Pessoas honestas: características e comportamentos

Pessoas honestas: características e comportamentos
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

As pessoas honestas não têm em mente a necessidade de agradar a todos. Elas ficam incomodadas e, por isso, não hesitam em colocar em prática a única linguagem que conhecem: a sinceridade.

São leais e firmes em suas convicções, e embora por vezes se sintam desconfortáveis, são hábeis na hora de criar vínculos fortes e significativos com pessoas que valem a pena.

Frequentemente, costuma-se dizer que todo mundo venera e defende a verdade, mas no momento em que alguém se atreve a ser honesto, sempre acaba sendo apontado e criticado. Não é fácil, portanto, manter a coerência entre aquilo que se pensa e se faz.

Muitas vezes sabemos o que sentimos, mas acabamos comunicando exatamente o contrário. Fazemos isso por limitações sociais, por medo de fazer mal a alguém ou por medo de chamar atenção.

É por isso que as pessoas honestas são tão valiosas. Porque nelas existe uma dose de coragem e uma clara vontade de manter a coerência.

Poucos valores sociais e psicológicos são tão necessários quanto a honestidade, essa dimensão que Thomas Jefferson considerava o primeiro capítulo da sabedoria e que Mark Twain definia como a melhor arte perdida.

Seja como for, há um aspecto que está claro: estamos diante dessa qualidade que sempre exigimos dos outros. Graças a ela, podemos construir relações baseadas na confiança. Necessitamos saber que a pessoa que está na nossa frente e que amamos ou respeitamos é sincera e verdadeira todo o tempo.

“A honestidade é um presente muito caro, não a espere de gente barata”.
-Warren Buffett-

Homem sorrindo

Pessoas honestas: como identificá-las?

As pessoas honestas não têm letreiros, nem usam camisetas com hashtags definindo o que são. Devemos aprender a identificá-las sozinhos.

Uma boa maneira de fazer isso é escutando, observando, se conectando com aqueles que nos rodeiam e, naturalmente, tendo claro um simples detalhe: para a honestidade, não há condições.

Não perdem tempo com coisas das quais não gostam

A Universidade Julius-Maximilians de Würzburg, na Alemanha, realizou um estudo que se aprofunda um pouco mais nessa dimensão. Assim, um primeiro aspecto que descobriram é que as pessoas honestas costumam poupar tempo em muitas de suas conversas.

Elas não fazem rodeios, não perdem tempo quando alguém ou algo não lhes agrada ou não sintoniza com seus valores. Elas deixam claras as diferenças com assertividade e respeito para estabelecer distâncias.

Ao fazer isso, não dão nem esperam muitas justificativas. Sabem que não é adequado prolongar situações que, com o passar do tempo, podem ser contraproducentes.

Não mentem, nem toleram as mentiras

Há um livro muito interessante intitulado “A mais pura verdade sobre a desonestidade” de Dan Ariely, um professor de psicologia que se aprofunda nesse tema. Segundo o autor, todos nós acreditamos ser honestos.

Não importa se mentimos, se aquilo que pensamos e aquilo que dizemos não bate. Quase sempre mantemos essa autoimagem intocável, na qual raramente nos abandona o senso da honestidade.

As pessoas honestas, aquelas que são honestas na mente, nas palavras e no comportamento, não toleram enganar a si mesmas, nem enganar os outros. Elas não mentem porque fazer isso gera uma incômoda dissonância cognitiva que ataca sua identidade e autoestima.

Mulher com folha cobrindo um olho

Personalidades relaxadas, mentes tranquilas

As pessoas honestas são mais felizes e, inclusive, gozam de uma melhor saúde. É isso que nos revela, por exemplo, a doutora Anita E. Kelly, professora de psicologia na Universidade de Notre Dame em Paris.

Segundo este estudo, ser sincero, não fazer uso da mentira e sempre ser verdadeiro consigo mesmo e com aquilo que se diz e se faz gera um maior bem-estar. Esse equilíbrio interno, essa paz mental se reverte na própria saúde.

Sabem construir relações mais significativas

A desonestidade e o fato de se mostrar pouco íntegros em algum momento representa, para esse tipo de pessoa, um esforço adicional. É essa dissonância cognitiva que gera mal-estar, tensão e incômodo.

Por isso, as pessoas honestas valorizam acima de tudo poder construir relações baseadas na confiança. Não apenas se mostram em todo momento de maneira autêntica, sincera e respeitosa com quem as rodeia, mas também exigem o mesmo daqueles que fazem parte de seu dia a dia.

Algo assim, sem dúvida, faz com que nem sempre contem com um grande número de amizades. Embora contem com poucas, são sempre as mais adequadas, as mais genuínas, aquelas nas quais há uma reciprocidade contínua e satisfatória.

Amigos apreciando paisagem

Para concluir, vale destacar apenas mais um aspecto. A honestidade é um princípio ético, um valor que ajuda a criar uma sociedade mais íntegra e saudável.

No entanto, essa dimensão que todos acreditamos ter nem sempre é aplicada de forma real e respeitosa. Frequentemente, caímos nas mentiras complacentes, essas que camuflam verdades e sentimentos.

Não podemos dizer o que pensamos a todo momento. Nesse sentido, determinados filtros são recomendáveis. No entanto, mais ou menos maquiada, a sinceridade é um pilar muito importante do respeito pelos outros e por nós mesmos.


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