Perfil psicológico do agressor sexual
Você sabia que aproximadamente apenas 2% de todas as agressões sexuais sofridas no mundo são detectadas? É difícil fazer uma estimativa real do número de ataques que ocorrem, embora estejam presentes em muitos contextos e culturas.
Que tipos de pessoas realizam agressões sexuais?
A forma mais frequente de ocorrência desse crime é aquela perpetrada por dois ou mais homens contra uma mulher.
Existem poucas pesquisas sobre crimes sexuais cometidos por mulheres, embora alguns estudos mostrem que as mulheres também estão envolvidas, com muito menos frequência, nesses tipos de crimes. Mas deixando de lado o autor do crime, não podemos esquecer como as vítimas podem se sentir:
Características psicológicas de homens que cometem agressões sexuais
Cada agressor sexual é diferente, mas existem certas características psicológicas que foram observadas com mais frequência nessas pessoas. A que estamos nos referindo?
Uma baixa autoestima, uma visão negativa das mulheres, atitudes que justificam este tipo de crime e problemas de abuso de substâncias. Além de problemas de regulação emocional e sexual, existência de traumas e presença de transtornos de personalidade.
Observou-se em alguns casos de agressores sexuais que agem sozinhos que existe relação com a presença de transtornos parafílicos, como o froteurismo e o exibicionismo. Também em outros casos, os indivíduos apresentam comportamentos externalizantes (eg agressividade) e transtornos de personalidade antissocial.
Um estudo realizado na Alemanha apontou a presença de sadismo sexual e traços de personalidade esquizóide em assassinos sexuais nos quais os agressores agiram sozinhos.
O que se sabe sobre as mulheres que cometem agressões sexuais?
Diferentes estudos indicam que fatores relacionados à violência sexual em homens também estão presentes em mulheres. Referimo-nos ao abuso de substâncias, certas crenças sobre crimes, dificuldade de relacionamento interpessoal e parafilias. Assim como alteração da regulação emocional, existência de traumas e transtornos de personalidade.
Constatou-se que nas mulheres há maior presença de problemas psicológicos, menor uso de substâncias e menor influência de parafilias em relação aos homens que cometem esse mesmo crime.
Os agressores sexuais que atuam grupo têm as mesmas características psicológicas que os agressores individuais?
Observou-se que nas agressões em grupo existem outros motivos e fatores não individuais que poderiam explicar esses comportamentos. Harkins e Dixon (2013) propuseram um modelo conhecido como teoria multifatorial de criminosos sexuais em grupo (MPSO), no qual afirma que existem diferentes fatores de risco que influenciam na perpetração de uma agressão sexual em grupo.
Esses fatores incluem fatores individuais, como impulsividade; socioculturais, como crenças determinadas sobre papéis de gênero; e situacionais, como o uso legítimo da violência. Além disso, a presença e convergência desses três fatores aumenta a probabilidade de que comportamentos dessa natureza sexual específica sejam realizados.
Fazendo uma comparação entre agressores sexuais grupais e os que agem sozinhos, nota-se que os últimos agem motivados por seus próprios impulsos. Por outro lado, nos agressores sexuais que atuam em grupo se refletem outros fatores desencadeantes desse tipo de ato criminoso.
Quais são esses fatores? Influência do grupo, tomada de decisão, pensamento de grupo, desindividualização e existência de um líder. Não há evidências sólidas de que as pessoas que realizam esses comportamentos criminosos grupais ajam devido à presença de psicopatologia, transtornos mentais ou personalidade característica.
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