Olhei nos olhos dos meus próprios monstros para superar o medo

Olhei nos olhos dos meus próprios monstros para superar o medo
Lorena Vara González

Escrito e verificado por a psicóloga Lorena Vara González.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

Olhei nos olhos dos meus próprios monstros e descobri o medo. Aquele medo que paralisa, que vem lá de dentro e agarra com tanta força que fica difícil até mesmo respirar e procurar o ar. Aquele estado no qual ficamos e sentimos os pés pregados no chão, o que torna impossível andar e seguir outro caminho, mas também dói ficar e tentar superar o medo.

Lembre-se de que quando você se torna consciente daquilo que teme, este é o momento em que acontece a maior vulnerabilidade. Mas esse estágio é necessário porque dentro dessa vulnerabilidade podemos encontrar nossas forças para enfrentar o que sabemos a cor, a forma e o tamanho.

Por isso olhei para os meus próprios monstros nos olhos, para poder me armar com todas as minhas forças perante os meus medos. O objetivo era impedir que tudo o que eu havia colecionado até então – os fracassos, a solidão, a incerteza, a rejeição e todas as minhas falhas – não dominassem mais os meus passos. O objetivo era que tudo isso se transformasse nos pilares da construção de uma nova base segura para que eu pudesse enfrentar o medo e o mundo.

Olhar profundo

Olhei para os meus próprios monstros nos olhos e conheci a mim mesmo

Estamos acostumados a fugir e a nos fingirmos de fortes. Como se esconder a realidade atrás de um sorriso matasse todos os monstros que atormentam a nossa vida. Ao nos comportarmos dessa forma, tentando fugir daquilo que tememos ao invés de tentar enfrentar e superar o medo, estamos justamente alimentando todos os nossos problemas.

Esses medos, quando deixados na sombra, se tornam um nó na garganta que faz tremer a nossa voz, que faz brotar lágrimas que não podem ser mais guardadas. Ainda que às vezes não saibamos o motivo dos tremores involuntários, pequenos mas perceptíveis, de nossas mãos quando estamos lidando com as coisas que importam. Porque é na escuridão que nossos monstros se alimentam e crescem, e acabam num lugar de controle da nossa própria vida.

Sei que eu não sou perfeito e que não posso fazer tudo certo, mas ainda assim dia após dia exijo a perfeição de mim mesmo. Talvez seja eu mesmo quem faz meus monstros crescerem por não diferençar o ser humano de um ser perfeito.

Por isso, ao olhar para meus monstros e encará-los nos olhos conheci a mim mesmo e vi todas as minhas dúvidas. Foi assim que descobri que todos temos mais ou menos os mesmos monstros, e que o medo da incerteza, de não pode controlar nossa vida, é o capitão de todos eles. Então, ao invés de alimentar a insegurança pensando em tudo aquilo que eu poderia falhar ou poderia me fazer cair, decidi ressurgir das cinzas e voar tendo em conta que dentro das minhas possibilidades está a de fazer algo realmente bom, desejado e prazeroso.

O renascer da fênix

Ressurgi das cinzas para superar o medo

Assim consegui olhar para meus monstros nos olhos e ressurgir das cinzas. Agora sou eu que controlo tudo o que sinto, mas assumo também que não posso controlar tudo o que acontece fora de mim. Aprendi que a vida é uma sucessão de acontecimentos incontroláveis, e que muitas vezes são tristes. Mas muitas vezes também são felizes e nos fazem sorrir. Tanto um quanto outro podem ser impossíveis de prever.

Assim, vemos que o medo muitas vezes não é nada mais, nada menos, que a interpretação que fazemos daquilo que vivemos mas que não podemos controlar. Uma vez que aprendemos isso, deixamos essa parte nossa de lado, aquela parte que quer controlar tudo. E a parte que se deixa levar ganha espaço. Comece a viver aquilo que te atrai, aproveite o que é bom, sem deixar que as experiências ruins que acontecem (e sempre acontecem!) alimentem os nossos monstros interiores.

Agora eu já sei que não tenho que ser perfeito e viver uma vida de contos de fadas. Também sei que não devo me render ou me deixar controlar por meus medos e por tudo aquilo em que falhei ou ainda vou falhar. Simplesmente entendi que sem ser perfeito, posso ser feliz, e só por isso eu decido ser feliz em todos os momentos.


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