Por que o ser humano se ama tão pouco?

Por que o ser humano se ama tão pouco?

Última atualização: 25 junho, 2017

O ser humano é um ser social por natureza por uma razão muito simples e lógica: há milhões de anos, precisávamos uns dos outros para sobreviver. Embora seja verdade que já não precisamos tanto dos demais para sobreviver, quando nascemos, essa necessidade de atenção e cuidados não mudou muito.

Se não recebermos os cuidados necessários, a nossa sobrevivência ficará comprometida e não é só isso: o nosso estado emocional também pode ser abalado pela falta de autoestima.

As crianças precisam se sentir seguras e essa segurança pode vir dos nossos pais ou outra figura que seja responsável pela nossa educação. Em qualquer caso, esta estabilidade ou a confiança fará com que no futuro essa criança seja um adulto emocionalmente forte, confiante e com uma autoestima saudável.

No entanto, existem poucas pessoas com essas características. A maioria das pessoas não se sentem confiantes, não confiam plenamente nas suas habilidades e não são realistas na hora de se autoavaliar.

Por que é tão difícil encontrar um ser humano que se ame incondicionalmente? Parece que a falta de amor, carinho, consideração ou respeito na infância podem ser a origem dessa falta de autoestima. Ou então, também pode ser originada pela superproteção ou a falta de limites específicos, e a formação cultural recebida.

É inútil culpar o passado, a educação ou nossos pais pela nossa insegurança. Isso não pode mais ser mudado.

Agora somos adultos e podemos curar essa criança carente e ajudá-la a amar a si mesma, independentemente do que os outros façam.

A peça do quebra-cabeças que falta a este ser humano

É provável que, às vezes, você sinta que lhe falta alguma coisa. Você pode ser fisicamente atraente, bem-sucedido profissionalmente, ter uma família amorosa e, ainda assim, perceber que algo não se encaixa. O mais provável é que você tenha uma baixa autoestima.

Quando um ser humano não se ama incondicionalmente, sentirá que lhe falta uma peça e que o quebra-cabeças não está completo. Equivocadamente, pode tentar encontrá-la fora, e logicamente, as peças que encontrará no seu entorno nunca se encaixarão com as suas.

Mãos montando quebra-cabeças

Então este ser humano continua a procurar a peça que falta e não percebe que a peça que realmente se encaixa é aquela que ele mesmo pode fabricar com o seu amor, sua aceitação e carinho.

As razões pelas quais não temos essa peça é porque nos fixamos na educação, na cultura, autoexigências … A educação que recebemos censura sistematicamente qualquer ato de amor direcionado a nós mesmos: chamam de “egoísmo”. Neste sentido, a criança se acostuma a não saber como receber elogios, não falar bem de si mesma, dizer sim a tudo, quando na realidade queria dizer não, etc.

Sempre nos ensinaram que devemos colocar os outros em primeiro lugar e isto não está correto. Nós nunca estaremos bem com os outros se não satisfizermos as nossas próprias necessidades antes, se não nos colocarmos no topo da nossa escala de prioridades.

Se colocarmos as necessidades alheias antes das nossas próprias necessidades, chegará um momento no qual estaremos tão cansados que todos nós sairemos perdendo: nós e as pessoas ao nosso redor.

Este “egoísmo” se traduz em ser supostamente uma má pessoa e, portanto, no fato de que os outros irão nos rejeitar. Como não queremos que isto aconteça, gastamos as nossas energias com a intenção de agradar aos outros e nos deixamos de lado. É por isso que sentimos que as peças não se encaixam e nos sentimos vazios: nos abandonamos e essa negligência não demostra amor por nós mesmos.

Como começar a me amar?

Para aumentar a nossa autoestima precisamos nos tratar bem. Podemos começar escrevendo uma carta de amor para nós mesmos. Não precisa ser vaidoso, apenas realista. Simplesmente nos amamos e vamos demonstrar esse amor, assim como o demonstramos quando amamos outras pessoas.

Você ficará surpreso com o quanto este exercício é complicado, porque, como dissemos antes, não estamos acostumados com os elogios. O seu diabinho interior lhe dirá que você é um egoísta, ególatra, vaidoso e mil outras coisas. Não lhe dê ouvidos e continue se amando.

Mulher com girassol no rosto

Por outro lado, é hora de começar a se avaliar de forma realista. Analise a si mesmo e seja o mais sincero possível: você conhece os seus pontos fortes e as suas limitações. Baseado nisso, faça o que você sabe que está dentro das suas capacidades e possibilidades. Não acredite que não pode e que não vai se sair bem, porque no fundo você sabe que pode fazer.

Finalmente, faça a cada dia uma ação que o aproxime das suas metas e objetivos. Se você tiver sucesso, se recompense e se elogie por isso. Isto aumentará a sua autoestima, porque estará dizendo a si mesmo que “você pode”. Esqueça o perfeccionismo e aja sabendo que a perfeição não existe.

Você notará que aquela peça que faltava vai se encaixando e não se sentirá mais tão dependente do exterior e do amor e aceitação dos outros. Você se sentirá completo com a sua própria aceitação.


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