O que é o Efeito Halo?

O que é o Efeito Halo?

Última atualização: 14 fevereiro, 2015

O efeito Halo é um dos vieses cognitivos mais clássicos da psicologia, e que podemos observar com frequência em nosso cotidiano.

Consiste na generalização equivocada emitida a partir de uma só característica, qualidade, objeto ou pessoa, ou seja, quando previamente julgamos, e a partir disto generalizamos outras características.

Este termo foi cunhado em 1920 pelo psicólogo Edward L. Thorndike. Em suas pesquisas relacionadas ao exército, ele observou que oficiais atribuíam características positivas aos seus superiores ao descobrir previamente uma qualidade também positiva. Ou também atribuíam  características negativas ao descobrir uma qualidade negativa.

O efeito halo na vida cotidiana

O efeito halo se manifesta de modo contínuo em nossas vidas. Por exemplo, se alguém é muito atraente ou belo, lhe atribuímos uma série de qualidades positivas sem ter comprovado se ele as possui ou não, qualidades como ser inteligente, sedutor, agradável, etc. Ou se alguém não nos agrada visualmente, imaginamos a pessoa como alguém entediante, pouco amigável.

Também costuma ocorrer quando sabemos em que tipo de trabalho a pessoa está envolvida, categorizando-a conforme sua profissão, se for médico, carpinteiro, ou recepcionista. Inclusive na área de marketing esta técnica é muito utilizada como uma estratégia para melhorar a imagem de diversos produtos e posicionar bem uma marca no mercado.

Observamos o efeito halo em entrevistas de trabalho, referindo-se ao viés aonde o entrevistador ao registrar um traço positivo no entrevistado, proceda a ignorar os traços negativos, ou lhes dar menor importância. O mesmo pode ocorrer com eventuais traços negativos.

Os experimentos de Nisbett e Willson

Nisbett e Willson realizaram após Thorndike uma experiência na Universidade de Michigan com dois grupos de alunos (118 ao todo). Para cada grupo foi exibido um vídeo de um professor em sala de aula. Tratava-se do mesmo professor, mas com diferentes comportamentos. Em um dos vídeos, o professor foi cordial e amigável, no outro se mostrou autoritário e imperativo. Ou seja, um vídeo mostrava ao professor como uma pessoa com qualidades positivas e o outro com qualidades negativas.

Num segundo momento foi solicitado a cada grupo que descrevessem a aparência física do professor, e foi aqui que surgiu o aspecto mais curioso desta experiência.

Os resultados da experiência

Os estudantes que visualizaram o lado positivo do professor, o descreveram como uma pessoa simpática e atraente, enquanto que aqueles que foram expostos ao seu lado negativo, o adjetivaram com palavras pouco lisonjeiras. Porém, o assunto foi mais além, pois à continuação, perguntaram aos participantes se a atitude do professor poderia ter influenciado na avaliação quanto ao aspecto físico, ao que todos responderam com um não categórico, justificando que seus pareceres foram completamente objetivos.

Em resumo, tudo isso reflete a realidade do efeito halo e sobre quão pouco sabemos sobre ele e sua influência em nossa avaliação das pessoas e do ambiente que nos rodeia, considerando que acreditamos emitir juízos de valores objetivos, o que pode não ser uma verdade, fazendo jus à afirmação que tantas vezes escutamos, de que é a primeira impressão a que fica.

 Imagem cortesia de f_antolin


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