As novas tecnologias mudam o funcionamento do cérebro?

As novas tecnologias mudam o funcionamento do cérebro?
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 24 março, 2018

Seria ingênuo acreditar que as novas tecnologias não alteram o funcionamento do cérebro. De fato, os computadores e todos os chamados “dispositivos inteligentes” são, como o nome sugere, extensões de várias funções do nosso cérebro. Eles são projetados precisamente para facilitar o trabalho de nossas capacidades superiores.

Assim, a forma como nos expomos às novas tecnologias mudou a nossa maneira de pensar e de fazer, principalmente quando realizamos muitas atividades. Assim como o homo sapiens aprendeu a usar sua mão de maneiras novas e isso levou a mudanças em seu cérebro, hoje apresentamos modificações baseadas em como realizamos nossas tarefas.

Até agora, não há nenhum estudo que comprove mudanças radicais. Estas são apenas pequenas modificações que, de qualquer forma, têm sido introduzidas rapidamente e em grande quantidade. Onde isso nos levará? Ainda não sabemos. O que sabemos é que estamos perdendo algumas habilidades e desenvolvendo outras.

“A tecnologia não é nada. O importante é que você tenha fé nas pessoas, que são basicamente boas e inteligentes, e se você lhes der ferramentas, elas farão coisas maravilhosas com elas “.
-Steve Jobs-

Mecanismos do cérebro

Da memória à pesquisa: o efeito das novas tecnologias

Até antes da aparição das novas tecnologias, usávamos muito mais a memóriaAinda que tivéssemos a possibilidade de escrever, não tínhamos acesso a informações com a facilidade atual. Nós nos ajudávamos com bloco de notas, livros de telefones ou truques para lembrar dados que precisávamos ter à mão.

Com o surgimento das novas tecnologias, a memória começou a perder importância. Primeiro, porque é grande o volume de dados que circulam na rede. Não há memória que tenha exposição a tanta informação de forma contínua. Então, nossa memória mudou. As pessoas selecionam mais rapidamente os dados do que memorizam. Além disso, já não temos uma memória tão boa quanto antes, ou, pelo menos, não temos tanta confiança nela. Mas é claro que existem exceções.

Em troca, estamos desenvolvendo muito mais a nossa capacidade para a busca de informações. Os primeiros encontros com novas tecnologias causaram confusão. Muitos não sabiam onde procurar as respostas das perguntas que foram feitas. Isso é uma coisa do passado. Agora, temos muito mais habilidade para pesquisar dados e fazer uma avaliação rápida de sua validade.

Videogames e visão periférica

Não são poucas as fontes que afirmam que os videogames estão associados ao comportamento compulsivo. Eles agregam pouco e podem até deixar as pessoas doentes. Diz-se também que eles contribuem para que o usuário perca a noção de realidade, e que só consegue nos alienar.

Embora em situações extremas tudo isso seja verdade, o mesmo acontece com o fato de que os videogames podem ser um campo de atuação interessante para nossas mentes. Com eles, por exemplo, podemos melhorar a acuidade em nossa capacidade de percepção. Isto aplica-se basicamente a jogos de guerra.

O sistema visual tem um foco central, que permite que você concentre seu olhar em algo e examine todos os detalhes. Ao mesmo tempo, há outra área chamada “periférica” ​​que captura parcialmente alguns detalhes do ambiente. Com videogames de guerra ou combate, somos obrigados a ter um foco muito mais amplo, já que os inimigos podem aparecer de qualquer ângulo.

As novas tecnologias afetam o cérebro

Dispositivos móveis e redes sociais

O uso de telefones móveis teve um crescimento exponencial em menos de dez anos. São poucas as pessoas que não transformaram esses dispositivos em uma extensão de seus corpos. A partir deles, mensagens, dados e informações de todos os tipos são trocados. Desde a hora até o último acontecimento em um lugar remoto do mundo.

Alguns estudiosos do fenômeno indicam que o cérebro mudou a maneira de controlar a mão para os usuários de telefones celulares. Isto é especialmente detectado nos mais jovens. A área do cérebro que controla os polegares expandiu-se significativamente como resposta a esta nova maneira de usar os dedos.

Redes sociais

Quanto às redes sociais, ainda existem muitos enigmas. Ninguém pode negar que elas transformaram a forma como nos relacionamos e o nosso comportamento com os outros. Isso, é claro, exige a modificação de algumas funções do cérebro. No entanto, até agora o impacto real dessas transformações não foi detectado. A maneira como nos comunicamos e socializamos está mudando, e ainda não podemos imaginar muitas das conseqüências dessas mudanças.

Inevitavelmente, as novas tecnologias mudaram nossa maneira de ser e de fazer as coisas. Como todas as transformações que a civilização introduziu, esta parece ser irreversível. Obviamente isso implica perdas e lucros. Elas representam um novo estágio na história do cérebro humano. Cabe a nós explorar todo o seu potencial.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.