Por que os psicólogos usam o WISC?
Como todos sabemos, os profissionais de saúde têm diferentes ferramentas para avaliar as possíveis dificuldades das pessoas que procuram uma consulta. No caso dos psicólogos, as ferramentas mais usadas são os testes padronizados. Um dos mais famosos e utilizados no caso de crianças é o WISC.
Apesar de serem amplamente utilizados e conhecidos, nem todo mundo entende o que esses testes avaliam ou como podem ajudar em contextos clínicos e educacionais. Portanto, neste artigo, vamos tentar explicar em que consiste esse teste e por que ele é uma das ferramentas mais utilizadas pelos psicólogos.
Qual é o objetivo do WISC?
O WISC é um teste usado para avaliar o funcionamento cognitivo das crianças. Especificamente, a atividade cerebral pode ser avaliada em funções como a memória, a atenção, a velocidade de processamento, a linguagem e as funções executivas. Esses aspectos são fundamentais para o desenvolvimento adequado de atividades, tanto sociais quanto cognitivas, na etapa infantil.
Portanto, um dos objetivos desse teste é estabelecer o ponto de partida para a tomada de decisões sobre a trajetória educacional de meninos e meninas. Isso se deve à sua capacidade de identificar tanto os pontos fortes quanto os pontos fracos.
Clinicamente, esse teste permite a identificação de dificuldades ou falhas cognitivas associadas a determinados transtornos. No caso do transtorno da aprendizagem, é fundamental pois ajuda a identificar os principais problemas.
O que os psicólogos levam em consideração ao usar o WISC?
Durante a aplicação, a interpretação e a entrega do relatório, os psicólogos devem levar em consideração diferentes aspectos que reforcem a confiabilidade dos resultados. Para que isso ocorra, é necessário prestar atenção a dois focos de interesse: os dados quantitativos e qualitativos oferecidos pelo teste.
Aspectos quantitativos
Para explicar adequadamente esse aspecto, é necessário levar em consideração diferentes características. Uma delas é que existem vários subtestes e cada um deles fornece uma pontuação específica. Com essa pontuação, é criada uma tabela a partir da “comparação” da pontuação obtida com a média para a idade da pessoa.
Tudo isso é realizado com o objetivo de saber se a pontuação obtida é a esperada para a idade ou se, pelo contrário, está acima ou abaixo.
No caso do WISC, a pontuação média fica entre 8 e 11 pontos. Uma pontuação abaixo de 8 indica que há dificuldades na área em questão. Por outro lado, uma pontuação acima de 11 indica que o desempenho é superior à média do grupo normativo.
A partir desses testes, podem ser obtidos diferentes índices que funcionam como pontuações complementares. Esses índices vão ajudar a consolidar as informações em algumas funções específicas e proporcionar mais suporte aos dados obtidos.
Quando as pontuações ficam entre 85 e 115, as habilidades estão dentro das expectativas para a idade. Entre os índices, temos:
- Compreensão verbal: avalia a capacidade de raciocínio e expressão verbal. Além disso, pode ser observada a capacidade de formar conceitos.
- Visoespacial: é possível observar a capacidade de entender as relações espaciais, construir desenhos geométricos a partir de um modelo e avaliar detalhes.
- Raciocínio fluido: mede a capacidade de usar o raciocínio para identificar e aplicar regras.
- Memória de trabalho: habilidade para receber e manipular informações verbais e visuais mentalmente.
- Velocidade de processamento: avalia a capacidade de explorar, discriminar e solicitar informações visuais simples de maneira eficaz e rápida.
Aspectos quantitativos
Também temos os aspectos qualitativos, que são igualmente importantes para o uso adequado do WISC. Por meio deles, os resultados fornecidos pelo teste podem ser sustentados e personalizados mais adequadamente. Nesse caso, os aspectos observados durante a consulta e a aplicação da ferramenta devem ser levados em consideração.
Um primeiro aspecto relevante é a observação e o registro da atitude e do comportamento da criança durante a realização da atividade. Levando em consideração aspectos como:
- Nível de colaboração.
- Tolerância à frustração.
- Gerenciamento de dificuldades.
- Ferramentas de compreensão.
- Estado de humor.
- Comportamento não verbal.
- Comportamento motor.
- Aparência pessoal.
Além disso, é importante considerar fatores que podem ajudar durante a avaliação, apesar de não fornecerem pontuações extras no teste. Com eles, entretanto, é possível encontrar algumas estratégias que podem ser úteis no momento em que o processo de gestão começa.
Portanto, descobrir se a criança adquire informações com mais facilidade por meio do canal visual ou auditivo é uma vantagem para potencializar o seu aprendizado.
Utilidade do WISC no âmbito educacional
Dentro dos principais objetivos do WISC no âmbito educacional, está o estabelecimento das aptidões cognitivas em casos de crianças com necessidades educacionais especiais. Entre esses casos, pode haver transtornos da aprendizagem, superdotação, deficiência intelectual, entre outros.
Por outro lado, essas aptidões nos ajudam a avaliar tanto as habilidades quanto as dificuldades que as crianças podem apresentar. Tudo isso vai facilitar a personalização do processo de ensino-aprendizagem, colocando-nos na posição ideal para otimizar os esforços que motivam o aprendizado.
Por fim, com o WISC, o desempenho acadêmico de cada criança pode ser previsto. Isso é possível porque, por meio desses testes, várias funções cognitivas podem ser avaliadas sob diferentes pontos de vista. Essas funções podem estar relacionadas aos conceitos necessários para desenvolver algumas aprendizagens. Por exemplo, as crianças precisam de uma boa base na linguagem para conseguir desenvolver corretamente o processo de leitura e escrita.
Utilidade do WISC no âmbito clínico
O WISC também é amplamente utilizado no âmbito clínico. Para começar, serve para coletar informações úteis para realizar o diagnóstico principal e o diagnóstico diferencial de transtornos psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos.
Além disso, é útil na preparação e no desenvolvimento dos processos de intervenção para a criança. Com os resultados, é possível conhecer os pontos fortes da pessoa.
Conclusão
Para finalizar, é importante indicar que esse teste é um dos mais utilizados atualmente. Isso ocorre por dois motivos:
- Em uma população clínica, ajuda a fazer um diagnóstico.
- Em uma população não clínica, oferece um perfil das habilidades mais e menos desenvolvidas na criança avaliada.
Ao avaliar diferentes funções cognitivas, fornece informações abrangentes sobre todos os aspectos principais. Portanto, não existe necessariamente uma suspeita de patologia quando esse teste é aplicado em uma criança.
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