O modelo econômico da psicanálise

O modelo econômico da psicanálise traz uma nova perspectiva sobre a personalidade, focada em nossa energia e em nossos impulsos mais íntimos. Hoje falaremos sobre isso.
O modelo econômico da psicanálise
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A personalidade é bastante estudada como variável que influencia o comportamento. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, a abordou a partir de diferentes perspectivas. Hoje falaremos sobre uma delas: o modelo econômico da psicanálise.

Você já ouviu falar de libido, de energia psíquica e pulsões? São conceitos que, às vezes, usamos sem especificar a sua definição ou origem. Freud os levou em consideração para consolidar a sua teoria econômica da personalidade.

Explore conosco esse modelo de psicanálise. Você conhecerá outra perspectiva da nossa personalidade, verá quais conceitos estão relacionados a esse modelo, como a energia funciona em nossa psique e quais outros modelos compõem a teoria freudiana da personalidade.

Desenho de Sigmund Freud

Qual é o modelo econômico da psicanálise?

Trata-se do campo da personalidade, abordado através de uma perspectiva freudiana, que estuda o funcionamento da energia em nossa psique. Surgiu graças ao espírito científico e filosófico do pai da psicanálise.

Sigmund Freud se baseou na hipótese de que os nossos processos psíquicos estão relacionados à circulação e distribuição de energia. De acordo com este modelo, a energia do nosso aparelho psíquico será suscetível a aumentos, diminuições ou equivalências.

Então, de acordo com essa teoria, o aparato psíquico é responsável pela transformação da energia, pelo adiamento da descarga e pela elaboração de experiências.

Portanto, essa perspectiva pode ser descrita como todas as cobranças, cargas, sobrecargas e equivalências mobilizadas em nosso aparato psíquico.

Conceitos associados ao modelo econômico

Existem vários conceitos associados a esse tópico freudiano. Vejamos:

  • Elaboração psíquica, ou seja, a transformação da energia.
  • Pulsão: é a força que nos leva a satisfazer as tensões internas, que não devem necessariamente ser de natureza sexual.
  • Catexia: é capacidade que temos de direcionar a nossa energia pulsional para um objeto ou representação. Então, seriam descargas de energia psíquica. Esta, segundo Freud, seria a origem das catexias, ou seja, a tendência de satisfazer as nossas necessidades em busca de prazer.
  • Libido: é a base do dinamismo da mente e do desenvolvimento psicossexual. Embora vá além do sexual, é a energia que vem dos nossos impulsos e que dirige o nosso comportamento. Portanto, pode estar relacionada a tudo que nos dá prazer, por exemplo, comer.

Estes conceitos mencionados acima são os mais conhecidos sobre o modelo econômico da psicanálise. Freud dividiu as pulsões em:

  • Pulsão de vida: são os impulsos que nos motivam a não renunciar ao prazer, a favor da sobrevivência e do bem-estar.
  • Pulsão de morte: é a tendência à autodestruição, mas se for bem gerenciada, pode ser muito assertiva.

Esse modelo foi baseado nas teorias desenvolvidas entre 1914 e 1920 aproximadamente, especialmente nos livros ‘Além do princípio do prazer’ e ‘Introdução ao narcisismo’, de Sigmund Freud.

O quebra-cabeças do cérebro

Outros modelos

Para estabelecer a sua teoria da personalidade, Freud formulou vários modelos, também chamados de tópicos. Um deles é o econômico, vejamos os demais:

  • Topográfico: é uma perspectiva na qual existem diferentes níveis de consciência. O inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Cada um desses níveis está associado a uma parte do iceberg submerso, ou seja, se associam a uma metáfora.
  • Dinâmico: esse modelo está relacionado aos impulsos que buscam gratificação e aos que buscam inibição através dos mecanismos de defesa.
  • Genético: é a teoria que propõe que o nosso desenvolvimento psicossexual se deve à busca de gratificação nas zonas erógenas. Existem diferentes estágios: oral, anal, fálico, latente e genital.
  • Modelo estrutural: propõe que a nossa mente está separada por diferentes instâncias, e que cada uma delas atua em um determinado nível, formando assim uma estrutura de personalidade.

Embora existam essas divisões na teoria freudiana da personalidade, isso não significa que cada tópico atue separadamente. De fato, na psicanálise todos os conceitos se complementam.

O modelo econômico da psicanálise contribuiu para a concepção do fluxo de energia em nossa mente e de como diferentes impulsos tendem a satisfazer os nossos instintos e outros não. Além disso, demonstrou como essas energias são transformadas em nosso mundo interior.

De fato, continua sendo, até hoje, uma maneira revolucionária de apreciar a nossa mente.


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