A primeira impressão é tão importante?
Você não precisa mais do que um minuto para formar uma primeira impressão de alguém. Tenho certeza de que você já passou por isso alguma vez em sua vida. Você conhece uma pessoa e rapidamente, sem saber muito bem por que, acaba fazendo uma avaliação sobre ela baseando-se na sua primeira impressão.
A sua aparência, maneiras, gestos, a voz… pequenos detalhes que compõem uma imagem catalogada, de uma maneira ou de outra. Talvez isto lhe surpreenda, mas estudos dizem que, em geral, as pessoas são muito boas nessas breves análises que descrevem as primeiras impressões.
Seja como for, temos geralmente pouco tempo não só para analisar os outros, mas também para causar uma boa impressão. Como se diz “Você nunca tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão”.
Por que formamos uma impressão tão rapidamente?
Psicólogos afirmam que fazemos essa análise não em 30 segundos, mas em milésimos de segundos. Em apenas um suspiro sabemos se uma pessoa é do nosso agrado ou não, se inspira confiança ou não. Por que isso ocorre? Esse é um aspecto que tem a ver com a evolução da nossa espécie. Um recurso adaptativo muito fácil de entender.
Se a pessoa que temos perante nós é julgada como uma ameaça ou perigo, nossa primeira reação é a de fugir. As pessoas precisam fazer avaliações instantâneas para tomar decisões no momento. De certo modo, essas análises aparentemente tão rápidas têm muito a ver com nossa personalidade, nossos medos e também com as nossas necessidades.
É verdade que temos a nossa própria experiência da parte instintiva – e quase irracional – que nos diz imediatamente se algo é inofensivo ou ameaçador, mas a nossa experiência pessoal também conta muito nestes momentos.
Você pode achar uma pessoa elegante e bem vestida e pode julgá-la como metida e superficial; talvez isso ocorra porque você prefere uma imagem um pouco mais casual, porque isso lhe dá maior intimidade e você se lembra de seus amigos… todos os traços têm muito a ver com nossa personalidade e nosso estilo particular. Poderíamos dizer que o nosso cérebro está programado para chegar a uma conclusão rápida com pouca informação .
Como funciona a primeira impressão?
Todos os dias recebemos milhares de estímulos. Não temos tempo para processá-los ou analisar minunciosamente todas estas informações. Então, como iremos tomar decisões? De modo inconsciente. Esta é a realidade; a maioria das nossas decisões nos leva, de modo rápido e inconsciente, até onde estão arquivados os nossos sentimentos, nossas memórias, nossas experiências, nossa personalidade… o cérebro está trabalhando para organizar as informações em categorias e, a partir daí, fazer comparações muito rápidas, e sempre com a ajuda das nossas emoções.
Essa pessoa não é parecida com alguém de nosso passado que nos magoou? O tom de voz é bom? Tem um sorriso tão sincero como o de nosso pai, ou é tão falso como um de nossos vizinhos?
Cuidado com o “Efeito Halo”
O efeito halo é um viés cognitivo comum. Ele tem a ver com a influência de nossas percepções nos nossos julgamentos das qualidades de uma pessoa, a partir da nossa primeira impressão. O psicólogo Edward L. Thorndike cunhou esse termo em 1920, ao perceber que as pessoas tendem a tirar conclusões globais, ou de grupos étnicos, sem conhecê-los individualmente.
Um exemplo claro do efeito halo poderia ser, por exemplo, conhecer uma pessoa que seja fisicamente atraente para nós. Ao vermos a sua bela imagem tendemos a pensar que as suas ações, suas opiniões e suas crenças, serão tão positivas quanto a sua aparência física.
Às vezes as pessoas cometem erros. A primeira impressão tem um efeito direto, não podemos negar, mas não precisa ser determinante. Nunca sabemos o que se esconde atrás de uma imagem, e pode ser que não haja melhor aventura do que descobrir o que está por trás de uma aparência.