O coração partido e a dor física

O coração partido e a dor física

Última atualização: 10 abril, 2015

“Meu coração dói”, uma frase profunda que costuma expressar o sentimento de uma pessoa que está sofrendo e se encontra em uma (ou várias) das seguintes situações: choque emocional, término de um relacionamento amoroso, perda de um ente querido ou discussão séria com alguma pessoa, etc.

O que muita gente não sabe é que, após várias pesquisas feitas a respeito, podemos afirmar que a dor emocional traz efetivamente consequências físicas e corporais.

Estudos sobre a dor emocional

Diferentes estudos cerebrais constataram que a mesma parte do cérebro que funciona como processadora de dor física também tem a tarefa de processar a dor emocional. Vários especialistas no assunto afirmam que, da mesma forma que existem lesões físicas causadoras de dores crônicas, existem também feridas emocionais, das quais muita gente não consegue se recuperar nunca e chega a sentir um sofrimento cada vez mais doloroso.

Entre as causas mais comuns dessa “condição”, podemos mencionar a exclusão social, o término de um relacionamento e a perda de um ente querido.

E entre os sintomas mais recorrentes das pessoas que sofrem de tais dores, podemos citar:

– Dor no peito.

– Princípios de desespero e demência.

– Dispepsia (ou indigestão).

– Perda de sentido na vida e do que fazer diariamente.

As opiniões dos especialistas

Segundo o professor David Alexander, Diretor do Centro de Pesquisa de Trauma em Aberdeen, na Escócia (um profissional comprometido em ajudar em desastres, tais como o tsunami da Ásia e a guerra no Iraque), a dor emocional crônica se traduz, sem dúvidas, em uma dor física.

Alexander afirma que assim como as pesquisas médicas têm o dever de se concentrar na dor física, todos os pacientes expressam sensações como “dor de estômago” e “dor de cabeça”, o que deixa claro que na maioria das vezes as doenças começam na esfera emocional.

Portanto, os cientistas sustentam a teoria de que as pessoas que não conseguem se adaptar e superar a dor emocional são as que devem passar por um maior nível de dor física. E pode-se incluir nesse grupo 10% daquelas pessoas que sofreram a perda de um ente querido.

A pesquisadora Mary Frances O’Connor declara que o mal estar emocional se converte numa “pena complexa”, que traz como consequência sentimentos de amargura e enfado, além de uma perda de visão de futuro e expectativa de vida. Assim, certo número de pessoas consegue se adaptar a estas situações, mas muitas outras não alcançam esses níveis de resiliência.

Conclusões

Em poucas palavras, é possível morrer de “coração partido”.

Martin Cowie, professor de cardiologia do Hospital Brompton de Londres, afirma que esta realmente é uma tendência muito comum entre os homens, e cujo maior risco se encontra no transcurso dos seis meses posteriores à perda do ser querido. Isso ocorre pois o estresse correspondente a este tipo de situação aumenta, assim como as probabilidades de sofrer um infarto.

Mudemos a perspectiva

Com toda a certeza, em nossa passagem pela vida, teremos que enfrentar algumas situações difíceis, pois ninguém está livre disso. O importante é que possamos superar essas situações para, assim, remediar nossas dores emocionais e físicas. Além disso, se nos interessarmos pelo nosso bem estar, também poderemos contribuir para “curar os corações” dos demais.

Créditos da imagem: Hayley Bouchard 


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