Plasticidade emocional: usando as emoções a nosso favor

É engraçado, mas embora às vezes possa parecer o contrário, as emoções existem para nos ajudar a atingir os nossos objetivos. A questão é saber gerenciá-las de forma inteligente.
Plasticidade emocional: usando as emoções a nosso favor

Escrito por Helena Sutachan

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Você sabe o que é a plasticidade emocional? Para explicá-la, vamos começar dizendo que as emoções cumprem uma missão fundamental nas nossas vidas, orientam o nosso comportamento para a ação, avisam-nos das situações perigosas e, se soubermos geri-las com inteligência, ajudam-nos a alcançar os nossos objetivos. Da mesma forma, conhecer nossas emoções e aprender a expressá-las é vital para o nosso bem-estar psicológico e para a construção de vínculos afetivos positivos.

Assim, o conceito de plasticidade emocional refere-se precisamente à capacidade que temos de nos adaptar a diferentes situações por meio das nossas emoções e de usá-las em nosso proveito.

Neste artigo, vamos entender como a plasticidade emocional pode ser potencializada em diferentes dimensões da nossa vida para se tornar um suporte na conquista dos nossos objetivos.

O que é a plasticidade emocional?

Em primeiro lugar, podemos começar perguntando a nós mesmos: que uso fazemos das nossas emoções? Estamos cientes delas em nossa vida diária? Essas perguntas nos ajudarão a identificar o lugar da plasticidade emocional na maneira como gerenciamos nossas emoções no dia a dia.

A plasticidade emocional permite que nos orientemos para objetivos que consideramos convenientes através do redirecionamento das nossas emoções. Ou seja, mostra como podemos moldar nossos pensamentos e como eles afetam os nossos estados emocionais.

Desta forma, podemos usar as emoções como um suporte para direcionar nossas ações para objetivos específicos e nos adaptar a diferentes situações. Isso implica tornar nossos estados emocionais agentes ativos em nosso cotidiano para assumir com eficácia os desafios do dia a dia.

Por outro lado, o conceito de plasticidade emocional permite repensar a dicotomia entre razão e emoção e considerar essa separação por outro ângulo. Ou seja, esse conceito nos ajuda a entender que razão e emoção estão intimamente relacionadas, se complementam e, juntas, são responsáveis por consolidar informações complexas sobre o mundo que nos rodeia.

Essas informações são essenciais para os nossos processos de tomada de decisão e para a formação de opiniões e conceitos. As emoções não são obstáculos à razão, muito pelo contrário.

Também é importante notar que a plasticidade emocional pode ser treinada. Por exemplo, alguns estudos mostram como, por meio do treinamento em emoções como a compaixão, podemos criar mais laços empáticos e ter atitudes mais eficazes para a resolução de problemas. Da mesma forma, as memórias de eventos passados e a imaginação sobre eventos futuros também são recursos para desenvolver a nossa plasticidade emocional.

Mulher com os olhos fechados

Como aumentar a nossa plasticidade emocional?

Essa capacidade de nos conscientizarmos do que estamos sentindo, do que pensamos e de como nos sentimos a respeito do que pensamos pode ser muito útil para alcançar os nossos objetivos. Para aprender a aproveitá-la ao máximo, aqui vão algumas ideias:

1. Defina objetivos simples

Para começar, podemos tirar proveito da relação entre emoções e motivação. Podemos começar estabelecendo objetivos simples e usando as emoções positivas que sentimos ao alcançá-los. Progressivamente, seremos capazes de definir objetivos maiores e de aproveitar o potencial das nossas emoções para alcançá-los.

A importância dos pequenos objetivos é que eles nos tornam conscientes do nosso progresso e nos motivam a seguir em frente.

2. Cultive a empatia

Em segundo lugar, a plasticidade emocional pode nos ajudar a fortalecer a empatia e melhorar a nossa conexão com os outros. Por ser uma capacidade que facilita a adaptação, podemos orientá-la para gerar vínculos afetivos com outras pessoas, promover a escuta ativa e reconhecer as emoções alheias.

Da mesma forma, podemos colocá-la em prática para aderir a grupos, estreitar o relacionamento com os nossos entes queridos ou para conhecer pessoas novas.

3. Use as emoções para promover a memória

Podemos aproveitar as vantagens da plasticidade emocional de maneira prática. Por exemplo, torná-la uma ferramenta para lembrar fatos importantes ou estudar para uma prova. Podemos associar emoções com ideias que estamos tentando lembrar, ou com conceitos complexos, para trazê-los à memória com mais facilidade.

Homem pensando em plasticidade emocional

4. Reconhecer e aceitar o universo emocional

Finalmente, a plasticidade emocional tem uma relação muito importante com a noção de resiliência. A resiliência é entendida como a nossa capacidade de recuperação psicológica após uma situação de estresse ou crise. Chegar a isso implica reconhecer nossas emoções, aceitá-las e nos tornar capazes de assumir mudanças e de nos adaptar a novas situações.

Lembre-se de que nossas emoções são nossas aliadas mais importantes quando se trata de atingir nossos objetivos e, por extensão, favorecer o nosso crescimento pessoal.

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