, causas e consequências desse medo.
A apifobia e seus sintomas
A apifobia, ou medo excessivo de abelhas, também é conhecida como melissofobia, pelo seu nome em grego (melissa). Como o nome sugere, é um transtorno de ansiedade, especificamente uma fobia. Esse tipo de transtorno se manifesta quando, diante de um estímulo – no caso, vespas, abelhas ou zangões – a pessoa sente um medo muito intenso ou irracional.
Além desse sentimento de medo, a pessoa sente desconforto e ansiedade. Entre os sintomas mais fisiológicos, os mais comuns são tonturas, vertigens, aumento da frequência cardíaca, hiperventilação ou dificuldade em respirar, náuseas, tremores, dor de cabeça, sensação de desmaio, etc.
Por outro lado, também há sintomas cognitivos, ou seja, aqueles que afetam o pensamento da pessoa. Entre eles, uma pessoa com apifobia apresentaria falta de concentração, pensamentos intrusivos sobre a possibilidade do aparecimento de mais abelhas, pensamentos de morte ou pensamentos distorcidos sobre a situação.
Por fim, como na maioria dos transtornos de ansiedade, há dois sintomas comportamentais principais: evitação e fuga. Esses comportamentos são totalmente naturais diante de uma situação ameaçadora. Assim, a pessoa com fobia de abelhas tentará evitar a todo custo estar na presença delas. Se isso não for possível, assim que notar sinais de alguma, sua resposta será fugir.
Como esse medo se origina?
Ao falar sobre fobias, duas causas possíveis costumam ser levadas em consideração. Por um lado, a existência de uma experiência traumática própria com abelhas, ou de alguém próximo. É comum ser picado por esses insetos e, por serem picadas dolorosas, é uma experiência que ninguém quer que se repita.
Na verdade, em comparação com outras fobias animais, a apifobia é um medo menos irracional, pois as ferroadas podem representar um risco à saúde. No entanto, a gravidade de um ataque de abelhas é determinada pelo fato de a pessoa ser alérgica ou se houve muitas ferroadas simultaneamente.
Por outro lado, as fobias também são causadas por aprendizagem vicária. Ou seja, se quando éramos pequenos tínhamos alguém próximo com fobia de abelhas, é provável que essa pessoa nos tenha transmitido esse medo. Ou, simplesmente, aprendemos o comportamento de evitar e reagir ao aparecimento desses insetos. Além disso, essas pessoas teriam aumentado nosso medo, alertando-nos constantemente sobre os perigos (reais ou não) desses animais.
Consequências
Geralmente, as fobias animais aparecem na infância. Nesta fase da vida não deve haver grandes consequências, a não ser o desconforto gerado na criança. As fobias animais tendem a desaparecer com o passar dos anos. Porém, caso não desapareça, o medo permanecerá ou aumentará e poderá afetar o dia a dia da pessoa.
Nesse sentido, devemos destacar a diferença entre ter medo de abelhas (ou algo semelhante) e ter uma fobia, um transtorno de ansiedade. Quando se trata de uma fobia, o medo chega a limitar a vida da pessoa. Por exemplo, esse medo pode determinar onde você vai comprar uma casa ou levá-lo a ir embora do local onde vive atualmente. Você pode parar de ir a lugares específicos, mesmo que queira, com medo de encontrar abelhas. E você pode até sentir sintomas de ansiedade quando encontrar uma área cheia de flores, porque elas podem estar por perto.
Levando isso em consideração, a apifobia pode ter consequências leves a graves, dependendo do nível de impacto na vida da pessoa. Porém, é um transtorno de ansiedade que deve ser tratado e resolvido para que a pessoa tenha uma qualidade de vida melhor.
Tratamentos para a apifobia
Para as fobias, a terapia cognitivo-comportamental é o tratamento mais eficaz. Especificamente, três estratégias de intervenção costumam ser aplicadas: relaxamento, modificação de pensamentos fóbicos e irracionais e dessensibilização sistemática ou técnicas de exposição.
Por ser um transtorno de ansiedade, é essencial que a pessoa aprenda e adquira recursos para lidar com o estímulo ou relaxar durante um ataque de pânico. Para fazer isso, você aprenderá técnicas de relaxamento muscular progressivo ou relaxamento endógeno. Essas ferramentas também serão úteis durante o início da dessensibilização sistemática.
Seja devido a esta última técnica ou estratégia, a exposição aos estímulos que causam o medo será gradativa. Assim, o trabalho será iniciado com imagens, por exemplo. E, aos poucos, a pessoa será aproximada do estímulo real até que seja capaz de fazê-lo sem sentir ansiedade extrema.
Em última análise, um medo irracional ou muito intenso de abelhas constitui uma fobia e, como tal, deve ser tratado em conjunto com um psicólogo profissional. Assim, a pessoa poderá melhorar a sua qualidade de vida e realizar atividades que antes não poderia por causa do medo.