Pensar diferente: uma ousadia com grandes benefícios

Pensar diferente: uma ousadia com grandes benefícios
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

Pensar diferente não é apenas um desafio para si mesmo, é uma ousadia. Propor ideias inovadoras, ter opiniões alternativas e ver o mundo mais colorido do que com luzes cinzentas é um atrevimento nos contextos habitados por pessoas que pensam de forma semelhante. No entanto, nada é tão relevante para o nosso desenvolvimento pessoal quanto dar lugar a essa renovação mental.

Steve Jobs dizia que pensar de forma diferente é atrever-se a derrotar o fracasso. No entanto, nada é tão difícil quanto sair dessa rotina diária, para superar os erros, as críticas e os fracassos que experimentamos regularmente e nos quais costumamos ficamos presos.

Isso acontece porque nem sempre confiamos nas nossas habilidades. Não damos o passo para nos vermos de uma maneira diferente, para deixar de emitir sempre os mesmos pensamentos e comportamentos alinhados que nos colocam no mesmo lugar.

 “Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou”.
-Albert Einstein-

John Mighton, educador, matemático e renomado escritor, explica que é a partir dos cinco anos que as crianças começam a se avaliar comparando-se com os seus colegas. Então, quando se percebem como inteligentes ou não, começam a entender também a importância de imitar comportamentos, expressões e até opiniões para se sentirem integrados, para não serem menos do que os outros.

Essa necessidade de ser como o restante do grupo diminui o ímpeto e o brilho da nossa identidade muito cedo. Assim, de certo modo, poderíamos dizer que sempre chega um momento em que somos obrigados a dar um passo para trás para desaprender tudo que aprendemos e nos reformularmos.

Porque pensar de maneira diferente exige a quebra dos padrões para gerarmos novos pensamentos com os quais transformaremos a nossa realidade.

Pensar diferente desde a infância

Pensar diferente: viver de forma diferente

Quando falamos de alguém acostumado a pensar de maneira diferente, visualizamos quase instantaneamente uma pessoa treinada em pensamento lateral. Essa capacidade ou abordagem mental, chamada de pensamento lateral por Edward Bono em 1967, não define completamente esses perfis capazes de emitir respostas e comportamentos alternativos e não-alinhados. Na verdade, o ato de pensar transcende tudo isso e inclui mais aspectos.

Enquanto o pensamento lateral define o tipo de pensamento orientado para encontrar soluções que vão além da lógica e que se utilizam da criatividade, quem pensa de forma diferente desenvolveu muitas outras capacidades. Assim, algo que o conhecido ensaísta e sociólogo Malcolm Gladwell nos diz é que, para dar esse passo, precisaríamos de três coisas:

  • Aprender a pensar melhor.
  • Saber onde investir as nossas energias intelectuais e emocionais.
  • Atrever-se a mudar, transformar, transcender de forma regular sobre as nossas circunstâncias atuais para melhorar, para continuar avançando dia a dia.

Como podemos ver, não se trata de se limitar apenas a emitir ideias, respostas e soluções inovadoras ou criativas. Também devemos ser capazes de “inovar” em nós mesmos. Porque quem pensa diferente também se atreve a viver de forma diferente, derrubando obstáculos e agindo como aquele peixe que, de vez em quando, dá um salto para descobrir que o mundo não é formado apenas pela água.

Como aprender a pensar diferente?

Pensar diferente, como já dissemos, implica desenvolver outros tipos de capacidades. E isso não é simples, não é algo que se consegue em dois dias ou em seis meses. Exige disciplina, vontade e uma dose de ousadia, além de deixar de lado o medo “do que vão dizer” para nos transformarmos naquela pessoa que realmente queremos ser. Vejamos algumas chaves para refletir.

Conhecer os nossos hábitos mentais

Todos nós temos uma visão do que nos rodeia, do que é o mundo. Agora, às vezes nos tornamos “viciados” na mesma abordagem, limitando completamente as nossas alternativas. Devemos ser capazes de nos colocar em situações que desafiam esses enclaves enferrujados para desenvolvermos múltiplas perspectivas mentais.

Desafiar as convicções, rótulos e esquemas

Além dos nossos hábitos mentais, também temos aqueles cantos do nosso cérebro onde habitam os nossos rótulos, aquelas convicções que formamos com a nossa experiência e que, muitas vezes, se tornam permanentes. Devemos quebrá-los também porque, acreditemos ou não, esses esquemas são frequentemente impostos a nós. Nada é tão perigoso para a nossa liberdade de pensamento quanto usar convicções e rótulos sociais.

“Esta é uma homenagem aos loucos. Para os desajustados, para os rebeldes, para os desordeiros, para os pinos redondos em orifícios quadrados. Para aqueles que veem as coisas de forma diferente. Eles não gostam das regras e não sentem nenhum respeito pelo ‘status quo’. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. A única coisa que você não pode fazer é ignorá-los”.
– Walter Isaacson-

Pensar no modo diagnóstico

Antes de assumir uma ideia como verdadeira, precisamos analisá-la. Antes de dar veracidade a um boato, vamos colocá-lo sob observação. Duvide de tudo, nunca fique com a primeira opção, seja capaz de ir além das aparências. Vamos diagnosticar a nossa realidade para tirarmos as nossas próprias conclusões.

O que fazer para pensar diferente?

Mentalidade rebelde, a emoção que impulsiona a mudança constante

Quem se atreve a pensar de forma diferente não é apenas capaz de dar opiniões alternativas, de decidir coisas que os outros não entendem ou aprovam. Eles gostam disso, há um componente emocional que os empurra a serem sempre a voz que discorda, a presença que desafia os outros, mas os leva em conta. Aquela figura que também não tem medo de empreender sozinho novos caminhos.

Pensar diferente é ousar viver de forma alternativa, é ter a chave para essa constante renovação. É preciso libertar-se de forma regular do que o limita, do que apaga a motivação, o desejo de inovar e melhorar. Somos, portanto, capazes de gerar esse impulso, mesmo que isso tenha um alto preço, mesmo que isso nos force a deixar de lado o conforto e a complacência. O resultado sempre valerá a pena.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.