O que é a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS)?

Você acabou de ser mãe e está passando por mudanças emocionais significativas? Descubra se o que você está sentindo é normal ou se pode ser um sintoma de depressão pós-parto
O que é a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS)?
Sofía Gimbert

Escrito e verificado por psicóloga Sofía Gimbert.

Última atualização: 01 julho, 2023

A Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS) é um instrumento desenvolvido para avaliar sintomas depressivos em mulheres no pós-parto. A ferramenta tem vários usos e aplicações: desde a detecção precoce da depressão pós-parto até um papel na pesquisa clínica.

Explicamos como funciona, quem usa e quando. Além disso, veremos o impacto do EPDS no atendimento às mães no período pós-parto e discutiremos os cuidados na interpretação dos resultados. Junte-se a nós na leitura.

O que é a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo?

A Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo é um instrumento desenvolvido para avaliar a presença e a gravidade dos sintomas depressivos em mulheres no pós-parto. Foi desenvolvido por John Cox e Jeni Holden em 1987; desde então, tem sido um recurso amplamente utilizado.

A EPDS é composta por 10 itens que exploram diferentes aspectos emocionais vivenciados pela mãe, como humor, ansiedade e dificuldade para dormir.

Cada um é pontuado de 0 a 3 e o total obtido reflete a presença e gravidade dos sintomas depressivos, conforme constatamos no estudo de validação desta escala realizado pela Universidade de Cambridge.

Como funciona a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo?

A EPDS é um questionário pessoal aplicado a mulheres no período pós-parto, geralmente a partir da segunda ou terceira semana após o parto. As mães devem responder os itens de acordo com a frequência ou intensidade com que vivenciaram cada sintoma na última semana.

As respostas são pontuadas em uma escala de 0 a 3, onde 0 indica ausência de sintomas e 3 revela maior frequência ou intensidade de sintomas. Somando as pontuações de todos os itens, obtém-se um total que reflete o nível de sintomatologia depressiva.

A quem se aplica a EPDS e quando é utilizada?

A EPDS aplica-se principalmente a mulheres no período pós-parto. Em geral, é administrado a partir da segunda ou terceira semana; mas também pode ser usado durante a gravidez, como parte de um protocolo de triagem de depressão durante a gravidez. É assim que um estudo publicado no Journal of Psychosomatic Research nos alerta.

Recomenda-se que a EPDS seja administrada por especialistas na área de saúde mental perinatal, como psicólogos ou profissionais especializados em obstetrícia e ginecologia.

Usos da Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo

O EPDS é usado como uma ferramenta de detecção precoce para depressão pós-parto. Seu principal objetivo é identificar mulheres com sintomas, para que recebam apoio e tratamento.

Os resultados ajudam os profissionais de saúde a determinar se uma avaliação mais aprofundada é necessária e estabelecer um plano de abordagem. Além disso, esta medida é útil na pesquisa e na avaliação da eficácia das intervenções destinadas a prevenir e tratar a depressão pós-parto.

Da mesma forma, o EPDS serve para acompanhar e monitorar o progresso da mãe ao longo do tempo. Pode ser administrado periodicamente, para analisar mudanças nos sintomas e o impacto de intervenções e tratamentos. Isso fornece informações valiosas para ajustar e adaptar o plano de cuidados.

Outras aplicações importantes do EPDS estão na pesquisa clínica e epidemiológica; é usado para investigar a prevalência de depressão, fatores de risco associados e resultados de longo prazo para mãe e bebê. Por meio dessa ferramenta padronizada, são coletados dados comparáveis e gerado conhecimento científico sólido sobre o assunto.

Impacto e precauções ao usar o EPDS

O British Journal of Psychiatry aponta em estudo que o EPDS tem impacto favorável na detecção precoce da depressão pós-parto e na melhoria do atendimento nesse período. Ao identificar mães com sintomas, é fornecido suporte adequado e oportuno para prevenir complicações e promover o bem-estar materno e infantil.

No entanto, é importante manter alguns cuidados em mente. Primeiro, embora a escala seja um recurso valioso, não deve ser considerada um diagnóstico definitivo de depressão pós-parto. Os resultados devem ser interpretados por profissionais de saúde mental perinatal, que analisam a situação de forma holística.

É importante considerar fatores contextuais e culturais ao usar a EPDS, pois a depressão varia de acordo com essas particularidades, o que influencia na interpretação dos resultados. Garantir uma avaliação sensível e culturalmente apropriada é fundamental para entender completamente a experiência de cada mulher e fornecer suporte relevante.

Conclusão

Em conclusão, a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo é um instrumento importante na detecção e avaliação da depressão após o parto. A sua aplicação permite a identificação precoce de sintomas depressivos em puérperas, com o objetivo de fornecer o suporte e tratamento adequados.

No entanto, precauções devem ser tomadas ao interpretar os resultados e considerar a cultura e o contexto, para uma avaliação completa e sensível. A EPDS demonstra um alcance positivo na melhoria dos cuidados às mães na fase pós-parto, bem como na promoção do seu bem-estar mental e emocional e dos seus filhos.


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