As 7 pistas deixadas pelo egoísmo

As 7 pistas deixadas pelo egoísmo
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 24 março, 2022

Se você olhar para o que aconteceu na última semana, ou talvez apenas no dia de hoje, você certamente se lembrará de algum momento em que fez algo por alguém. Algo que implicou um custo pessoal para você, seja ele em tempo, dinheiro ou outros recursos. Da mesma forma, você também se lembrará de algum momento em que recusou um pedido porque esse custo te pareceu alto demais.

As pessoas geralmente não são nem um símbolo de generosidade nem um continuum de comportamento egoísta, mas sim se encontram em uma zona intermediária na qual nos movimentamos de acordo com vários fatores, incluindo o nosso momento de vida.

Inúmeras vezes, já me perguntei “Será que estarei sendo egoísta se fizer ou não fizer tal coisa?. Essa pergunta geralmente surge quando alguém nos faz um pedido razoável e temos que avaliar se vamos atendê-lo ou não. Quando atendê-lo envolve um custo, ou quando encontramos formas de ajudar que podem ou não ser desproporcionais à responsabilidade que temos. Certamente, você se lembrará de mais situações em que se fez essa pergunta e, muitas vezes, a resposta não é tão simples assim.

7 pistas deixadas por comportamentos egoístas

Por isso, aqui estão 7 pistas que podem te ajudar no caminho para descobrir comportamentos egoístas, tanto próprios quanto dos outros. Quando ocorrem de forma constante, podemos dizer que são característicos de pessoas com excesso de ego:

1. Não mostrar as fraquezas e vulnerabilidades.

Uma razão comum e egoísta para não ajudar é o medo de mostrar fraqueza, de tentar e ser exposto ao sentir que as nossas ações, na verdade, não servem para muita coisa. Assim, a pessoa pensa que, ao estender a mão para quem precisa, estará demonstrando fraqueza e insegurança interior.

Dessa forma, deixa-se de lado a verdadeira crença de que todas as pessoas têm fraquezas que nos tornam humanos, que são necessárias para aprender e evoluir.

2. Não aceitar críticas construtivas.

As pessoas com uma atitude egoísta acreditam que os que estão ao seu redor tentam menosprezar o seu trabalho e potencial. Dessa forma, elas evitarão a todo custo reconhecer uma crítica construtiva. Além disso, elas muitas vezes se defendem com a ironia e é muito difícil que reconheçam quando estão erradas.

3. Pensar que merecem tudo.

As pessoas com uma atitude egoísta se caracterizam por serem pouco perseverantes para perseguir os seus objetivos. Poderíamos dizer que mudam de objetivo continuamente e exigem que cada uma de suas ações seja valorizada e levada em conta da mesma forma que a daquela pessoa que já tem uma longa trajetória.

Podem até mesmo chegar a pensar que o sucesso sempre estará ao seu lado de qualquer forma, sem se importar com quem tiverem que tirar do caminho para isso.

4. Não ouvir quem não está de acordo.

As pessoas egoístas se sentem inimigas das pessoas maduras e inteligentes, uma vez que estas são capazes de respeitar e ouvir as opiniões dos outros.

Ouvir e aprender com as outras opiniões é uma boa oportunidade para ampliar os horizontes e crescer. Portanto, selecione as informações que você quer reter, mas não pare de ouvir. Não ignore porque você tem medo nem vire as costas para o mundo.

5. Criticar os outros pelas costas.

As pessoas com uma atitude egoísta preferem as críticas fáceis e pelas costas. No fundo, elas têm medo de não ter razão e, por isso, criticam à distância para que a realidade não possa destruir a ideia que desenharam do mundo na sua cabeça.

Assim, elas precisam acreditar, por exemplo, que todas as pessoas que são pobres são dessa forma porque não querem trabalhar e preferem viver na rua, ou então porque não têm força de vontade e perseverança suficientes para buscar formação. Dessa forma, agarrando-se a essas explicações, elas conseguem se separar mentalmente das pessoas que vivem em condições precárias, descartando a ideia de que um dia um golpe de má sorte possa levá-las ao mesmo lugar.

No fundo, elas têm medo de que se quebre o seu palácio de cristal…

egoísmo

6. Engrandecer as próprias realizações.

Uma das carências mais importantes e notórias de uma pessoa com uma atitude egoísta tem a ver com a falta de humildade. A humildade é uma virtude preciosa e humana, necessária para que possamos crescer como seres humanos e pessoas sociáveis com o nosso entorno. Porém, as pessoas egocêntricas vão sufocar esse potencial pessoal, buscando destacar e engrandecer as próprias realizações.

Assim, elas vão atribuir a si próprias mais responsabilidades do que tiveram de fato quando houver um resultado bom, mas vão fugir pela saída de emergência quando um projeto não tiver terminado bem. Além disso, podemos contar com elas para navegar, porém desde que o vento esteja a favor.

Os desafios difíceis ou desafiadores não são feitos para elas

7. Ter medo de correr riscos. Pânico, terror. Assim, conforme o ponto anterior, elas não consideram o fracasso porque nunca se expõem a ele. No entanto, elas não hesitam em criticar de forma dura e severa quando os outros não conseguem o que pretendem. São justamente os primeiros a dizer “eu te avisei”…

Dentro do meu próprio crescimento pessoal, pude testemunhar algumas das pistas acima e, quando você percebe que não está assumindo a responsabilidade pelas suas ações e começa a ver a luz da maturidade… É quando você percebe o dano que fez e que estava fazendo às pessoas que te amam. É quando você começa a crescer e se arriscar.

Assim, tudo o que foi mencionado acima começa a mudar positivamente e a florescer adequadamente. Você deixa de ser egoísta e dá amor à vida e aos outros.

O egoísmo de acordo com a psicologia budista

Para o budismo, o egoísmo vem do apego excessivo ao Eu/Ego. O Eu seria a nossa identidade, o que somos desde o nascimento até o momento presente. Quanto mais nos identificarmos com esse Eu, mais teremos uma atitude egoísta, pois só agiremos em busca do que é benéfico apenas para nós.

Mestres budistas, tais como o Lama Rinchen Gyaltsen, asseguram que tudo muda e, portanto o Eu também está mudando. Ou seja, se aceitarmos que tudo muda, vamos nos desapegar do Eu e o mundo deixará de girar ao nosso redor. Afinal, não tem sentido se apegar a uma identidade única quando tudo ao nosso redor está mudando, inclusive nós mesmos. Por outro lado, aqueles com um maior apego a um Eu estático serão os que apresentarão comportamentos mais egoístas e, ao mesmo tempo, terão uma menor tolerância às mudanças.

Portanto, de acordo com o budismo, a chave para deixar de ser egoísta seria nos desapegarmos do Eu. Dessa forma, diminuímos a nossa própria importância para começarmos a ter maior consideração pela dos outros.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.